• Logo Estadão
  • Últimas notícias
  • opinião
  • política
  • economia
  • Estadão Verifica
Assine estadão Cavalo
entrar Avatar
Logo Estadão
Assine
  • Últimas notícias
  • opinião
  • política
  • economia
  • Estadão Verifica
Logo E-Investidor
  • Últimas Notícias
  • Direto da Faria Lima
  • Mercado
  • Investimentos
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Análises Ágora
Logo E-Investidor
  • Últimas Notícias
  • Mercado
  • Investimentos
  • Direto da Faria Lima
  • Negócios
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Análises Ágora
  • Newsletter
  • Guias Gratuitos
  • Colunistas
  • Vídeos
  • Áudios
  • Estadão

Publicidade

Colunista

Novo IOF: de ferramenta regulatória a caixa registradora do governo

Mudança repentina no IOF expõe não só o uso arrecadatório de um tributo extrafiscal, mas também o improviso e a insegurança jurídica que contaminam a política econômica

Por Samir Choaib

24/05/2025 | 9:00 Atualização: 24/05/2025 | 9:00

Receba esta Coluna no seu e-mail
. (Foto: Agência Brasil)
. (Foto: Agência Brasil)

O governo brasileiro voltou a protagonizar um episódio preocupante, agora envolvendo o IOF — Imposto sobre Operações Financeiras — ao instituir, por decreto, um significativo aumento de alíquotas, com o objetivo declarado de elevar a arrecadação em mais de R$ 20 bilhões ainda em 2025.

Leia mais:
  • Recuo no IOF expõe ruídos na política econômica e preocupa mercado financeiro; veja análise
  • Aumento de IOF e cortes anunciados pelo governo vão acabar com o bom momento da Bolsa?
Cotações
09/12/2025 11h31 (delay 15min)
Câmbio
09/12/2025 11h31 (delay 15min)

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Na mesma noite, após repercussão negativa, a medida foi revertida. O episódio escancara não apenas a utilização fiscalista e descoordenada do tributo, como também aprofunda a sensação de descompasso entre os agentes públicos. Essa improvisação legislativa, somada à falta de articulação entre os comandos da política econômica, gera insegurança jurídica, instabilidade regulatória e desconfiança fiscal.

O anúncio causou surpresa e preocupação, não apenas pelos impactos diretos sobre crédito, câmbio e investimentos, mas também pelo flagrante desrespeito à função constitucional desse tributo.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Abra sua conta na Ágora Investimentos

O IOF nasceu com uma função clara: regular o comportamento do mercado financeiro. Sua lógica é extrafiscal, ou seja, não visa arrecadar, mas modular decisões de crédito, câmbio, seguros e investimentos, atuando como um freio ou estímulo em momentos estratégicos. Serve para evitar excessos especulativos, conter inflação, segurar ou liberar capital externo. Quando utilizado com técnica e parcimônia, é uma poderosa ferramenta de política econômica.

O problema começa quando essa lógica é distorcida. O que vimos foi o uso explicitamente arrecadatório do IOF. O próprio governo, em comunicado oficial, afirmou que o objetivo das novas alíquotas é contribuir para o equilíbrio fiscal e compensar frustrações de receita. Ou seja, assumiu sem pudor o desvio de finalidade tributária, como se o IOF fosse um instrumento de financiamento corrente da máquina pública.

Todas as medidas foram anunciadas com a justificativa de reforçar o caixa, num momento de fragilidade fiscal e pressão por aumento de despesas. A questão não é trivial: não se trata apenas de um erro técnico — trata-se de uma violação da lógica constitucional do sistema tributário.

O desvirtuamento do IOF

Ao transformar um tributo regulatório em instrumento de arrecadação, o governo colide com os princípios da legalidade, da tipicidade e da função específica do tributo. O STF já assentou, em diversas ocasiões, que tributos extrafiscais não podem ser utilizados como meios de arrecadação continuada — ainda mais sem previsão orçamentária ou autorização legal específica.

O risco de dano institucional é alto. Aumentar o IOF com finalidade arrecadatória é recorrer a um atalho que burla o processo legislativo adequado para a criação de novas receitas, ignorando completamente a racionalidade do sistema tributário.

Publicidade

O resultado prático será mais custo para empresas e investidores, menos competitividade e, no médio prazo, menos crescimento. E pior: o sinal que se transmite ao mercado é o de que as regras do jogo tributário podem ser ignoradas sempre que o caixa apertar. A segurança jurídica tributária, já abalada, sofre mais um golpe.

O aumento da alíquota em operações de câmbio para fins de investimento pode funcionar como um verdadeiro desestímulo às transações financeiras internacionais — justamente em um momento em que o Brasil deveria buscar atratividade e previsibilidade para o capital estrangeiro.

Instituir IOF de 5% para novos aportes em previdência privada acima de R$ 50 mil mensais, por sua vez, parece absolutamente contraproducente. Estamos falando de produto de poupança de longo prazo, voltado à formação de reservas para a velhice. Encarecer esse tipo de aplicação representa um sinal oposto ao que deveria ser dado: em vez de estimular a formação de uma rede de proteção privada e aliviar o futuro peso sobre a previdência pública, o governo opta por penalizar esse esforço individual, enfraquecendo um dos poucos instrumentos que combinam educação financeira, disciplina de poupança e planejamento de longo prazo.

A propósito, várias entidades de previdência privada suspenderam os aportes, para entender melhor como operacionalizar a nova regra. Por exemplo: e se o cidadão tem três planos em três instituições diferentes e resolve aportar R$ 20 mil em cada um (R$ 60 mil no total)? Como recolher o IOF? Quem recolhe? Como tomar ciência das demais operações no mês? Incidirá sobre os R$ 60 mil ou somente sobre os R$ 10 mil excedentes? Enfim, melhor aguardar novos esclarecimentos.

Reflexos sobre o mercado de capitais

Há, ainda, reflexos sobre o mercado de capitais. Se o governo dificulta ou encarece o envio de recursos para fora, ou o resgate de investimentos realizados no exterior, a sinalização é de um ambiente hostil ao livre fluxo de capitais — o que afeta diretamente a confiança de investidores na bolsa brasileira. Não é por acaso que medidas assim evocam, ainda que implicitamente, a ideia de controle de capitais, uma prática associada a economias em crise, instáveis e pouco confiáveis.

Publicidade

Mais do que uma questão de legalidade, estamos diante de um problema de coerência institucional. Não se pode pregar reforma tributária e simplificação fiscal com uma mão, enquanto a outra aumenta alíquotas de um imposto regulatório para tapar buracos no orçamento.

Uma vez mais, o governo transfere ao cidadão o ônus de sustentar a pesada e ineficiente máquina pública, silenciando acerca da urgente necessidade de implementar gestão responsável, com revisão de gastos, corte de privilégios e racionalização dos custos e despesas estatais.

Conclusão: um desgoverno tributário

A reviravolta no IOF não é apenas um episódio isolado de má gestão tributária — é um sintoma. Um sintoma de um governo que parece ter perdido a bússola jurídica e fiscal, preferindo medidas de curtíssimo prazo, com lógica arrecadatória imediatista, mesmo que à custa de princípios constitucionais e de previsibilidade econômica.

Ao deturpar um imposto de natureza extrafiscal para fins meramente arrecadatórios, o Executivo atropela sua própria credibilidade institucional. E ao fazer isso por meio de decretos sucessivos e contraditórios, revela mais do que falta de método: revela um desgoverno tributário que ameaça o já combalido pacto de segurança jurídica entre o Estado e a sociedade.

 

Publicidade

Encontrou algum erro? Entre em contato

Compartilhe:
  • Link copiado
O que este conteúdo fez por você?

Informe seu e-mail

Publicidade

Mais lidas

  • 1

    Quando começar a investir para a aposentadoria? Especialistas mostram como construir renda para viver bem após os 60

  • 2

    XP e BTG podem ser responsabilizados pela venda dos CDBs do Master?

  • 3

    Ibovespa hoje fecha em alta com efeito “Flávio Bolsonaro 2026” e ‘Super Quarta’ no radar

  • 4

    B3 lança aplicativo com gráficos, extratos e notícias personalizadas para o investidor

  • 5

    Veja os fundos imobiliários que mais ganharam e mais perderam em 2025

Publicidade

Quer ler as Colunas de Samir Choaib em primeira mão? Cadastre-se e receba na sua caixa de entrada

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso do Estadão E-investidor.

Cadastre-se e receba Coluna por e-mail

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso do Estadão E-investidor.

Inscrição feita com sucesso

Webstories

Veja mais
Imagem principal sobre o Metrô de SP: quais cartões de crédito são aceitos nas catracas?
Logo E-Investidor
Metrô de SP: quais cartões de crédito são aceitos nas catracas?
Imagem principal sobre o Qual parte da Warner foi adquirida pela Netflix?
Logo E-Investidor
Qual parte da Warner foi adquirida pela Netflix?
Imagem principal sobre o Gás do Povo: quantas famílias serão atendidas na primeira etapa?
Logo E-Investidor
Gás do Povo: quantas famílias serão atendidas na primeira etapa?
Imagem principal sobre o Metrô de SP: quantas viagens podem ser feitas com cartão de crédito?
Logo E-Investidor
Metrô de SP: quantas viagens podem ser feitas com cartão de crédito?
Imagem principal sobre o Resultado da Quina: HORÁRIO ALTERADO HOJE (08); saiba que horas será o sorteio
Logo E-Investidor
Resultado da Quina: HORÁRIO ALTERADO HOJE (08); saiba que horas será o sorteio
Imagem principal sobre o Feriados 2026: veja os dias e se podem emendar
Logo E-Investidor
Feriados 2026: veja os dias e se podem emendar
Imagem principal sobre o Mega da Virada 2025: veja os números mais sorteados da história
Logo E-Investidor
Mega da Virada 2025: veja os números mais sorteados da história
Imagem principal sobre o Mega da Virada 2025: até que horas apostar nos R$ 850 milhões?
Logo E-Investidor
Mega da Virada 2025: até que horas apostar nos R$ 850 milhões?
Últimas: Colunas
A rota dos bilhões: como aproveitar a última janela de dividendos isentos da história
Marco Saravalle
A rota dos bilhões: como aproveitar a última janela de dividendos isentos da história

Uma análise detalhada sobre como a Lei nº 15.270/2025 deflagrou uma corrida de R$ 222 bilhões e o que muda na estratégia do investidor a partir de janeiro de 2026

08/12/2025 | 13h57 | Por Marco Saravalle
O novo capítulo do mercado cripto no Brasil: o que a regulação muda na prática
Fabricio Tota
O novo capítulo do mercado cripto no Brasil: o que a regulação muda na prática

Resoluções BCB 519, 520 e 521 elevam padrões de segurança, governança e transparência para investidores e plataformas

05/12/2025 | 14h02 | Por Fabricio Tota
Quanto custa comer no Kinoshita, um dos omakases mais versáteis de São Paulo?
Quanto custa?
Quanto custa comer no Kinoshita, um dos omakases mais versáteis de São Paulo?

Omakase com variedade rara de opções, do almoço acessível às harmonizações de luxo

04/12/2025 | 17h15 | Por Quanto custa?
IBGE fala que a renda do País só aumenta, mas então como o consumo cai?
Fabrizio Gueratto
IBGE fala que a renda do País só aumenta, mas então como o consumo cai?

Quando uma família reduz o peso das contas que vencem amanhã, ela desbloqueia a capacidade de pensar em períodos de tempo maiores: e esse é o primeiro passo para investir

04/12/2025 | 16h11 | Por Fabrizio Gueratto

X

Publicidade

Logo E-Investidor
Newsletters
  • Logo do facebook
  • Logo do instagram
  • Logo do youtube
  • Logo do linkedin
Notícias
  • Últimas Notícias
  • Mercado
  • Investimentos
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Negócios
  • Materias gratuitos
E-Investidor
  • Expediente
  • Fale com a redação
  • Termos de uso
Institucional
  • Estadão
  • Ágora Investimentos
Newsletters Materias gratuitos
Estadão
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube

INSTITUCIONAL

  • Código de ética
  • Politica anticorrupção
  • Curso de jornalismo
  • Demonstrações Contábeis
  • Termo de uso

ATENDIMENTO

  • Correções
  • Portal do assinante
  • Fale conosco
  • Trabalhe conosco
Assine Estadão Newsletters
  • Paladar
  • Jornal do Carro
  • Recomenda
  • Imóveis
  • Mobilidade
  • Estradão
  • BlueStudio
  • Estadão R.I.

Copyright © 1995 - 2025 Grupo Estado

notification icon

Invista em informação

As notícias mais importantes sobre mercado, investimentos e finanças pessoais direto no seu navegador