Ainda na agenda econômica hoje, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, participa de uma conferência do Goldman Sachs em São Paulo. O diretor de Política Monetária do BC, Nilton David, participa de uma live e se reúne com economistas, junto aos diretores Diogo Guillen (Política Econômica) e Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos).
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também marca presença em eventos em São Paulo do Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP), do Cadastro Nacional de Falecidos (CNF) e tem reunião-almoço com o Instituto para Desenvolvimento do Varejo, além de encontro na Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Enquanto isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa de reunião com ministros da Agricultura da União Africana, no Itamaraty. Também nesta segunda-feira, saem a nova grade de parâmetros macroeconômicos e a atualização do Panorama Macroeconômico.
No exterior, nesta segunda-feira, cinco dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) falam: Raphael Bostic, de Atlanta; John Williams, de NY e Philip Jefferson, vice-presidente; Lorie Logan de Dallas; e Neel Kashkari, de Minneapolis. No Reino Unido, acontece a 1ª Cúpula Reino Unido-União Europeia. O Banco do Povo da China (PBoC) define juros das LPRs (taxas de juros de referência a empréstimos na China) de 1 e 5 anos.
Ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido) têm encontro no Canadá a partir da terça-feira (20). Na quinta-feira, serão divulgados os índices de atividades de gerentes de compra dos EUA e zona do euro.
Mercado financeiro hoje: o que fica no radar nesta segunda-feira (19)
Moody’s rebaixa nota de crédito dos EUA
Os mercados de ações em Nova York e na Europa iniciam a semana em queda, repercutindo o rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s, de ‘Aaa’ para ‘Aa1’, devido às dificuldades do país em controlar sua dívida.
O Comitê de Orçamento da Câmara dos EUA aprovou o pacote orçamentário de Donald Trump, que será votado no plenário nesta semana. A União Europeia revisou para baixo suas projeções de crescimento e inflação, enquanto dados mistos da China levantaram dúvidas sobre sua recuperação econômica.
Apesar do avanço acima do esperado na produção industrial em abril da China, as vendas no varejo e os investimentos em ativos fixos cresceram em ritmo mais lento. As vendas de novas moradias também caíram 1,9% entre janeiro e abril. A China impôs tarifas antidumping sobre importações de copolímeros de EUA, UE, Japão e Taiwan.
Donald Trump voltou a criticar o Fed, o Walmart (WALM34) e a China, e anunciou que conversará nesta segunda com o presidente da Rússia sobre a guerra na Ucrânia.
Focus atualiza projeções de juros e inflação
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira (19), as previsões para os principais indicadores econômicos, incluindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic.
As projeções do relatório do BC mostraram uma leve melhora da inflação brasileira em 2025, passando de 5,51% a 5,50%, mas ainda acima do teto da meta (4,50%). Para os juros, o boletim Focus espera que a Selic se mantenha em 14,75% ao ano. Veja aqui as projeções para os próximos anos.
IBC-Br: prévia do PIB acelera em março
O IBC-Br cresceu 0,80% em março, na comparação com fevereiro e na série com ajuste sazonal, informou o BC nesta segunda-feira. O resultado foi colado ao teto da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,81%. A mediana era de 0,30%, e o piso, de queda de 0,60%.
O BC revisou os resultados do índice em fevereiro (0,43% para 0,52%), janeiro (0,92% para 1,01%) e dezembro (-0,63% para -0,53%). Mudanças na série com ajuste sazonal são comuns, normalmente refletindo a adição de um novo mês à série.
Commodities recuam e pressionam ADRs
O petróleo opera em baixa, revertendo parte dos ganhos da semana passada, enquanto investidores digerem o rebaixamento da nota de crédito dos EUA. Nesta manhã, o barril do petróleo WTI para julho caía 1,10%, enquanto o do Brent para o mesmo mês recuava 1,12%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em queda de 0,89%, cotado a 722,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 100,21 em Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 1,12% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) caíam 0,25%.
O que esperar do Ibovespa hoje
A cautela nos mercados internacionais decorrente da nota da Moody’s, somada às quedas do petróleo e do minério de ferro na China, devem pressionar o Ibovespa hoje, após alta de 1,96% na semana passada — a sexta consecutiva. O agravamento da gripe aviária no Brasil também pode afetar negativamente as ações do setor na B3.
O avanço dos rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) pode pressionar os juros futuros, com os vértices curtos refletindo expectativas sobre o fim do ciclo de alta da Selic, enquanto os mais longos seguem sensíveis às preocupações fiscais.
Já a queda do dólar hoje frente a moedas fortes, combinada com sinais mistos em relação às divisas emergentes, deve trazer volatilidade à taxa de câmbio no mercado financeiro hoje, especialmente com a pressão adicional da queda das commodities sobre o real.
* Com informações do Broadcast