Com vendas acima do esperado e margens resilientes, o varejo de moda retomou o fôlego e já inspira projeções mais otimistas para 2025. Um relatório do Itaú BBA estima que a Lojas Renner (LREN3) terá um crescimento de 12,9% no lucro este ano, enquanto a Guararapes (GUAR3), dona da Riachuelo, deve avançar 18,3%. Já a C&A (CEAB3) é o destaque dentre os pares: se conseguir reduzir a diferença de produtividade em relação à líder do setor, pode elevar seu lucro em até 56%.
Para o analista do BBA, Rodrigo Gastim, a C&A é a principal aposta de valorização no segmento. Atualmente, a Renner vende aproximadamente 24% mais por loja física de vestuário, o que indica o potencial de crescimento da concorrente caso atinja níveis semelhantes de eficiência.
Se esse patamar for alcançado sem aumento proporcional das despesas, o lucro projetado da C&A para 2025 pode saltar 56%. Considerando também melhorias em canais digitais e na categoria de beleza, o avanço poderia chegar a 92%.
“Não vemos razões para que a C&A não seja capaz de fechar pelo menos a primeira lacuna de produtividade nos próximos anos, o que pode se traduzir em forte geração de valor e crescimento de lucro menos dependente de fatores macroeconômicos”, afirmou, reiterando recomendação de compra para o papel da C&A e com preço-alvo de R$ 21 para 2025, o que representa um potencial de valorização de 27% frente ao último fechamento.
A Lojas Renner também surpreendeu positivamente. Após um quarto trimestre de 2024 fraco, a empresa apresentou um primeiro semestre robusto, com receita e margens superando as estimativas mesmo diante de adversidades cambiais. Isso levou o Itaú BBA a elevar em 15% a projeção de lucro para 2026.
Ainda assim, a recomendação para o papel segue neutra, com preço-alvo de R$ 19, diante da forte valorização das ações neste ano e do prêmio de negociação de até 40% em relação à C&A e à Guararapes. “Preferimos aguardar mais evidências de que o momento atual é totalmente sustentável”, disse. O preço-alvo equivale a um potencial de valorização de 7,16 frente ao último fechamento.
A Guararapes, controladora da Riachuelo, também vem surfando a maré favorável. Apesar de ter menor exposição às regiões de clima frio, o que limita parte do efeito sazonal positivo, a empresa apresentou crescimento consistente de receita e margens brutas em expansão. Para 2026, o Itaú BBA revisou em 40% a estimativa de lucro e vê a ação negociando a um múltiplo (P/L) de apenas 8 vezes, o mais baixo entre as companhias do setor sob cobertura. A recomendação é de compra e o preço-alvo de R$ 12, o que representa um potencial de alta de 56% ante o último fechamento.
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Para o banco, o bom desempenho do primeiro semestre já está em grande parte precificado nas ações, e os próximos dois meses serão determinantes para testar a resiliência do setor e ajustar as expectativas para 2026. Ainda assim, a leitura é de que o vestuário segue se mostrando uma das histórias mais interessantes do varejo neste ano.
Conteúdo traduzido e produzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast