

A Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, escalou mais do que alpinista. Na última quarta-feira (7), o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou os juros para 14,75% ao ano, maior patamar em quase duas décadas.
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A Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, escalou mais do que alpinista. Na última quarta-feira (7), o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou os juros para 14,75% ao ano, maior patamar em quase duas décadas.
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Agora, o mercado não sabe quando é que o aperto monetário chega ao fim. Alguns acreditam que em breve, com a manutenção dessa taxa nas próximas reuniões da autarquia. Até mesmo, o Boletim Focus do Banco Central (BC), que reúne projeções de mais de 100 instituições financeiras, já enxerga os juros em 14,75% em dezembro.
Já outros agentes de mercado, menos otimistas, ainda esperam uma alta da Selic de 0,25 pontos percentuais na reunião de junho. No seu comunicado, o Copom deixou as portas abertas, sem sinalizar projeções.
Diante de uma taxa de juros tão elevada, são poucas as ações que ainda conseguem entregar um dividend yield (retorno em dividendos) acima de 14,75%. Afinal, juro alto eleva as despesas e custos da dívida das empresas e pode ter um impacto significativo nos dividendos.
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Nesse patamar de juros, porém, há 6 ações que conseguem bater a Selic com retorno em proventos que chega a 76,19%. É o que revela estudo de Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria.
O levantamento apresentou o dividend yield das ações nos últimos 12 meses até 6 de maio. Foram consideradas no estudo ações que integram os índices Ibovespa, Índice de Dividendos (IDIV) e Índice Small Caps e que possuem boa liquidez de negociação. Também foi calculado o dividend yield projetado para os próximos 12 meses. A estimativa leva em conta que as empresas vão ter lucro igual ou maior ao registrado no último ano e manter a mesma política de distribuição de dividendos dos últimos 12 meses.
Mas é importante que o investidor tenha claro que essa rentabilidade pode não se concretizar diante do cenário macroeconômico desafiador e principalmente se o retorno em dividendos destas companhias foi fruto de pagamentos não recorrentes no último ano.
Para aquele investidor que prefere ter uma perspectiva mais conservadora sobre o que esperar da ação, analistas aconselham observar sempre a mediana de dividend yields dos últimos cinco anos ou desde a abertura de capital (IPO), que consegue traduzir ao investidor um histórico de como foi o padrão de remuneração nos últimos anos.
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Observando a mediana de dividend yield das ações do levantamento estas chegam no máximo a 37,39%. Veja abaixo:
Com exceção de Cemig (CMIG4), todas as ações da lista são empresas cíclicas, boa parte está relacionada ao universo das commodities, enquanto algumas fazem parte do setor imobiliário, proteína animal e bens industriais. À primeira vista fica difícil pensar no longo prazo com setores tão voláteis, mas a boa notícia é que é possível fazer do limão, limonada. Conversamos com analistas e três ações foram escolhidas para objetivos de renda consistente.
Mas, antes de te apresentar quais, trazemos uma simulação exclusiva feita por Fábio Sobreira, sócio e analista da Rocha Opções de Investimentos, para o E-investidor.
Nela, Sobreira apresenta qual é o patrimônio necessário a ser investido nestas ações para conquistar os seguintes objetivos: renda mensal de um salário mínimo (R$ 1.518,00), um salário mínimo ideal pelo DIEESE (R$ 7.638,62), se aposentar com o teto do INSS (R$ 8.157,41) e R$ 10 mil de renda mensal.
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Para o cálculo ter uma visão conservadora e não sujeita a projeções, que podem não se concretizar no futuro, o analista optou por fazer a simulação utilizando a mediana de dividend yield dos últimos cinco anos ou desde o IPO para as novatas.
O analista também calculou, para quem ainda não tem nenhum recurso guardado, quanto tempo levaria juntar esse patrimônio necessário do zero, investindo R$ 500 ou R$ 1.000 por mês na mesma ação e reinvestindo todos os dividendos recebidos – sem gastar um centavinho.
Na Cemig, por exemplo, para ganhar um salário mínimo de R$ 1.518 por mês, o investidor deveria ter um patrimônio aplicado de R$ 139.160. Já se ele quiser ter uma renda mensal de R$ 10 mil por mês, precisaria ter um capital de R$ 916,730.
A boa notícia é que dá para juntar o recurso, para uma renda de salário mínimo em dividendos, por exemplo, com aportes religiosos de R$ 500 por mês em CMIG4 e reinvestimento – o tempo para conquistar o objetivo é de 11 anos.
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Um alerta importante para o investidor é sobre o elevado retorno da Syn (SYNE3), que não é recomendada pelos analistas para dividendos no longo prazo, porque seus altos pagamentos são fruto de vendas de imóveis não recorrentes e podem não se repetir ou ser consistentes.
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