

A Nord Investimentos vê com preocupação o cenário atual para crédito privado no Brasil. Se o País não passar por uma mudança de política econômica, a casa entende que casos como o da Braskem (BRKM5) e o da Ambipar (AMBP3) podem se repetir.
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A Nord Investimentos vê com preocupação o cenário atual para crédito privado no Brasil. Se o País não passar por uma mudança de política econômica, a casa entende que casos como o da Braskem (BRKM5) e o da Ambipar (AMBP3) podem se repetir.
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A gigante petroquímica contratou assessores financeiros no final de setembro para otimizar a sua estrutura de capital, levando o mercado a se preparar para uma possível reestruturação de dívida. Já a Ambipar entrou com pedido de recuperação judicial nesta terça-feira (21) tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
“Se não houver uma mudança de política econômica, podemos ter mais eventos recentes como o da Braskem e o da Ambipar, com empresas atrasando pagamentos ou deixando de quitar dívidas. Isso pode gerar situações piores num momento em que muitas pessoas estão alocadas em crédito privado”, afirma Marília Fontes, sócia-fundadora da Nord.
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O time da casa vê uma demanda alta por títulos isentos, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e debêntures incentivadas, apenas pelo fato de não sofrerem com a cobrança de Imposto de Renda (IR). Por outro lado, os spreads dessas alternativas têm recuado.
O chamado spread é o termo usado no mercado para definir quanto um título de crédito rende mais do que um título público de prazo equivalente. “Hoje o investidor recebe menos e corre mais risco no crédito privado do que se comprasse um título do Tesouro Direto“, diz Caio Zylbersztajn, sócio da Nord.
A casa não tem encontrado emissões de dívida a bons preços e diz ficar de fora de mais de 90% das novas ofertas, e o crédito privado representa a menor fatia do seu portfólio. A Nord relembra que a classe não conta com a proteção do Fundo Garantir de Crédito (FGC).
Segundo Fontes, o Brasil adota um modelo em que o Banco Central (BC) mantém o “pé no freio”, com a Selic elevada, enquanto a política fiscal segue com o “pé no acelerador”. Na visão da especialista, essa combinação asfixia a economia e pressiona as empresas, que tendem a se endividar mais. Com sinais leves de desaceleração da atividade, ela também acredita que o ciclo de redução dos juros no próximo ano deve ser curto por aqui.
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Na interpretação da Nord, não há uma janela positiva para o crédito privado. Se a Selic se manter elevada em 2026, as companhias serão prejudicadas, o que traz riscos a quem se aventurar nesses ativos. Do outro lado, se os juros caírem, os rendimentos dos títulos cairão junto e os investidores migrarão para outras classes de ativos.
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