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Ontem, o fundador da Marfrig e controlador da MBRF, Marcos Molina, disse que o processo representa “não apenas o nascimento de uma empresa, mas inaugura uma nova era para o setor: uma empresa multiproteínas com escala global, que integra inovação, tecnologia, excelência e protagonismo na indústria alimentícia”.
Segundo os cálculos do BTG Pactual, a empresa nascerá com um valor de mercado de R$ 27 bilhões, com free float (parcela das ações de uma empresa que estão disponíveis para livre negociação no mercado) projetado em 46,9%. Já o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) está estimado em R$ 12,5 bilhões para 2025.
Antes da fusão, o BTG tinha recomendação neutra tanto para Marfrig quanto para BRF. Agora, com a operação, o banco planeja atualizar as suas estimativas.
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O Santander manteve recomendação neutra para MBRF, devido à alta alavancagem esperada após a conclusão da fusão, apesar da maior diversificação. O preço-alvo corresponde a R$ 20.
Já o Goldman Sachs tem recomendação de compra para a empresa, com preço-alvo de R$ 30,2. O banco elevou recentemente essa estimativa, que antes estava em R$ 26,50. Na visão do Goldman, embora o desempenho da Marfrig na América do Norte no segundo trimestre de 2025 tenha vindo abaixo do esperado, o forte momento de curto prazo da BRF na América do Sul e no Uruguai traz compensação.
Quem também tem uma visão positiva para a gigante de alimentos é o Citi. Em relatório recente, o banco pontuou que a escala e a diversificação darão à MBRF condições de rivalizar com concorrentes como JBS (JBSS32) e Tyson (TSN).
A casa, que tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 29, projeta sinergias anuais de R$ 805 milhões, sendo R$ 400 milhões a R$ 500 milhões já no primeiro ano, principalmente via integração logística, ganhos na cadeia de suprimentos e otimização de custos corporativos. “A nova companhia consolida 38% de suas vendas em produtos processados, de maior margem, o que traz resiliência contra os ciclos de commodities”, destaca ainda.
Para Felipe Sant’Anna, especialista em investimentos do grupo Axia Investing, a união de forças na nova empresa deve consolidar a produção de produtos e reduzir custos. No entanto, ele acredita ainda ser cedo para avaliar os riscos da companhia. “O novo conselho, liderado pela Marfrig, pode trazer nomes ou posições novas na gestão”, diz.
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Com a transição de MRFG3 para MBRF3, o especialista também avalia que a ação pode passar por um breve período de ajuste na formação de preço, refletindo a entrada de novos acionistas oriundos da BRF.
Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP e especialista em investimentos, concorda. “O mercado vai precificar MBRF com base nas projeções para a nova companhia. As expectativas de lucros e sinergias vão impactar bastante esse preço”, afirma.
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Segundo ele, a fusão pode resultar em maior geração de caixa, o que costuma animar investidores. Por outro lado, trata-se de uma empresa grande, com grande variedade de produtos e atuação em muitos países, o que traz complexidade e riscos adicionais, tanto fiscais quanto cambiais e até regulatórios.
Para quem cogita investir em MBRF3, vale observar as variáveis externas, que afetam as empresas do segmento, como o custo de insumos, o valor do dólar, a regulação sanitária – que pode restringir ou permitir operações – e a demanda internacional.
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Também é importante considerar o horizonte de tempo. Especialistas comentam que as chances de retorno são maiores a médio e longo prazo, já que sinergias e eficiências tendem a demorar para se consolidar. Já no curto prazo, o papel deve sofrer com maior volatilidade.
Na visão de João Abdouni, analista da Levante Inside Corp, os ganhos podem ser mais limitados no horizonte próximo, dado o preço da ação. “O setor é bom, assim como o papel, mas neste momento bem precificado”, afirma, ressaltando que a casa atualmente tem visão neutra para MBRF.
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