O Dow Jones caiu 0,27%, aos 42.677,24 pontos; o S&P 500 recuou 0,39%, aos 5.940,46 pontos; e o Nasdaq fechou em baixa de 0,38%, aos 19.142,71 pontos. Os dados são preliminares.
Em mais um dia sem indicadores econômicos nos EUA, os investidores acompanharam os discursos de autoridades do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), incluindo o presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, que destacou que as tarifas podem reduzir a atividade econômica e exercer pressão inflacionária, pelo menos no curto prazo.
A Home Depot, a maior varejista de materiais para construção e reforma, divulgou lucro ajustado abaixo da estimativa dos analistas. As ações da companhia recuaram 0,6%. A rival Lowes, que divulga resultados trimestrais na quarta-feira, caiu 1,4%.
A Moderna subiu 6%, depois que a Agência de Saúde e Alimentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) anunciou a manutenção de sua política atual de vacinas contra a Covid-19 – uma abordagem mais branda do que a que autoridades do governo Donald Trump pareciam prestes a adotar.
A Tesla ganhou 0,5%, após o bilionário Elon Musk afirmar que espera continuar no cargo de presidente-executivo da empresa pelos próximos cinco anos, segundo o Wall Street Journal.
A UnitedHealth avançou 1,8%, depois de subir 8,2% na véspera – maior ganho porcentual diário desde 4 de novembro de 2020. A Nvidia caiu 0,9%.
A D-Wave Quantum saltou 26%, após sua sexta geração de sistemas quânticos se tornar disponível via nuvem. A gestão da D-Wave destacou aplicações da tecnologia em tarefas como otimização de cadeias de suprimento e alocação de recursos.
Juros de longo prazo dos EUA avançam
Os rendimentos dos títulos longos do Tesouro dos Estados Unidos voltaram a subir nesta terça-feira, em meio a preocupações com a situação fiscal do país. Em mais um dia de agenda sem dados econômicos dos EUA, os investidores ficaram atentos a comentários de uma série de autoridades do Federal Reserve (Fed).
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 3,973%. O rendimento da T-note de 10 anos tinha alta para 4,484%, enquanto o T-Bond de 30 anos avançava para 4,966%.
Após caírem nas primeiras horas de hoje, os juros dos Treasuries renovaram as máximas intraday em toda a curva ainda pela manhã, enquanto o ex-presidente Donald Trump discursava na Câmara dos Representantes em defesa de um projeto de lei que pode ampliar o déficit orçamentário e aumentar as pressões sobre a dívida pública americana.
O mercado da dívida americana iniciou a semana reagindo ao rebaixamento da classificação de crédito pela Moodys, na sexta-feira passada, e ao avanço do pacote tributário do Partido Republicano no Comitê de Orçamento da Câmara dos Representantes, no domingo.
“Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA podem encontrar algum suporte na cautela do Fed”, diz em nota Joseph Dahrieh, da Tickmill, mencionando os comentários do presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, que ontem reiterou uma abordagem menos agressiva do que o mercado precifica atualmente para a política monetária dos EUA.
Nesta terça-feira, o presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, disse que a política monetária está bem posicionada
“Os investidores vão monitorar de perto os discursos futuros de autoridades do Fed em busca de novas pistas sobre a política do banco central”, afirma Dahrieh.
A empresa de serviços financeiros Jefferies continua apostando em uma curva de rendimentos mais inclinada – com aumento da diferença entre os rendimentos de títulos de curto e longo prazos.
“Devemos ver um prêmio de prazo mais alto ao longo da curva de juros dos EUA”, afirma o economista Mohit Kumar, referindo-se ao prêmio extra que os investidores exigem para deter um título de longo prazo em vez de um de vencimento curto.
Moedas globais: dólar recua
O dólar opera em baixa nesta terça-feira e amplia as perdas da véspera, pressionado pelo rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Moodys. A cautela dos investidores antes das negociações comerciais com o Japão, marcada para esta semana em Washington, também contribui para a fraqueza da moeda americana.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, recuou 0,3%, a 100,118 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar cedia a 144,48 ienes, enquanto o euro se fortalecia a US$ 1,1284 e a libra esterlina era negociada em alta, a US$ 1,3390.
O iene japonês mantém trajetória de valorização frente ao dólar, com ganhos em cinco dos últimos seis pregões. Embora o par USD/JPY tenha ficado estável hoje, durante a madrugada na Ásia a moeda americana chegou a cair até 144,09 ienes, antes de recuperar parte das perdas.
No caso do euro, o fortalecimento da moeda tem sido impulsionado por declarações da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que enxerga a valorização do euro como uma “oportunidade e não uma ameaça”. Já o acordo comercial entre Reino Unido e União Europeia, focado em alimentos e pesca, anunciado na segunda-feira, tende a ter impacto limitado sobre a libra, segundo analistas da Monex Europe.
O dólar australiano destoou das demais moedas e perdeu força ante o dólar americano após o Banco Central da Austrália anunciar um corte nos juros.
Já o dólar canadense, embora favorecido por dados de inflação acima do esperado, deve ter seu potencial de valorização limitado. Analistas destacam que a interdependência entre as economias canadense e americana reduz o espaço para movimentos mais intensos na taxa de câmbio.
*Com informações da Dow Jones Newswires