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As estimativas para os próximos dividendos do Banco do Brasil (BBAS3) estão sendo revisadas para baixo em meio ao pessimismo do mercado com os resultados do 2º trimestre, que serão divulgados em agosto pela estatal. Com o fiasco do último balanço, devido ao aumento do provisionamento (reserva financeira para cobrir futuros calotes) para o agronegócio, o mercado espera uma redução substancial nas próximas remunerações aos acionistas. O corte nas projeções reflete o aumento da inadimplência da carteira de crédito, que promete pressionar os números da companhia.
Para o Safra, o problema deve resultar em um dividend yield (DY) de 6,2% em 2025, percentual bem abaixo dos 12,3% de 2024. A estimativa reflete a queda de 51,1% no lucro líquido do banco, esperado para o balanço do segundo trimestre deste ano. “Projetamos mais um trimestre fraco para o BB. Acreditamos que a queda no segundo trimestre possa vir da carteira de crédito corporativo, especialmente de pequenas e médias empresas”, disseram os analistas Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes e Rafael Nobre em relatório. Contamos os detalhes nesta reportagem.
O Itaú BBA tem uma projeção similar. A instituição financeira estima a necessidade de um acréscimo de R$ 24 bilhões no provisionamento (reserva financeira para cobrir futuros calotes) da carteira de crédito da estatal, em função do aumento da inadimplência tanto do agronegócio quanto dos clientes do varejo e corporativo. O adicional obrigou a equipe de research do Itaú a reduzir o payout (percentual do lucro destinado para proventos) de dividendos do BB para 30%, o que resultaria em um dividend yield de 6%. Antes, a expectativa era algo em torno de 40% a 45%.
“Espera-se que os próximos trimestres sejam piores que o 1º trimestre, devido ao cronograma natural de pagamento/atraso do crédito, e não antecipamos melhorias significativas neste ano, à medida que novas provisões são adicionadas”, escreveram Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjar em relatório, publicado em junho. Já a Terra Investimentos espera um DY de 8% para 2025, após reduzir as projeções para o BB em um ponto percentual.
Diante das revisões das expectativas, o valor exato das próximas remunerações aos acionistas do Banco do Brasil se tornou em uma grande incógnita para o mercado. A próxima remuneração está prevista para ser anunciada no dia 13 de agosto, na mesma data em que o BB divulga os seus resultados dos meses de abril a junho. Já o pagamento está programado para o dia 11 de setembro.
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A Genial Investimento espera uma distribuição de R$ 2,3 bilhões em dividendos. Já a Monte Bravo calcula em um pagamento na ordem de R$ 1,5 bilhão em dividendos após cortar sua projeção em 30%. Vale lembrar que uma parte desses proventos, referentes ao 2º trimestre, já foi paga antecipadamente, seguindo o cronograma estabelecido pela empresa em fevereiro. No dia 12 de junho, o Banco do Brasil distribuiu R$ 516,3 milhões sob forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP), equivalente a um pagamento de R$ 0,09044686629 por ação aos acionistas.
O Banco do Brasil (BBAS3) deixou de ser uma das ‘queridinhas’ do mercado após a divulgação do seu balanço referente ao primeiro trimestre de 2025. Na época, o banco estatal entregou um lucro líquido ajustado de R$ 7,374 bilhões, o que representou uma queda de 20,7% em relação a igual período de 2024. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) também cedeu 4,98 pontos percentuais na base anual, ficando em 16,7% no trimestre.
Os resultados, segundo o BB, foram penalizados pela Resolução nº 4.966 do Conselho Monetário Nacional (CMN), que começou a valer neste ano. A medida obriga as instituições financeiras a anteciparem as ‘provisões’ por perdas esperadas em seu balanço. Entenda mais sobre o assunto nesta reportagem.
Sob a nova regra, a companhia reportou uma inadimplência de 3,04% no primeiro trimestre de 2025 na carteira de crédito do setor rural, contra os 1,19% no mesmo período de 2024. A disparada de 1,84 ponto percentual nos atrasos dos pagamentos retirou o Banco do Brasil (BBAS3) das carteiras recomendadas focadas em dividendos de diferentes bancos e corretoras. Isso porque os números acenderam o alerta de que o problema da inadimplência do BB deve persistir nos próximos trimestres.
Já os papéis da estatal na Bolsa de Valores entrarem em queda livre com a mudança da recomendação. Em 2025, as ações do BB acumulam perdas de 11%, sendo negociadas a R$ 20,67.
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