A MRV&Co – conglomerado que reúne MRV (MRVE3), Urba, Luggo e Resia – teve ampliação dos lançamentos e das vendas de imóveis no segundo trimestre, puxado pela melhora nas condições do Minha Casa Minha Vida (MCMV). Além disso, o grupo reportou geração de caixa no resultado consolidado.
O relatório operacional prévio da MRV mostrou que, no segmento de incorporação imobiliária (MRV), os lançamentos foram de R$ 3,4 bilhões no segundo trimestre de 2025, avanço de 54,2% em relação ao mesmo trimestre de 2024. No acumulado do primeiro semestre, os lançamentos totalizaram R$ 6,3 bilhões, expansão de 58,9% na comparação com o mesmo período do ano passado.
As vendas líquidas no trimestre da MRV foram de R$ 2,7 bilhões, subida de 5,8%, e no semestre atingiram R$ 4,8 bilhões, alta de 3,9%. A velocidade de vendas foi de 24,4% no segundo trimestre, queda de 9,4 pontos porcentuais.
“A venda está bastante forte no Minha Casa Minha Vida, com a demanda aquecida. Por isso temos sido mais agressivos em lançamentos”, afirmou o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Ricardo Paixão. “Com as vendas crescentes, esperamos uma receita maior trimestre a trimestre”.
O resultado da MRV poderia ter sido melhor não fosse pelo represamento de R$ 310 milhões em vendas. Essas vendas já foram concluídas, mas não foram contabilizadas porque não tiveram o repasse efetivado devido a atrasos na liberação de recursos de programas habitacionais do Ceará e do Amazonas, que complementam os subsídios do MCMV. Ao todo, há 1,3 mil clientes afetados pela pendência. A demora na liberação do dinheiro vem ocorrendo desde o começo do ano. A situação também aconteceu no Rio Grande do Sul, mas já foi normalizada por lá. Segundo Paixão, a expectativa é de resolver as pendências restantes ao longo do terceiro trimestre.
O diretor financeiro disse que a recém-criada faixa 4 do MCMV já responde por cerca de 20% dos lançamentos da MRV. Outros 65% estão na faixa 2 e 3, enquanto aproximadamente 15% estão na faixa 1. A MRV não está criando projetos específicos para a faixa 4, que abrange imóveis de até R$ 500 mil. Em vez disso, tem enquadrado empreendimentos que já estavam em desenvolvimento nessa faixa de preço. Ao entrarem no MCMV, os imóveis podem ser financiados com juros mais baixos, o que facilita o acesso das famílias à casa própria.
MRV: prioridade é acelerar a velocidade de vendas ou subir o preço em busca de melhora da margem de lucro
Com esse ganho de liquidez, a MRV tem aproveitado para reduzir o valor da entrada na compra dos imóveis e que era parcelado (pro soluto, no jargão). Em outros casos, a prioridade é acelerar a velocidade de vendas ou subir o preço em busca de melhora da margem de lucro. “Para cada projeto temos tido uma linha diferente, mas a prioridade tem sido cortar o pro soluto”, observa Paixão.
No segundo trimestre, o preço médio dos imóveis vendidos foi de R$ 270 mil, crescimento de 7,6%. Isso se deve à comercialização de um mix de apartamentos com maior valor agregado, além de subidas de preço.
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Na MRV, os repasses de clientes para o financiamento bancário no trimestre somaram 9,0 mil unidades, leve alta de 0,6%. A produção alcançou 9,8 mil unidades, alta de 11%.
A MRV teve queima de caixa ajustada de R$ 33,7 milhões. O critério ajustado exclui R$ 20,6 milhões de efeitos contábeis de swaps das dívidas e os juros da dívida corporativa. Sem ajuste, a queima de caixa teria sido de R$ 54,1 milhões.
O fluxo de caixa da MRV&CO teve dois efeitos negativos no trimestre com impacto de R$ 122 milhões. Um deles foi a mudança no critério de repasses da Caixa Econômica Federal, que postergou a entrada de R$ 45 milhões. Outro foi a dificuldade de repasse de 1,3 mil clientes de programas estaduais, equivalentes a R$ 77 milhões. Não fossem tais efeitos, a MRV teria apresentado geração de caixa de R$ 88 milhões.
Já em termos consolidados, a MRV&CO teve geração de caixa ajustada em R$ 136,4 milhões. A maior contribuição veio da subsidiária Resia, que atua nos Estados Unidos e teve geração de caixa de US$ 39,3 milhões oriunda da venda de ativos. A Urba contribuiu com R$ 8,7 milhões. Já a Luggo teve queima de R$ 30,1 milhões.
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A Luggo está em fase de conclusão de obras de três empreendimentos que serão ofertados ao mercado em breve, com potencial de vendas de R$ 185 milhões.s investidores pessoa física somaram 5,357 milhões, avanço anual de 4,9% e mensal de 0,4%.