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Ibovespa na máxima histórica. Qual é o próximo alvo?

Valuation barato, expectativas de juros menores e alívio na inflação sustentam a alta do Ibovespa em agosto

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Ibovespa sobe em agosto com aposta em corte de juros nos EUA e Brasil. Valuation barato e expectativas de queda de inflação reforçam otimismo. | Foto: Adobe Stock
Ibovespa sobe em agosto com aposta em corte de juros nos EUA e Brasil. Valuation barato e expectativas de queda de inflação reforçam otimismo. | Foto: Adobe Stock

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Se a gente parar para anotar os riscos que temos no mercado, logo na cabeça vêm a guerra tarifária, inflação alta, dívida/PIB e agora começam a aparecer também sinais de desaceleração na atividade econômica e na criação de empregos (Caged).

E acho que é por isso mesmo que o mercado local performou bem no último mês. A grande preocupação interna tem a ver mais com inflação do que com desaceleração, mais com o juros altos do que uma freada na economia e nesse ponto há inclusive quem defenda que a guerra comercial com os EUA será “benéfica” para sobrar produtos no mercado interno, ajudando na inflação.

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Fato é que em agosto os mercados globais subiram na aposta de que haverá corte de juros nos EUA e consequentemente terá espaço para cortes ainda também, provavelmente em dezembro desse ano. Enquanto lá fora subiu na média 3% o Ibovespa valorizou 6,3% em real e incríveis 9,4% em dólares.

Dá pra dividir parte do mérito da alta em relação ao mercado internacional, que surfou um bom movimento e ao mercado local, barato e com uma expectativa altíssima de que os juros podem começar a cair.

Se você já é leitor dessa coluna faz um tempo já deve estar acostumado com a expressão “engenheiro de obra feita” que nesse caso é quando passado o mês todo mundo (agora) sabe por que subiu, mas antes disso era dúvida atrás de dúvida.

Entre as principais justificativas estão: melhor temporada de resultados locais dos últimos 3 anos, valuation super atrativo (falarei disso à frente), expectativa de corte de juros nos EUA, queda de inflação Brasil e, consequentemente, corte de juros por aqui.

O maior driver para o mercado

A queda de juros na minha opinião é o maior driver que temos para o mercado e vi isso “ao vivo” nos contratos de juros futuros que são negociados todos os dias na Bolsa. Falei muito sobre eles em agosto no grupo do whatsapp e vou reforçar nos próximos dias então já fica o convite para participar… A questão é que a média de juros esperados pelo mercado de hoje (01/09) até janeiro de 2027 caiu de no mês de agosto de 14,40% na máxima para 13,93% agora – isso representa uma queda muito grande e se de fato o Banco Central entender que há espaço para uma queda forte dos juros, veremos mais fluxo ainda para a Bolsa.

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Os motivos são óbvios e dois principais: menos juros significam mais dinheiro sobrando no caixa das empresas (ações ficam mais baratas) e o fluxo do dinheiro em si com investidores saindo da renda fixa para comprar ações.

Para este final de 2025 a maioria das casas que eu acompanho estimam uma alta de 6%-8% para o Ibovespa com alvo perto dos 150 mil pontos – que. quando comparamos com a renda fixa para esses últimos 4 meses do ano, não representa um potencial muito atrativo…

Quando olhamos o valor do Ibovespa em termos do múltiplo Preço/Lucro (preço das ações em relação ao lucro anual das empresas) esse indicador mostra que há um potencial gigante de alta para o mercado. Atualmente o P/L está em 9x contra uma média histórica próximo a 11-12x – ou seja, se apenas retornar à media há um retorno esperado de mais 33% do preço atual – sem considerar que as empresas podem performar mais ainda e dar mais lucros em um cenário de juros mais baixos.

Eu sou um dos que acreditam em queda de juros este ano e principalmente em 2026, que deve acompanhar uma desaceleração mais forte da economia. O JPMorgan estima um movimento total de 4,75% nos juros durante o ciclo de corte – que diga-se de passagem ainda nem começou e menos ainda sabemos quando vai terminar –, mas o mercado em sua grande maioria, o que o Focus também confirma, espera juros perto de 12% ao final de 2026.

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A questão é…

Por 33% de retorno acreditando em uma queda de juros por causa de uma economia mais fraca, vale o risco ou o Ibovespa vai continuar barato para sempre?

Um abraço.

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