- Roberto Campos Neto, presidente do BC, participou de live do Estadão sobre as medidas para combater a crise
- Segundo ele, "imprimir dinheiro" pode não ser uma boa solução para países emergentes como o Brasil
- Ex-presidente do BC Henrique Meirelles defendeu a medida há duas semanas
Nesta segunda-feira, 20, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, rejeitou a possibilidade de “imprimir dinheiro” para conter os impactos da crise da covid-19. “Achamos que estamos muito longe disso”, afirmou ele durante live promovida pelo Estadão.
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O presidente do BC lembrou que a medida poderia ser feita de diversas maneiras. Uma das opções seria criar dinheiro artificialmente, comprando títulos públicos ou privados, em um movimento chamado de afrouxamento quantitativo (na sigla em inglês, QE = quantitative easing). Outra maneira seria por meio da Operação Twist, já utilizada nos EUA, que consiste na troca de títulos de curto prazo por títulos de longo prazo.
Há duas semanas, o ex-presidente do BC Henrique Meirelles, atual secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo, defendeu a medida, mais radical e para tempos de crise. Mas Campos Neto, além de não acreditar que este seja um momento adequado para uma operação deste calibre, disse ter dúvidas se esta seria uma boa solução para o País.
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“Para isso, precisaríamos assumir que a política monetária não é mais efetiva. E o movimento de taxa de juros tem receitas e reações diferentes em mercados desenvolvidos e nos emergentes, como é o caso do Brasil”, argumentou.
Entre outros assuntos, o presidente do Banco Central comentou sobre as incertezas econômicas no médio prazo em meio à crise do novo coronavírus. “Ainda não temos uma visibilidade completa da extensão da crise até o fim”, disse Campos Neto.
Confira abaixo a live completa promovida pelo Estadão: