

A agenda econômica desta quinta-feira (27) traz o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de março, o resultado do Governo Central em fevereiro e, nos EUA, a leitura final do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2024. O mercado financeiro hoje ainda permanece atento às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.
Além disso, a agenda econômica hoje traz divulgação do Relatório de Política Monetária (RPM), que substitui o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), e a entrevista do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, junto ao diretor de política econômica, Diogo Guillen.
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao Vietnã para a segunda etapa da sua viagem oficial pela Ásia.
O Tesouro faz leilão de Letras do Tesouro Nacional (LTN, títulos prefixados) e Nota do Tesouro Nacional série F (NTN-F, título de renda fixa). No setor corporativo, Even (EVEN3), JHSF (JHSF3) e Light (LIGT3) divulgam balanços, após o fechamento do mercado.
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Nos EUA, estão previstos também os pedidos semanais de auxílio-desemprego e as vendas pendentes de imóveis em fevereiro. O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Richmond, Tom Barkin discursa.
Na Europa, acontece a Cúpula europeia do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) 2025, com discursos de vários dirigentes do Banco Central Europeu (BCE). A presidente do BCE, Christine Lagarde, transmite mensagem pré-gravada para evento do Banco Central chileno. No México, o Banxico (o banco central local) anuncia decisão de juros.
Mercado financeiro hoje: assuntos mais importantes desta quinta-feira
Como reagem as bolsas internacionais após ameaças de Trump?
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única. Os mercados chineses avançaram após o presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizar uma possível redução de tarifas sobre a China, caso haja um acordo sobre a rede social TikTok.
No entanto, Japão e Coreia do Sul recuaram, pressionados pela forte queda de montadoras como Mazda (-6%), Subaru (-5%), Hyundai (-4,3%) e Kia (-3,5%), após a confirmação da sobretaxa de 25% sobre carros não produzidos nos EUA.
Trump também ameaçou tarifas ainda maiores caso Canadá e União Europeia adotem retaliações, com a expectativa de arrecadar US$ 100 bilhões. O Canadá já estuda possíveis represálias.
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Na Europa, os mercados seguem pressionados, especialmente as montadoras Stellantis (-4%), Mercedes-Benz (-3,8%), BMW (-2,8%) e Volkswagen (-2,2%), enquanto os futuros de Nova York tentam se recuperar.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) sobem e o dólar hoje recua, com investidores aguardando as novas tarifas dos EUA, que, segundo Trump, serão menores que as impostas por parceiros comerciais, mas afetarão “todos os países” na ação prevista para a próxima semana.
IPCA-15: o que esperar da inflação em março?
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial brasileira, deve desacelerar para 0,68% em março, mas pode atingir 5,30% no acumulado de 12 meses. O indicador deve influenciar as expectativas sobre o ciclo de alta da Selic, que atualmente está em 14,25% ao ano.
Commodities: petróleo recua, minério sobe
O petróleo opera em baixa, revertendo parte dos ganhos de quarta-feira (26), enquanto investidores ponderam os possíveis efeitos de tarifas de Trump. No início da manhã, o barril do petróleo WTI para maio caía 0,20%, enquanto o do Brent para junho recuava 0,23%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em alta de 1,28%, cotado a 789 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 108,55 nos mercados de Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 0,10% no pré-mercado de Nova York, por volta das 8h15 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 0,42% no mesmo horário.
Como deve reagir o Ibovespa hoje?
A volatilidade pode pesar sobre o Ibovespa hoje, diante das tarifas de Trump, da queda do petróleo e da alta do minério de ferro.
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Os ativos nacionais, especialmente os juros, serão impactados pelo IPCA-15, pelo resultado fiscal e pelo Relatório de Política Monetária, que direcionam expectativas sobre o ciclo de alta da Selic, assim como os sinais que podem ser dados por Galípolo e Guillen. O Governo Central deve registrar déficit de R$ 30,9 bilhões em fevereiro, após ter apresentado superávit em janeiro.
No campo fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participará da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara em 23 de abril para apresentar os impactos da isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil. O mercado financeiro hoje também monitora a oferta de títulos prefixados após o mega leilão da semana passada.
* Com informações do Broadcast