Lula-Trump deve apoiar apetite por Brasil em semana de decisão do Fed e balanços. (Foto: Adobe Stock)
OIbovespa hoje avança 0,64%, aos 147.112,12 pontos, às 12h50 (de Brasília). O movimento acontece após o índice atingir a marca inédita de 147.976,99 pontos no começo desta segunda-feira (27). As atenções do mercado estão no encontro de Donald Trump, presidente dos EUA, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A perspectiva de avanços nas negociações comerciais dos Estados Unidos com a China e também com o Brasil estimula alta do índice Ibovespa. Lula disse estar convencido de que o Brasil e os EUA chegarão a um acordo comercial em breve.
Segundo o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, embora não tenha havido acordo, o sinal de avanços nas negociações anima. “Foi super positivo”, diz.
Para Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, o sinal positivo do encontro entre Lula e Trump foi bem recebido. “E tem ainda o resultado da Petrobras (PETR3; PETR4)“. A petroleira fechou o terceiro trimestre do ano com produção média de 3,144 milhões de boed (petróleo e gás natural), alta anual de 17,3%. As ações sobem 0,22% (PETR3) e 0,37% (PETR4).
Ao mesmo tempo, o alívio nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para câmbio e Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) no boletim Focus, divulgado nesta manhã, reforçam o otimismo. O relatório mostrou o IPCA para 2025 a 0,06 ponto percentual acima da meta prevista para o ano (leia mais abaixo).
No câmbio, o dólar hoje recua ante outras moedas de economias desenvolvidas e o real. Às 13h08 (de Brasília), a moeda americana cedia 0,32%, a R$ 5,375 na venda. Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em alta de 1,94% na China. Já o petróleo sobe 0,29% no WTI, e 0,11% no Brent.
Nesta semana, haverá decisão de política monetária pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Banco Central Europeu (BCE) e Banco do Japão, além de divulgação de balanços de bigs techs norte-americanas. Aqui, a safra de balanços ganha força com Vale (VALE3), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) – confira o calendário completo.
Ibovespa hoje: os principais assuntos para começar a segunda (27) bem informado
Bolsas de NY sobem de olho em encontro EUA-China
Os índices de Nova York avançam nesta segunda-feira, após a inflação ao consumidor (CPI) dos EUA reforçar apostas de corte de juros pelo Federal Reserve na quarta-feira, levando Wall Street a renovar recordes na sexta (24).
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O otimismo também vem das expectativas comerciais. Em viagem pela Ásia, Trump afirmou estar confiante em fechar um acordo “muito abrangente” com Xi Jinping nesta semana.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que a tarifa extra de 100% sobre produtos chineses e os controles de exportação de terras raras estão, por ora, fora de cogitação, e espera que a China faça uma grande compra de soja americana. Ele adiantou ainda que Trump deve visitar Pequim no início de 2026.
Investidores aguardam também os balanços das big techs – hoje é a vez da Whirpool, e ao longo da semana saem Meta, Boeing e Alphabet. Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) sobem e o dólar recua.
Focus mostra inflação perto da meta em 2025
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira (27), as previsões para os principais indicadores econômicos, incluindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic – veja detalhes do relatório.
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 caiu de 4,70% para 4,56%. A taxa está 0,06 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%.
A mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15,00% pela 18ª semana consecutiva, após o Copom ter mantido os juros neste nível na mais recente decisão, no dia 17 de setembro.
O Banco Central (BC) vendeu todo o lote de US$ 1 bilhão ofertado em um leilão de dólares à vista realizado nesta segunda-feira. Nove propostas foram aceitas. O diferencial de corte em relação à taxa Ptax (taxa de referência para as operações de câmbio no mercado financeiro) ficou em -0,000300.
Encontro Lula-Trump no radar do mercado brasileiro de ações
Donald Trump em reunião com Lula, na Malásia, em foto divulgada pela Casa Branca (Foto: Reprodução/@White House no X)
O primeiro encontro presencial entre Lula e Trump deve ser bem recebido pelos mercados. Lula classificou a conversa como “surpreendentemente boa”, e o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que os EUA concordaram com um cronograma de negociações, que começam de imediato e podem ser concluídas nas próximas semanas.
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Em voo para o Japão, Trump deixou em aberto a possibilidade de atender ao pedido do presidente brasileiro para rever o tarifaço cobrado do Brasil.
Uma reação mais forte dos ativos dependerá da suspensão das tarifas extras de 40% e da ampliação da lista de produtos isentos, pedidos por Lula, que também se ofereceu como interlocutor com a Venezuela. Analistas avaliam que o impacto real dependerá ainda do reflexo político para 2026.
Agenda econômica da semana
Investidores no Brasil repercutem o encontro de Donald Trump, presidente dos EUA, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no domingo (26), na Malásia, quando foram discutidos, entre outros temas, o tarifaço norte-americano contra parte dos produtos brasileiros exportados ao país. Entre os destaques, o Ibovespa hoje acompanha o boletim Focus e o leilão de dólares do Banco Central (BC).
A semana será movimentada nos mercados, com as atenções totalmente voltadas para o encontro entre Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, na quinta-feira (30), durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), na Coreia do Sul.
Outro ponto alto da agenda são as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) – com entrevista coletiva de seu presidente, Jerome Powell – do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco do Japão (BoJ), além dos balanços de cinco das chamadas “Sete Magníficas”: Alphabet, Amazon, Apple, Meta e Microsoft.
São esperados ainda, nos próximos dias, osdados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e Governo Central de setembro, além do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de outubro, que saem na quinta-feira; a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua de agosto e os resultados do setor público consolidado de setembro, na sexta (31).
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, participa de missão do governo brasileiro em Kuala Lumpur, Malásia. Já na pauta política, há expectativa de que o presidente Lula oficialize uma indicação ao Supremo Tribunal Federal nesta semana e o mais cotado é o advogado-geral da União, Jorge Messias.
No exterior, ainda são esperados os dados preliminares do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre da zona do euro, além do PIB da Alemanha. No domingo (2), termina o horário de verão nos EUA.
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A agenda de indicadores americana segue esvaziada sem a divulgação de dados oficiais por causa do Shutdown do governo americano – que completa 27 dias.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva, Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast