O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega nesta segunda-feira (16) ao Canadá, para participar como convidado da 50ª reunião da Cúpula do G7. No cenário local, segue a atenção à reação política em torno das medidas do governo relacionadas ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na quinta-feira (19), os mercados devem fechar por feriados no Brasil e EUA.
A notícia de que o Irã indicou, via canais diplomáticos, disposição em negociar sobre o programa nuclear do país e defendeu “violência contida” no conflito com os israelenses ajudou a dissipar a aversão ao risco que pesava sobre os mercados globais. Assim, o principal índice da B3 voltou a se aproximar do nível dos 140 mil pontos, marca que não era atingida desde o final de maio.
Ibovespa hoje: o que impulsiona o índice
Como estão as ações do Ibovespa hoje?
As ações dos grandes bancos operaram em alta nesta segunda-feira, com Bradesco PN liderando os ganhos no setor, com avanço de 2,15%, seguido por Itaú Unibanco PN (+1,82%), Bradesco ON (+1,84%), units BTG Pactual (+2,20%), Banco do Brasil (+1,81%) e units de Santander (+0,97%).
Para o sócio da Fatorial Investimentos, Fábio Lemos, o setor se recupera da queda da última semana, quando foi impactado pela MP do IOF. Além disso, para Hugo Queiroz, sócio da L4 Capital, o setor também é influenciado pelos dados do IBC-BR.
As ações ligadas ao ciclo interno de consumo, as chamadas cíclicas, lideraram as altas do Ibovespa hoje, com destaque para o Magazine Luiza (MGLU3), que disparou 6,71%.
IBC-Br, IGP-10 e leilão de linha ganham atenções antes do Copom
A reunião do Copom começa amanhã e termina na quarta, com anúncio da decisão após as 18h30. O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) caiu 0,97% em junho, após a queda de 0,01% em maio. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve expansão de 0,2% em abril, em dado dessazonalizado, informou o BC.
Bolsas europeias sobem; bolsas asiáticas fecham em alta
As bolsas da Europa fecharam em alta hoje, recuperando parte das perdas do final da última semana, quando operaram pressionadas pela escalada das tensões geopolíticas entre Israel e Irã. Por sua vez, o cenário foi parcialmente revertido, com sinalizações de que os lados não esperam seguir ampliando os ataques. Além disso, as disputas tarifárias desencadeadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a postura dos principais bancos centrais seguem alvo de atenção. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,36%, a 546,91 pontos.
Em Londres, o FSTE 100 avançou 0,28%, a 8.875,22 pontos. Em Frankfurt, o DAX teve alta de 0,75%, a 23.691,69 pontos. Em Madri, o Ibex35 ganhou 1,44%, a 14.110,80 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 subiu 0,94%, a 7.545,86 pontos. Em Milão, o FTSE MIB teve alta de 1,24%, a 39.929,18 pontos.
As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta segunda-feira, após uma série de dados chineses mostrarem resiliência da segunda maior economia do mundo, mesmo após a imposição de tarifas pelo governo Trump. Liderando ganhos na Ásia, o índice sul-coreano Kospi avançou 1,80% em Seul, enquanto o japonês Nikkei subiu 1,26% em Tóquio e o Hang Seng registrou ganho de 0,70% em Hong Kong.
Dólar e petróleo fica em baixa
No mercado doméstico de câmbio, o dólar hoje fechou em queda 1%, a R$ 5,4861 – é a primeira vez que o dólar fecha abaixo de R$ 5,50 desde 7 de outubro de 2024, menor valor de fechamento desde 7 de outubro (R$ 5,4859). Reginaldo Galhardo, da Treviso Corretora, afirma que a queda da moeda reflete o recuo global da moeda americana em meio ao apetite por risco internacional e é apoiado também por dados econômicos positivos no Brasil,
O dólar abriu a semana em queda firme no mercado local, alinhado à onda de enfraquecimento da moeda americana no exterior. A perspectiva de que o confronto entre Israel e Irã pode não se estender e ficar circunscrito entre os dois países, sem envolvimento direto dos Estados Unidos (EUA), diminuiu a aversão ao risco no exterior, abrindo espaço para recuperação de mercados acionários e divisas emergentes.
Operadores também citaram dados positivos da economia chinesa – varejo e indústria – e o possível desenlace das decisões de política monetária no Brasil e nos EUA na quarta-feira, 18, com manutenção de amplo diferencial de juros interno e externo, como pontos favoráveis ao recuo do dólar. O real apresentou o melhor desempenho entre as divisas latino-americanas. Considerando as moedas mais líquidas, ficou atrás apenas do rublo russo e do novo shekel israelense.
“O mercado parece estar tirando um pouco dos ativos os prêmios de risco relacionados à guerra entre Israel e Irã. É só olhar o preço do barril do petróleo voltando um pouco”, afirma o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima. “Além disso, os dados positivos da China acabam ajudando as moedas da América Latina, como o real.”
Após o escorregão de hoje, a moeda americana passa a recuar 4,08% em junho, o que leva as perdas acumuladas no ano a 11,23%
Já no mercado de commodities, o petróleo também encerrou em baixa. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para julho fechou em baixa de US$ 1,67 (US$ 1,22), a US$ 71,77 o barril. O Brent para agosto, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 1,35% (US$ 1,00), a US$ 73,23 barril.
Confira aqui mais notícias sobre o Ibovespa hoje ao longo do dia.