Na véspera, o IBOV finalizou a sessão no maior nível da sua história aos 140.109,63 pontos, depois de alcançar máxima histórica a 140.243,86 pontos.
Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital, acredita que o Ibovespa operou hoje em um movimento de realização de lucros e leve correção. “Acredito que essa correção seja saudável, e poderíamos ver o mercado ‘respirar’ até os 135 mil pontos antes de retomar a tendência de alta”, diz.
Para Marcelo Farias , head de renda fixa da OnField Investimentos, o dia também foi marcado por uma reprecificação global de risco, com investidores exigindo prêmios mais altos para ativos de renda fixa e reduzindo exposição a mercados emergentes. “Mesmo com a queda de hoje, o Ibovespa ainda acumula alta de pouco mais de 14% em 2025, sustentado por fluxo estrangeiro e fundamentos corporativos”, pontua.
Em Nova York, o dia também foi negativo. S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caíram 1,61%, 1,91% e 1,41%, respectivamente. “Lá fora, o estresse nos mercados foi desencadeado pela disparada dos juros dos Treasuries (títulos públicos americanos), após um leilão de T-Bonds de 20 anos com a maior taxa desde dezembro de 2024. O aumento do rendimento desses papéis, que são referência global, elevou o custo de capital e derrubou as Bolsas em Wall Street“, avalia Marcelo Farias , head de renda fixa da OnField Investimentos.
O dólar hoje fechou em queda de 0,48% a R$ 5,6422 no mercado doméstico de câmbio. A moeda americana perdeu força globalmente, com o índice DXY, que compara a divisa com outros pares fortes, recuando abaixo dos 100 pontos. “O movimento é de aversão ao risco, consequência de uma visão de desvalorização da moeda americana, com metais preciosos subindo mais intensamente nos últimos dias. Eles têm servido como um porto-seguro para os investidores neste momento”, reflete André Valério, economista sênior do Inter.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Raízen (RAIZ4), Cosan (CSAN3) e Petrorecôncavo (RECV3).
Raízen (RAIZ4): 5,95%, R$ 1,78
As ações da Raízen (RAIZ4) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, subindo 5,95% a R$ 1,78. “A empresa reportou resultados fracos recentemente, mas pode estar sendo impulsionada pela expectativa de queda nas taxas de juros mais adiante, o que deve ser bastante benéfico para a companhia”, destaca Silva, da GT Capital.
A RAIZ4 está em baixa de 1,66% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 17,59%.
Cosan (CSAN3): 1,32%, R$ 7,68
A controladora da Raízen também se saiu bem. Os papéis da Cosan (CSAN3) terminaram o dia com ganho de 1,32% a R$ 7,68.
A CSAN3 está em baixa de 1,16% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 5,88%.
Petrorecôncavo (RECV3): 1,21%, R$ 14,27
Os papéis da Petrorecôncavo (RECV3) conseguiram subir mesmo em dia de queda do petróleo. As ações da empresa terminaram o pregão em valorização de 1,21% a R$ 14,27.
A RECV3 está em alta de 17,06% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 7,28%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Marcopolo (POMO4), Vamos (VAMO3) e Ultrapar (UGPA3).
Marcopolo (POMO4): -6,94%, R$ 6,7
As ações da Marcopolo (POMO4) sofreram a pior queda do Ibovespa hoje, cedendo 6,94% a R$ 6,7, sem notícias específicas que justifiquem o movimento.
A POMO4 está em baixa de 3,87% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 5,37%.
Vamos (VAMO3): -6,6%, R$ 4,39
Quem também se saiu mal foi a Vamos (VAMO3), que sofreu um tombo de 6,6% a R$ 4,39.
A VAMO3 está em baixa de 10,77% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 7,58%.
Ultrapar (UGPA3): -6,33%, R$ 16,58
Entre os destaques negativos do Ibovespa hoje, estiveram ainda as ações da Ultrapar, que derreteram 6,33% a R$ 16,58.
A UGPA3 está em baixa de 7,01% no mês. No ano, acumula uma valorização de 7,45%.
*Com Estadão Conteúdo