Ambipar obteve liminar que suspende cobranças por 30 dias após disputa com o Deutsche Bank sobre garantias em derivativos de US$ 550 milhões. (Imagem: Adobe Stock)
O ex-diretor financeiro da Ambipar (AMBP3), João Daniel Arruda, marcou uma reunião com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a próxima segunda-feira (6). O executivo deixou o cargo em 22 de setembro e, três dias depois, a companhia anunciou que havia entrado na Justiça e conseguido proteção contra credores após prejuízos causados por “operações” com greenbonds. De lá pra cá, as ações da Ambipar desabaram na Bolsa — somente nesta sexta-feira (3), a queda supera 44%. No acumulado da semana, o prejuízo é de 83%.
A audiência será feita com servidores da Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da CVM, responsável por fiscalizar as empresas listadas na Bolsa, e Arruda será acompanhado por dois escritórios: o Vieira Rezende Advogados, especialista em mercado de capitais e arbitragem, e David Rechulski Advogados, com atuação forte no segmento criminalista.
Procurada, a SEP confirmou a reunião e apontou que “o conteúdo tratado nessas audiências não é comentado pela CVM”. Os escritórios não responderam aos contatos da reportagem até a publicação desta nota. A Ambipar também não se manifestou.
Conforme apurou o Estadão, no centro do problema financeiro da Ambipar está uma dívida de US$ 550 milhões com o Deutsche Bank. Paralelamente, os credores da empresa tentam identificar onde está alocado o caixa da companhia, reportado em R$ 4,7 bilhões no último balanço. Contudo, até agora, teriam encontrado apenas cerca de US$ 80 milhões (cerca de R$ 400 milhões) disponíveis.