

O Ibovespa hoje fechou em queda de 0,13%, aos 139.302,85 pontos. Nesta terça-feira (8), as atenções do mercado estiveram nos recentes anúncios de tarifas dos Estados Unidos. Na agenda local, dados de varejo de maio ganharam destaque.
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O Ibovespa hoje fechou em queda de 0,13%, aos 139.302,85 pontos. Nesta terça-feira (8), as atenções do mercado estiveram nos recentes anúncios de tarifas dos Estados Unidos. Na agenda local, dados de varejo de maio ganharam destaque.
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O principal índice da B3 hoje operou com fôlego curto, em meio a sinais de enfraquecimento da atividade medida pelo varejo brasileiro e incertezas comerciais. Na véspera, o anúncio de tarifas a vários países pelos Estados Unidos levou o indicador a cair 1,26%, para os 139.489,70 pontos, após recentes máximas.
A despeito do declínio do petróleo, as ações da Petrobras subiram (PETR3 avançou 2,52%) e (PETR4 ganhou 1,43%), assim como as da Vale (VALE3), com alta de 0,35%, na esteira do minério de ferro, em recuperação a perdas recentes. Os papéis da mineradora reagiram também ao anúncio do presidente de Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre o cobre, o que fez os contratos futuros do metal dispararem mais de 13% em Nova York hoje.
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Investidores monitoraram notícias sobre as tarifas americanas, diante da escalada das tensões comerciais. Na segunda-feira (7), o presidente dos EUA, Donald Trump, enviou cartas a 14 países, incluindo Japão e Coreia do Sul, notificando que seus produtos ficarão sujeitos a “tarifas recíprocas”, variando de 25% a 36%, a partir de 1º de agosto.
O republicano espera que “países negociem comercialmente conosco”. E completou: “O prazo é um incentivo e as nações estão dispostas a nos dar tudo agora”. Trump também confirmou que “muitos acordos comerciais serão fechados em breve” e que deve mandar uma carta para a União Europeia (UE) em até dois dias.
Em reunião de gabinete nesta terça-feira, o presidente comentou a atuação dos Brics, afirmando que o grupo “foi criado para nos atingir e desvalorizar o dólar”. Para quem se alinhar a esse bloco, advertiu que pagará uma tarifa de 10%.
Depois da sessão anterior, marcada por maior aversão a risco diante das ameaças tarifárias, o tom dos mercados foi levemente positivo, em meio ao adiamento dessas medidas – que estavam previstas anteriormente para quarta-feira (9) – e a uma agenda esvaziada, aponta Carlos Lopes, economista do banco BV. “A agenda econômica não teve grandes destaques, tanto no mundo quanto no Brasil, exceto pelas vendas do varejo brasileiro de maio, que vieram para completar os dados do segundo trimestre”, diz. Veja mais abaixo os detalhes do indicador.
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Enquanto isso, no mercado de câmbio local, o dólar hoje fechou em queda de 0,58% cotado a R$ 5,4458. Por sua vez, o índice DXY, que mede a moeda americana com seis divisas fortes, encerrou em alta de 0,03%, a 97,516 pontos.
A agenda econômica desta terça-feira (8) acompanhou o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, em almoço com a Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo (FPE) e o Instituto Unidos Brasil (IUB), em Brasília. O Ibovespa hoje repercutiu ainda as vendas do varejo de maio, com expectativa mediana de alta de 0,2% na série restrita e de 1% na ampliada.
O Tesouro realizou leilões de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B, títulos públicos com rendimento atrelado à inflação) e Letra Financeira do Tesouro (LFT, título pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa de juros).
No fim do dia, a atenção se voltará à China, com a divulgação dos índices de preços ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) de junho.
Os sinais foram mistos nas bolsas de valores internacionais em dia de agenda esvaziada, com investidores ainda repercutindo novas propostas tarifárias feitas pelo governo Trump.
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Na segunda-feira (7), o presidente americano Donald Trump enviou cartas a 14 países, incluindo Japão e Coreia do Sul, notificando que seus produtos ficarão sujeitos a “tarifas recíprocas“, variando de 25% a 36%, a partir de 1º de agosto. Com isso, o prazo que venceria na quarta-feira (9) foi prorrogado.
A S&P Global Ratings afirmou que o novo pacote orçamentário dos Estados Unidos “assegura a continuidade do serviço da dívida pública em tempo hábil”, após o Congresso aprovar um aumento de US$ 5 trilhões no teto da dívida. No entanto, o pacote não reduz o déficit fiscal. Estimativas preliminares de analistas externos apontam que o déficit acumulado pode elevar a dívida em US$ 4 trilhões a US$ 5 trilhões em dez anos.
Nos EUA, o Dow Jones fechou em baixa de 0,37%, aos 44.240,76 pontos. O S&P 500 cedeu 0,07%, aos 6.225,52 pontos, após máxima histórica de fechamento na quinta-feira da semana passada. O Nasdaq resistiu com alta de 0,03%, aos 20.418,46 pontos.
As bolsas da Europa fecharam em alta hoje. O índice pan-europeu Stoxx 600 terminou em valorização de 0,41%, a 545,71 pontos. Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,54%, a 8.854,18 pontos, onde a petroleira BP avançou 3,21%. Em Frankfurt, o DAX ganhou 0,50%, a 24.193,11 pontos. Em Paris, o CAC 40 avançou 0,56%, a 7.766,71 pontos.
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As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta terça-feira, após o Trump postergar tarifas para produtos do Japão, Coreia do Sul, Casaquistão e Tunísia.
Os contratos futuros do petróleo inverteram sinal ao longo do dia e fecharam a sessão em alta. No radar, estiveram as tarifas dos EUA e um aumento maior do que o esperado na oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) para agosto.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, na China, para setembro de 2025, encerrou em alta de 0,14%, cotado a 733 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 102,16.
As vendas do comércio varejista caíram 0,2% em maio ante abril, coincidindo com o piso das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast. Já o varejo ampliado — que inclui as atividades de material de construção, veículos e atacado alimentício — mostrou alta de 0,3% no mês, próximo ao piso de 0,2% das expectativas (cujo teto era de 2,0%, com mediana positiva de 1,0%).
Para o economista André Perfeito, o resultado de maio sugere certa acomodação num dos componentes mais relevantes para a atividade brasileira, após meses de política monetária restritiva. “Isso reforça a hipótese de que os juros devem permanecer no atual patamar e podem, eventualmente, até cair já no final de 2025”, avalia em nota.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou na segunda-feira (7) que o governo busca não apenas defender o decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mas sim a “capacidade de governar”. Segundo ele, não há constitucionalidade na derrubada do texto por parte do Congresso Nacional. “Se um governo não conseguir mais editar decreto, não conseguir mais fazer portaria, acabou o governo”, afirmou no programa Roda Viva, da TV Cultura.
Costa disse ainda que o governo deverá reabrir nos próximos dias o diálogo com os presidentes da Câmara e do Senado, além de líderes partidários. O ministro informou também que o governo deve publicar nesta semana uma medida provisória (MP) como alternativa aos vetos do presidente ao marco legal das eólicas offshore (fora da costa), que foram derrubados pelo Congresso Nacional.
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Esses e outros dados do dia ficaram no radar dos investidores e impactaram as negociações dos ativos do Ibovespa hoje.
* Com informações de Maria Regina Silva, Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast
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