Maioria do STF condena Bolsonaro por golpe de Estado. (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)
O Ibovespa hoje opera em queda de 0,25%, aos 142.796 pontos, às 11h20 (de Brasília) desta sexta-feira (12). As atenções do mercado estão na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que eleva temor de retaliação dos Estados Unidos.
Ontem, o STF condenou Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por golpe de Estado e mais quatro crimes após as eleições de 2022. O tempo de reclusão só começa a ser cumprido quando todos os recursos cabíveis forem analisados. Foi a primeira condenação de um ex-presidente e de oficiais do alto escalão das Forças Armadas por atentar contra a democracia no Brasil.
As defesas de Bolsonaro e dos outros sete condenados vão recorrer da decisão. O Supremo também declarou a inelegibilidade dos oito réus por oito anos.
O sinal de cautela no principal índice da B3 hoje coloca em risco a variação positiva da semana, de 0,16%, acumulada até o pregão da véspera, quando o índice fechou na máxima histórica, aos 143.150,03 pontos.
No câmbio, o dólar hoje opera em alta ante outras moedas de economias desenvolvidas. No mercado local, a moeda americana recua 0,40%, a R$ 5,3676, à espera do leilão de dólares do Banco Central (leia mais abaixo).
Nesta manhã, foi reportado o crescimento no volume de serviços prestados, que pode dificultar apostas de recuo da Selic à frente — embora não no Comitê de Política Monetária (Copom). Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o volume de serviços prestados subiu 0,3% em julho ante junho. O resultado superou a mediana de 0,4% encontrada em pesquisa Projeções Broadcast.
Ibovespa hoje: o que você deve acompanhar nesta sexta-feira (12)
Bolsas globais enfrentam perdas com tensão Trump-Fed
Os mercados se mostram mais defensivos nesta manhã. Na Europa, as Bolsas recuam em meio à expectativa de um eventual rebaixamento dos ratings (avaliação que mostra o risco de crédito) soberanos da França pela Fitch após a recente turbulência política. A Bolsa de Londres vai na contramão e sobe mesmo após a decepção com a produção industrial do Reino Unido.
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As bolsas de NY também estão majoritariamente no vermelho, à espera dos dados da Universidade de Michigan. No radar, a notícia de que o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu a um tribunal de apelações que remova Lisa Cook da diretoria do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) até segunda-feira (15), antes da próxima reunião do BC americano sobre as taxas de juros, na terça (16) e quarta-feira (17).
Republicanos do Senado pressionam pela confirmação de Stephen Miran, indicado por Trump para uma vaga aberta na diretoria do Fed, o que pode acontecer já na segunda-feira. Além disso, os EUA devem pressionar os países do G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. A União Europeia também está representada) a impor tarifas mais altas à Índia e à China por comprarem petróleo russo, segundo o Financial Times.
BC oferta até US$ 1 bi em leilões de linha
BC realiza leilões de dólar. (Foto: Adobe Stock)
O Banco Central (BC) vendeu a oferta integral de US$ 1 bilhão em um leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) realizado nesta sexta-feira (12), entre 10h30 e 10h35. O objetivo era rolar o vencimento de 2 de outubro, data na qual será liquidada a operação de venda. Leia mais nesta matéria.
Volume de serviços registra 6ª alta consecutiva em julho
Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o volume de serviços prestados subiu 0,3% em julho ante junho, registrando a sexta alta consecutiva. O resultado superou a mediana de 0,4% encontrada em pesquisa Projeções Broadcast. Na comparação com julho do ano passado, houve expansão de 2,8%, taxa igual à mediana das expectativas. O IBGE ainda revisou o desempenho do volume de serviços relativo a junho ante maio, de alta de 0,3% para 0,4%.
O dado de serviços podetrazer ajustes sobre o ciclo de corte da Selic — mas sem mudar a aposta de manutenção da taxa em 15% no Comitê de Política Monetária (Copom) da semana que vem.
Bolsonaro condenado: o que mais esperar do Ibovespa hoje?
Presidente dos EUA, Donald Trump, justificou o “tarifaço” com pautas, em sua maioria, políticas. Entre elas, anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro. (Imagem: Alan Santos/PR em Agência Brasil)
A cautela pode permear os negócios refletindo o exterior e o receio da reação dos EUA. O STF condenou Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão, mas o tempo de prisão só começa a ser cumprido quando todos os recursos cabíveis forem analisados.
Foi a primeira condenação de um ex-presidente e de oficiais do alto escalão das Forças Armadas por atentar contra a democracia no Brasil. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse que os EUA responderão a “essa caça às bruxas”. Já Trump afirmou que a condenação de Bolsonaro é “terrível”, mas não respondeu sobre mais sanções ao país.
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O Itamaraty declarou que os EUA “não intimidarão” o governo brasileiro, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o governo tomará novas medidas de acordo com o que for anunciado. A notícia repercute nos principais jornais do mundo.
Também repercute no mercado brasileiro uma nova pesquisa mostrando melhora do governo Lula. O levantamento Ipsos-Ipec mostra que a avaliação positiva do governo Lula avançou de 25% para 30%, enquanto a percepção negativa caiu de 43% para 38%.
Agenda econômica do dia
O radar dos investidores nesta sexta-feira (12) concentra atenções na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e dos outros sete réus envolvidos na tentativa de golpe de Estado, que devem mexer com o Ibovespa hoje. Os mercados ficam agora na expectativa de nova ofensiva do governo Trump.
A agenda econômica do dia traz a pesquisa de serviços em julho e dois leilões de linha do Banco Central (BC). Nos Estados Unidos, a Universidade de Michigan publica leitura preliminar de setembro do índice de sentimento do consumidor e das expectativas de inflação.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
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*Com informações Luciana Xavier e Maria Regina Silva, do Broadcast