A XP Investimentos rebaixou as ações da Ambev (ABEV3) de neutra para venda, mostra relatório publicado na noite da segunda-feira (29). A recomendação para tirar o ativo da carteira acontece devido ao preço que o papel é negociado, maior nível desde meados de 2023, e estimativas de resultados fracos até o segundo trimestre de 2026.
Os analistas explicam que o segundo trimestre de 2025 foi uma surpresa negativa em termos de volumes e preços para o negócio de cerveja no Brasil, à qual a gestão atribuiu 70% a fatores climáticos, além da precificação relativa frente ao principal concorrente.
Com base nesse ponto, os analistas concluíram que o terceiro trimestre deve ser novamente desafiador, com volumes de cerveja no Brasil registrando queda de 6,1% ao ano. A queda de volume ocorre em um momento em que o custo-caixa contratado da Companhia deve subir, o que deve se traduzir em margens menores nas operações da empresa no Brasil.
“Além do curto prazo, projetamos que a dinâmica de receita continuará desafiadora até 2026, principalmente devido a um ambiente mais competitivo, já que o principal concorrente sinalizou uma abordagem orientada a volume após inaugurar planta em 2025. Isso provavelmente criará ventos contrários tanto para os volumes quanto para a capacidade de precificação da ação ABEV3”, explicam Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak, que assinam o relatório da XP.
Ação da Ambev é vista como cara pela XP
Os analistas dizem ainda que o papel é negociado a 14,1 vezes o Preço sobre Lucro (P/L), o maior nível desde meados de 2023. Com os fundamentos mencionados se deteriorando, os analistas enxergam gatilhos limitados para uma reclassificação no curto prazo. Portanto, eles acreditam que a ação deveria incorporar a expectativa de queda nos resultados futuros, que são negativos. Por isso, a XP considera que o ativo está caro.
Sendo assim, a XP rebaixou a recomendação de Ambev (ABEV3) de neutra para venda com preço-alvo de R$ 13,40 para R$ 10 para o fim de 2026, queda de 19,4% em relação ao fechamento de segunda-feira (29), quando a ação encerrou o pregão a R$ 12,41.