- Após a cisão entre GPA e o Grupo Assaí, as ações das companhias se comportaram de maneira distinta. Enquanto ASAI3 disparava 385,71%, PCAR3 caia 65,84%
- Cada acionista da controladora recebeu ações do Assaí na mesma proporção, ou seja, se o investidor tivesse 100 papéis PCAR3, continuou com esses papéis e ganhou mais 100 ações ASAI3
- O preço-justo encontrado por Conde foi de R$ 45,05 por ação
Após a cisão da subsidiária Senda, dona do Grupo Assaí (ASAI3), tanto as ações do Pão de Açúcar (PCAR3) quanto as da sua subordinada se comportaram de maneiras bem distintas na segunda-feira, 1º de março.
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As ações do Assaí dispararam 385,71%, sendo negociadas a R$ 71,40, o que a colocou como a maior alta do pregão. Por outro lado, os papéis do Pão de Açúcar fecharam em baixa 65,84%, cotados a R$ 23,33. Por conta da queda, os títulos entraram em leilão devido à oscilação máxima permitida.
Segundo relatório divulgado por Flávio Conde, analista CNPI da Inversa Publicações, sem o Assaí, as ações do Grupo Pão de Açúcar estão baratas. “Com potencial de valorização de mais de 70%”, diz o documento.
O que motiva isso?
Com a cisão, cada acionista da controladora recebeu ações do Assaí na mesma proporção, ou seja, se o investidor tivesse 100 papéis PCAR3, continuou com esses papéis e ganhou mais 100 ações ASAI3.
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O primeiro passo para o analista foi encontrar o preço justo para o GPA. “Projetei os resultados do GPA da receita líquida até o lucro líquido, passando pelo EBITDA e chegando no fluxo de caixa livre da empresa, o FCFF, de 2021 até 2025”, diz.
Sendo assim, o preço-justo encontrado por Conde foi de R$ 45,05 por ação. Até às 10h50 da quarta-feira (17), as ações do GPA eram cotadas a R$ 24,71, acumulando alta de 33,71% no ano de 2021.
“As projeções são conservadoras com a Receita Líquida de Vendas crescendo 5% ao ano e, principalmente, as margens foram reduzidas ano a ano, margem bruta e margem EBITDA, de modo a se obter números mais conservadores e potencialmente factíveis”, diz Conde.
O valor de mercado do Pão de Açúcar é de R$ 6,6 bilhões, o que corresponde a apenas 41% do grupo Mateus (GMAT3), que vende menos da metade do GPA.
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Comparado aos seus pares, o preço sobre o lucro (um dos indicadores mais usados na análise fundamentalista) está bem abaixo dos seus concorrentes. Enquanto o indicativo de Carrefour, Grupo Mateus e Assaí estão em 14,2x, 22,8x e 19,1x, respectivamente. O P/L, como também é conhecido, do GPA está em 5,2x. “Essas diferenças sugerem que as ações PCAR3 estão realmente subvalorizadas”, conclui.