83% dos entrevistados vê o Ibovespa acima de 140 mil pontos ao fim do ano. (Imagem: manassanant em Adobe Stock)
O otimismo de gestores de fundos da América Latina com o Brasil aumentou, mostra a pesquisa mensal realizada pelo Bank of America (BofA) divulgada nesta terça-feira (15). 83% dos entrevistados esperam que o Ibovespa encerre 2025 acima de 140 mil pontos. Há um mês, o percentual era de 66%.
A maior convicção com a Bolsa brasileira tem a ver com juros. 43% dos entrevistados acreditam que o Banco Central deve iniciar o ciclo de cortes na Selic ainda este ano. O próprio BofA projeta um corte de 0,50 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária de dezembro, o que faria a taxa encerrar 2025 em 14,5% ao ano.
A leitura mais positiva para Brasil também se reflete no câmbio. Na média, os gestores esperam que o dólar encerre 2025 a R$ 5,45 – 60% dos entrevistados apostam em valores entre R$ 5,41 e R$ 5,70. Desde junho, mais do que dobrou a parcela dos que acreditam que a cotação pode cair a patamares entre R$ 5,11 e R$ 5,40.
Também cresceu a parcela de gestores que acredita que a pauta eleitoral vai estar na mesa dos investidores com antecedência. 57% responderam que o “trade de eleição” começará a fazer preço no último trimestre de 2025 ou antes; há um mês, a aposta maior era que o tema só começaria a balançar o mercado no primeiro trimestre de 2026.
Mas o BofA faz uma ressalva: a maior parte dos entrevistados respondeu à pesquisa antes do governo dos Estados Unidos retaliarem o Brasil com tarifas de 50% sobre importações brasileiras. Para os gestores, o fortalecimento do dólar permanece como o principal risco de cauda aos mercados emergentes, mas no último mês também cresceu a parcela que se preocupa com a volta do ciclo de alta de juros nos EUA.
Segundo a Latam Fund Manager Survey, a maioria dos gestores acredita que o mercado brasileiro vai perfomar melhor que o México, onde a incerteza permanece elevada em meio às tarifas dos EUA e falta de consenso em relação a juros. 50% dos entrevistados dise não saber o que esperar das ações mexicanas neste cenário.