

A agenda da semana concentra atenções nas decisões de taxas de juros pelos bancos centrais de Brasil, EUA, Reino Unido, Japão e China. Entre os principais indicadores programados estão o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de janeiro, o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) e o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do primeiro bimestre do governo federal. Nesta segunda-feira (17), o destaque do mercado financeiro hoje fica com boletim Focus, além do IBC-Br.
A agenda econômica hoje ainda inclui dados semanais da balança comercial. Itaúsa (ITSA4), Allos (ALOS3) e Yduqs (YDUQ3) divulgam balanços do quarto trimestre de 2024, após o fechamento do mercado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reúne-se com empresários do setor eletroeletrônico e vai à posse dos eleitos ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Na terça-feira (18), sai o IGP-10 de março e o projeto da Lei de Orçamento Anual (LOA) de 2025 pode ser votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO), seguido de apreciação no plenário do Congresso, na quarta-feira (19), mesmo dia da inauguração da Barragem de Oiticica, no Rio Grande do Norte, pelo presidente Lula. O Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do primeiro bimestre será publicado na sexta-feira (21).
A reunião de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom) começa na terça, com decisão na quarta, no mesmo dia que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anuncia a sua própria decisão monetária – coincidência de datas que foi apelidada pelo mercado de “Super-Quarta”. O Banco do Japão (BoJ) e o Banco Popular da China (PBoC) também anunciam decisões de juros na quarta-feira, quando haverá entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell. A decisão do Banco da Inglaterra (BoE) sai na quinta-feira (20).
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Nesta segunda, nos EUA, serão divulgadas as vendas no varejo em fevereiro e o índice de atividade industrial Empire State em março, além do índice de confiança das construtoras. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde participa de evento. Nos dias seguintes, na Europa, estão programados a inflação ao consumidor na zona do euro, na quarta; e o índice de confiança do consumidor preliminar de março, na sexta-feira.
Mercado financeiro hoje: o que movimenta os negócios nesta segunda-feira
Bolsas internacionais digerem tarifas de Trump à espera do Fed
As bolsas de valores asiáticas subiram e as europeias operam em alta, após dados positivos da indústria e do varejo na China no primeiro bimestre, o anúncio de medidas de Pequim para estimular o consumo e a renda interna e expectativas de que a Alemanha aprove aumento de gastos públicos.
Mas os mercados asiáticos reduziram ganhos após Trump reafirmar a adoção de “tarifas recíprocas” em 2 de abril. As empresas americanas perderam US$ 4 trilhões em valor de mercado desde o início do governo do republicano. O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, disse não estar preocupado com o recente tombo do mercado acionário. Trump afirmou que conversará com o presidente da Rússia sobre a crise ucraniana nesta terça-feira.
Os índices futuros de Nova York, os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) e o dólar hoje recuam com investidores aguardando ainda dados econômicos dos EUA e a decisão de juros do Fed na quarta-feira, para a qual é esperada manutenção das taxas à faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
Prévia do PIB cresce acima das expectativas
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de janeiro, também conhecido como prévia do Produto Interno Bruto (PIB), foi divulgado nesta segunda.
A economia brasileira cresceu 0,89% em janeiro, na comparação com dezembro. O resultado ficou acima do teto da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,70%. A mediana era de 0,30%, e o piso, de -0,40%. Com o resultado, o índice subiu aos 154,6 pontos na série com ajuste sazonal – o maior nível da série histórica.
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O Banco Central revisou para cima os resultados de dezembro (-0,73% para -0,60%), novembro (0,16% para 0,23%) e outubro (-0,34% para -0,16%). Revisões na série com ajuste são comuns.
Na comparação com janeiro de 2024, o IBC-Br cresceu 3,58% sem ajuste sazonal, acima do teto das estimativas, de 3,10%. A mediana era de 2,30%, e o piso, de -0,60%. O índice chegou aos 147,0 pontos, a maior marca para meses de janeiro da série histórica.
Boletim Focus traz leve alívio na inflação
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira (17), as projeções para os principais indicadores da economia, como Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic em semana de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) – veja os detalhes aqui.
A mediana do relatório Focus para o IPCA em 2025 trouxe um leve ajuste de 5,68% para 5,66%, mas que ainda se mantém acima da meta (4,50%). Já em 2026, passou de 4,40% a 4,48%. Em 2027, a projeção da inflação no Brasil permaneceu em 4,00%. Nos cenários mais longos, em 2028, foi de 3,75% a 3,78%.
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Quanto às expectativas de juros do boletim Focus, a mediana do documento do BC para 2025 manteve projeções da Selic em 15%. Nos anos seguintes, as expectativas também se mantiveram em 12,50%, 10,50% e 10% em 2026, 2027 e 2028 respectivamente.
Commodities: petróleo sobe, minério recua
O petróleo segue em alta, impulsionado por incertezas sobre um cessar-fogo na Ucrânia e ataques dos EUA contra houthis no Iêmen. No início desta manhã, o barril do tipo WTI subia 0,84%, enquanto o Brent avançava 0,85%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em queda de 1,14%, cotado a 778,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 107,53 nos mercados de Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 0,20% no pré-mercado de Nova York, por volta das 8h06 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 0,22% no mesmo horário.
Expectativas para o Ibovespa hoje
Os dados chineses positivos e a alta do petróleo podem amenizar o impacto no Ibovespa hoje das perdas do minério de ferro e da cautela em Nova York. A curva de juros deve reagir ao alívio nos Treasuries e aos dados do Focus e IBC-BR, em meio à espera pelo desfecho da reunião do Copom com a decisão sobre juros.
Para a decisão de juros, é esperado aumento de 1 ponto porcentual da Selic, a 14,25% ao ano, e as atenções ficarão no comunicado e próximos passos da política monetária em meio a preocupações com a inflação de alimentos e em serviços.
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A votação do Orçamento de 2025 fica no foco. Depois de rumores de adiamento na sexta-feira (14), a apresentação da peça orçamentária deve ocorrer a partir de terça-feira, apurou o Broadcast Político. O presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), Júlio Arcoverde, confirmou que a peça orçamentária deve ser votada entre terça e quarta-feira, desmentindo rumores de adiamento, que podem repercutir no mercado financeiro hoje.
* Com informações do Broadcast