As ações da Ambipar (AMBP3) voltaram a desabar nesta sexta-feira (3). Os papéis da empresa tombaram 49,09% no dia, encerrando o pregão cotados a R$ 1,4. Na semana, acumularam perdas de 84,18% – refletindo os desafios da empresa.
Publicidade
As ações da Ambipar (AMBP3) voltaram a desabar nesta sexta-feira (3). Os papéis da empresa tombaram 49,09% no dia, encerrando o pregão cotados a R$ 1,4. Na semana, acumularam perdas de 84,18% – refletindo os desafios da empresa.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Depois de subirem 18% na última sexta-feira (26) e 21,47% na segunda-feira (29), os ativos da companhia passaram a registrar quedas consecutivas desde terça-feira (30), conforme aumentaram as inseguranças em relação aos seus problemas financeiros.
Com o desempenho negativo hoje, a Ambipar perdeu R$ 2,25 bilhões em valor de mercado, segundo dados de Einar Rivero, CEO e sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria. A empresa agora é avaliada em R$ 2,33 bilhões. Desde a máxima histórica dos ativos, em 13 de dezembro de 2024, viu seu valor de mercado despencar R$ 42,51 bilhões, mais que uma Localiza (RENT3) inteira, que vale R$ 40,9 bilhões.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
No dia 25 de setembro, a empresa conseguiu uma tutela cautelar na Justiça do Rio de Janeiro. Na prática, a medida protege a Ambipar de exigências de credores por 30 dias, prorrogáveis por mais 30. O mecanismo garante a possibilidade de que a companhia tente acordos ou então entre com um pedido de recuperação judicial – possibilidade mais provável, na visão de especialistas consultados pelo E-Investidor.
Em comunicado, a empresa explicou que a medida busca garantir a continuidade de suas atividades e proteger seus ativos. A companhia destacou ainda que segue dedicada a manter um diálogo construtivo com seus credores, em busca de um acordo que traga benefícios a todos os investidores.
Segundo apuração da Coluna do Broadcast, alguns credores da Ambipar têm buscado identificar onde estaria o caixa da companhia, reportado no balanço do segundo trimestre em R$ 4,7 bilhões, dado que, no pedido de proteção contra cobranças, a empresa sugere insuficiência de recursos para seguir honrando compromissos financeiros. Fontes afirmam que a busca pelo caixa vem desde a semana passada e que há indícios de que apenas US$ 80 milhões (R$ 425 milhões) teriam sido encontrados.
Na última semana, os ativos já haviam derretido 37,68%, com outras notícias no radar. No dia 22 de setembro, a companhia informou que o então CFO (diretor financeiro), João Daniel Piran de Arruda, deixou o cargo. Na data, a Ambipar também informou a realização da sétima emissão de debêntures, em duas séries, no valor total de até R$ 3 bilhões.
Publicidade
Com os desdobramentos recentes, agências cortaram a nota de crédito da Ambipar. A S&P Global rebaixou a classificação da companhia de BB- para D, o correspondente a um default (classificação que equivale a um calote da dívida). A Fitch também cortou a nota, mas em menor proporção, de BB- para C. A agência explicou que, caso a Ambipar anuncie formalmente um plano de reestruturação de sua dívida, as classificações serão rebaixadas para RD, a fim de refletir um evento de inadimplência restrita, ou para D, se a empresa entrar com pedido de recuperação judicial.
Entre os grandes bancos, o UBS BB, um dos poucos que ainda cobria o papel, colocou a recomendação da Ambipar em revisão. De acordo com os analistas da instituição, os eventos recentes expuseram fragilidades na governança e na solidez do balanço da companhia.
*Com informações do Broadcast
Invista em informação
As notícias mais importantes sobre mercado, investimentos e finanças pessoais direto no seu navegador