A expectativa do banco é de que haja um aumento médio de 9% na receita líquida, uma diminuição de 1% no Ebitda e um aumento de 58% no lucro líquido para o segundo trimestre de 2025, todos em base anual. Para os setores domésticos, o Santander estima aumentos médios (anual) de 11% na receita líquida, 14% no Ebitda e 5% no lucro líquido.
O banco ressalta que durante o período a economia brasileira manteve-se resiliente, embora mostrando sinais de desaceleração. “Após um crescimento do PIB de 1,4% em comparação trimestral no primeiro trimestre de 2025 (impulsionado pelo forte desempenho do setor agrícola), a equipe macro do Santander espera que o PIB se expanda em 0,4% no segundo trimestre de 2025”, afirma o banco.
Em relação à inflação, o IPCA acumulado nos últimos 12 meses foi de 5,4% em junho de 2025, acima do limite superior da meta de inflação (4,5%) e superior à taxa registrada em junho de 2024 (4,2%). Embora a inflação tenha permanecido acima da meta, a valorização do real em relação ao dólar contribuiu para uma queda nas expectativas de inflação para o final de 2025.
O Santander também destaca que o trimestre foi marcado pelo fim do ciclo de aumentos adicionais da taxa Selic. “A continuidade de uma política monetária restritiva reforça a perspectiva de uma desaceleração gradual da economia brasileira ao longo do segundo semestre de 2025″, diz o banco.
Em relação ao cenário global, a análise demonstra que o segundo trimestre do ano foi marcado por incertezas geopolíticas, com tensões no Oriente Médio e dinâmicas comerciais globais em mudança, mantendo os investidores em alerta. Embora o desenvolvimento mais significativo – a proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, de uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras – tenha ocorrido no início de julho, isso adicionou um elemento de aversão ao risco nos mercados locais, apesar do impacto macroeconômico parecer limitado até agora.
O Santander ressalta que, durante a temporada de resultados, estará monitorando de perto o sentimento corporativo durante as chamadas de resultados para entender melhor se as empresas já estão começando a perceber sinais de desaceleração econômica e como isso tem afetado seus resultados.
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“Também estaremos monitorando potenciais impactos negativos nas empresas sob nossa cobertura causados pelas tarifas propostas dos EUA sobre produtos brasileiros, embora esperemos que tais efeitos sejam limitados e concentrados em alguns nomes específicos”, finaliza sobre a temporada de balanços do segundo trimestre.