A Eletrobras (ELET3; ELET6) divulgou os seus dados financeiros do primeiro trimestre de 2025 na noite desta quarta-feira (15), mas os números não agradaram alguns analistas de mercado. Nos meses de janeiro a março de 2025, a companhia reportou no balanço do 1T25 prejuízo líquido de R$ 354 milhões, revertendo o lucro líquido de R$ 331 milhões registrados no igual período de 2024. Já receita líquida alcançou o volume de R$ 10,414 bilhões, o que corresponde a uma alta de 19,5% em comparação ao observado no primeiro trimestre de 2024.
Para a Genial Investimentos, os resultados vieram abaixo das suas estimativas, ainda que razoavelmente alinhadas ao consenso. A corretora esperava lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida) de R$ 5,9 bilhões para o período, enquanto a Eletrobras reportou R$ 5,4 bilhões. “O grande motivo para tal desvio aconteceu devido a estratégia mais agressiva da empresa em vender energia acima da sua capacidade de geração (posição short do portfólio) em meio a um cenário com diferenciação de preços de submercado”, escreveu Vitor Sousa, analista da corretora, em relatório.
Por consequência, a empresa precisou comprar energia a um preço mais alto para honrar com os contratos assumidos no período. O Citi também classificou os números como fracos, apesar da empresa ter tido progresso em suas despesas operacionais. De acordo com os analistas João Pimentel e Felipe Lenza, o destaque positivo do trimestre foi um melhor controle de custos, especialmente com pessoal e provisões. No entanto, a empresa reportou uma redução anual de 8%, enquanto o banco esperava uma queda de 15%.
As ponderações, contudo, não foram suficientes para mudar a recomendação para a ação da Eletrobras. Os analistas de mercado ainda avaliam a ex-estatal como um “case” sólido digno de estar na carteira do investidor. “Avançando contra a descontratação, reduzindo despesas administrativas (PMSO) – com destaque para pessoal – e o estoque de compulsórios, continuamos a ver Eletrobras com caminho livre, ainda mais após a arbitragem, para dispor de múltiplos que melhor dialoguem com o seu potencial”, avalia Ilan Abertman, analista da Ativa Investimentos. Com base nesses fundamentos, ele acredita em um potencial de valorização de 25% para as ações nos próximos 12 meses, ao estabelecer um preço-alvo de R$ 54.
Genial Investimentos mantém recomendação de compra para o papel. Sousa, analista da corretora, diz que a empresa negocia com uma taxa interna implícita de retorno de 12% em termos reais, contra os 7,4% dos títulos do Tesouro Direto indexados ao IPCA+ e negocia a 5,6x EV/EBITDA (ou seja, o valor da empresa é 5,6 vezes o seu Ebitda projetado para 2025). “A recente performance da ELET3 ainda não reflete as condições de tudo que ainda tem para se materializar no case”, acrescenta o especialista que avalia o papel com um potencial de valorização de 20,43% ao estimar um preço-alvo de R$ 52.
O Citi segue a mesma linha das demais e recomenda compra do papel da Eletrobras (ELET3; ELET6) com um preço-alvo de R$ 53, o que representa um potencial de valorização de 22,7% no comparativo ao fechamento anterior.