O bitcoin é a maior criptomoeda em valor de mercado. (Foto: Adobe Stock)
Obitcoin hoje opera com perdas na manhã desta quarta-feira (18) com a escala das tensões em torno do conflito entre Israel e Irã. Às 9h (de Brasília), o ativo digital opera com uma desvalorização de 1,16% no acumulado das últimas 24 horas, sendo negociado a US$ 104,4 mil. A depreciação, segundo André Franco, analista de investimentos cripto e CEO da Boost Research, reflete a busca dos investidores por ativos menos voláteis à medida que as incertezas geopolíticas se intensificam.
“No curto prazo, o impacto sobre o bitcoin é negativo a neutro, devido à intensificação das tensões no Oriente Médio, que reforça o movimento de fuga para ativos tradicionais de proteção, como o dólar e os Treasuries”, diz o analista. Além do contexto geopolítico, os investidores permanecem atentos à reunião do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) que deve decidir o futuro da política monetária dos Estados Unidos.
A expectativa é que os membros do Fed mantenham os juros inalterados pela quarta vez seguida, matendo as taxas no intervalo de 4,25% e 4,5% ao ano. Os analistas de mercado aguardam uma postura de “esperar para ver” os impactos das tarifas e tensões geopolíticas sobre a inflação. No entanto, há incerteza quanto ao tom do comunicado. Vale destacar que alguns dados econômicos sinalizam ao mercado que o BC americano pode dar início ao ciclo de queda dos juros ainda este ano.
O índice de preços ao consumidor dos EUA (CPI, na sigla em inglês), por exemplo, subiu 0,1% em maio ante abril. Na comparação anual, o avanço chega a 2,4%. O resultado veio abaixo da previsão dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast que esperavam uma alta de 0,2% em maio e de 2,5% no ano.
Para Luísa Pires, líder de análise e fundadora da LP Crypto, a queda dos juros nos EUA não suscita dúvidas: a questão é quando vão recuar e em que ritmo. “O bitcoin se beneficia diretamente de momentos em que o dinheiro volta a circular com mais fluidez. Quanto menor o custo do capital, maior o fluxo para ativos com alto potencial de valorização. Foi exatamente o que vimos nos ciclos de alta passados, especialmente entre 2020 e 2021”, diz Pires.