Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, enviou carta ao governo brasileiro anunciando as tarifas com justificativas que extrapolam a esfera comercial. (Foto: Adobe Stock)
OIbovespa hoje fechou em leve alta de 0,04%, aos 135.564,74 pontos. As atenções do mercado nesta quinta-feira (17) estiveram com o aumento da popularidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os desdobramentos sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). No exterior, a pauta das tarifas americanas seguiu em destaque.
O principal índice da B3 hoje acompanhou a valorização de 1,81% do minério de ferro e do petróleo– que avançou 1,75% no WTI e 1,46% no barril do tipo Brent. Além disso, seguiram no foco as incertezas com as tarifas impostas a produtos brasileiros pelos Estados Unidos e outros temas relacionados ao Brasil. O dólar hoje fechou em queda de 0,26% a R$ 5,5472.
Também no foco dos investidores esteve a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de manter parte do decreto do presidente Lula sobre o aumento do IOF – veja os detalhes nesta reportagem. A matéria merece atenção principalmente de investidores de ações de varejistas, bancos e seguradoras. “O posicionamento do STF impacta o mercado de crédito ao trazer novas variáveis para operações que já vinham sendo ajustadas a um cenário de juros elevados”, pontua Jorge Kotz, CEO da Holding Grupo X, em nota.
Outro ponto no radar do mercado foi a nova pesquisa Genial/Quaest, que mostra melhora nas intenções de voto de Lula para as eleições de 2026 — com o presidente vencendo todos os potenciais adversários tanto no primeiro quanto no segundo turno. Papéis de estatais podem ser os mais sensíveis a esse avanço do petista.
Ibovespa hoje: o que movimentou esta quinta-feira (17)
Bolsas globais digerem tarifas de Trump e rumores sobre Powell
O mercado financeiro concentrou as atenções nesta quinta-feira (17) nas negociações de tarifas dos EUAe nos discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que ganham relevância em meio aos ataques a Jerome Powell, presidente da autoridade monetária do país. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também repercutiu no Ibovespa hoje.
A agenda econômica desta quinta-feira trouxe o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de julho pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) está em reuniões durante todo o dia com representantes da indústria e com o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex). No exterior, os EUA informaram dados de vendas no varejo em junho e os pedidos semanais de auxílio-desemprego, além do índice de confiança das construtoras em julho.
As bolsas de Nova York fecharam em alta, mesmo com os rumores sobre a possível demissão de Jerome Powell por Donald Trump, que voltou a criticá-lo. Dow Jones subiu 0,52%, enquanto Nasdaq e S&P 500 avançaram 0,74% e 0,54%, respectivamente.
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O presidente do Fed de Nova York, John Williams, alertou que as tarifas dos EUA podem elevar a inflação em até 1 ponto porcentual até o início de 2026 e defendeu juros “modestamente restritivos”. Trump prometeu anunciar uma tarifa única de 10% a 15% para cerca de 150 países e falou em possível acordo com a União Europeia, mas descartou avanços com o Canadá por ora.
As bolsas da Europa fecharam em alta hoje, acompanhando as negociações comerciais entre Estados Unidos e União Europeia, a temporada de balanços e a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,96%, a 547,03 pontos. Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,52%, a 8.972,64 pontos. Em Frankfurt, o DAX avançou 1,51%, a 24.370,93 pontos. Em Paris, o CAC 40 ganhou 1,29%, a 7.822,00 pontos.
Depois de tentar a conciliação entre os dois Poderes, o ministro Alexandre de Moraes validou a maior parte do decreto do governo que aumentou o imposto e havia sido derrubado pelos parlamentares, mas revogou a tributação das operações do chamado risco sacado. Segundo ele, por entender que não configuram operações de crédito – veja impacto para o mercado.
Popularidade de Lula cresce no Brasil
Também pesou nos ativos a nova pesquisa Genial/Quaest, que apontou melhora na avaliação do governo após o tarifaço de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros, além de mostrar que o presidente Lula venceria as eleições de 2026 em todos os cenários.
Esses e outros dados do dia ficaram no radar de investidores e impactaram as negociações na Bolsa de Valores brasileira, influenciando o Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva, Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast