

O mercado de capitais brasileiro mostrou vigor em 2025, com avanço nas captações externas e recordes na renda fixa, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
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O mercado de capitais brasileiro mostrou vigor em 2025, com avanço nas captações externas e recordes na renda fixa, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
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As captações feitas pelo Brasil no exterior somaram US$ 29,2 bilhões de janeiro a setembro, crescimento de 66% na comparação com o mesmo período de 2024 — o maior volume desde 2014. Foram 29 emissões externas, incluindo o Tesouro Nacional, que levantou US$ 8,5 bilhões. No mesmo período do ano passado, foram dezenove.
Para o presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, Guilherme Maranhão, uma nova janela pode se abrir no mercado externo, permitindo novas captações. “Em novembro, por causa do feriado de Ação de Graças, o mercado fica mais parado, mas em dezembro costuma voltar”, afirmou.
Considerando as operações domésticas, o mercado de capitais movimentou R$ 528,5 bilhões de janeiro a setembro, queda de 3,5% em relação a igual período de 2024, puxada pelo fraco desempenho das emissões de ações. Desse total, R$ 487,3 bilhões vieram da renda fixa — ligeiramente acima de 2024 (R$ 485,8 bilhões) e um recorde histórico, segundo a Anbima. Já nas ações, o volume foi de R$ 4,2 bilhões, recuo de 80,7%.
As debêntures lideraram com R$ 317,6 bilhões em emissões, praticamente estáveis em relação ao ano anterior. Segundo Maranhão, o desempenho surpreendeu: “Imaginávamos que seria difícil superar 2024, quando as captações cresceram mais de 70%, mas os volumes de 2025 estão quase lá. Ainda podemos ter um último trimestre bastante forte.”
As debêntures incentivadas superaram pela primeira vez a marca de R$ 100 bilhões, alcançando R$ 113,6 bilhões até setembro, alta de 18%. “Elas se consolidam como instrumento de financiamento da infraestrutura”, disse o diretor da Anbima, César Mindof. O prazo médio é de 8 anos, mas nas incentivadas sobe para 12,7. Energia elétrica (R$ 78 bilhões) e transporte e logística (R$ 55,8 bilhões) lideram as emissões, seguidos por saneamento (R$ 27,4 bilhões).
O mercado secundário de debêntures também segue em expansão: cresceu 22,7% neste ano e atingiu R$ 651 bilhões entre janeiro e setembro, um recorde. O valor negociado é mais que o dobro do volume emitido no mercado primário — uma participação de 205%, ante 168% no ano passado.
Segundo Mindof, o avanço é positivo: “Para ter um mercado primário saudável, é fundamental um secundário com liquidez e volume. O fato de o secundário negociar mais que o primário indica que esse mercado continuará se desenvolvendo.”
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