Unidade de processamento de carnes; ações de BRF, Marfrig e Minerva sobem com resultados e perspectivas mais positivas para o setor. (Foto: Adobe Stock)
As ações dos frigoríficosBRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) fecharam em alta nesta sexta-feira (15), impulsionadas pelos resultados financeiros do segundo trimestre de 2025 (2T25) e perspectivas de mercado mais positivas. No fechamento, os papéis subiram, respectivamente, 5,62%, para R$ 19,93; 8,75%, para R$ 23,36; e 2,51%, para R$ 4,91. O Ibovespa hoje recuou 0,01%, aos 136.340 pontos.
A Marfrig reportou lucro líquido de R$ 85,2 milhões no segundo trimestre de 2025, avanço de 13% na comparação com igual período do ano passado. Segundo o Itaú BBA, os números vieram dentro do esperado, com destaque para margens melhores que o previsto.
Já a BRF apresentou lucro líquido de R$ 735 milhões, recuo de 32,8% em relação ao segundo trimestre de 2024. O Itaú BBA também considerou os resultados alinhados às projeções, mas destacou que a atenção dos investidores está voltada para o andamento do processo de fusão entre as duas companhias.
A BRF enfrenta um momento de recomposição de mercados externos após o fechamento temporário da China e da União Europeia às exportações brasileiras de carne de frango em maio, em função de um caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul. O CEO da companhia, Miguel Gularte, afirmou que, à medida que esses mercados reabrem, os níveis de estoque devem se normalizar.
“A tendência é voltar aos níveis de estoque praticamente zero, ou seja, sem estoque sem venda na companhia”, disse.
Gularte reforçou que a redução de estoques será feita de forma estratégica, aproveitando a capacidade de produção e as habilitações obtidas. “Pela sazonalidade, há grande possibilidade de retomar, a nível internacional, a dinâmica de preços que vinha em correção”, afirmou.
Negócios dos frigoríficos no mercado doméstico
No front doméstico, a BRF vê sustentação para preços firmes no segundo semestre, apoiada tanto na expectativa de reabertura dos destinos internacionais quanto no consumo aquecido no Brasil.
“Vivemos um período de pleno emprego e, sim, o consumo está muito forte
os números demonstram isso. Consequentemente, a possibilidade de que os preços sejam resilientes é concreta”, afirmou Gularte.
O CFO da BRF, Fabio Mariano, observou ainda que, no Brasil, os preços subiram 11% no comparativo anual, enquanto no portfólio de processados o aumento foi de 8%, com variação trimestral de quase 3%. “O mercado acomodou muito bem essas rodadas de preços, tanto do lado do consumo quanto nos canais de venda. O ambiente competitivo também propiciou essa realocação”, disse o executivo.