Mercado se ajusta a Copom conservador e à decisão do Banco da Inglaterra. (Foto: Adobe Stock)
OIbovespa hoje retomou otimismo da véspera e alcançou nova máxima intradia aos 154.260,59 pontos, em alta de 0,63%, às 10h52 (de Brasília) nesta quinta-feira (6). Trata-se da sua 12ª sessão consecutiva de alta, após o índice bater novo recorde de fechamento ontem.
As atenções do mercado estão na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e aprovação da isenção do Imposto de Renda (IR) até R$ 5 mil, além de balanços corporativos como o da Petrobras (PETR3; PETR4). A petroleira, por sua vez, sobe em torno de 0,40% nas ações ordinárias e preferenciais.
O principal índice da B3 hoje ainda pode se alinhar ao tom conservador do comunicado do Copom, na interpretação de analistas. Ao decidir deixar a taxa Selic em 15% ao ano ontem, conforme o esperado e de forma unânime, o colegiado manteve no texto a frase sobre manter a taxa no nível atual por um “período bastante prolongado.”
A expressão tende a dificultar as apostas em relação ao início do ciclo de queda da Selic, o que pode pressionar ações mais sensíveis ao ciclo econômico, mas manter a atratividade do investidor estrangeiro no Ibovespa, que ainda tem ações consideradas “baratas” por especialistas.
A cautela do Banco Central em sua comunicação pode abrir espaço para algum ajuste do Índice Bovespa, em meio a vários recordes. Porém, a valorização de até 0,60% nas cotações do petróleo e de 0,65% do minério de ferro na China, impulsionam o índice.
Em Nova York e na Europa, os sinais nesta manhã nos mercados de ações são divergentes e moderados. Na agenda externa, destaque a discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o BC americano) e à decisão de juros pelo Banco da Inglaterra. O BoE deixou a taxa básica de juros inalterada em 4% ao ano, como o previsto pelo mercado.
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No câmbio, o dólar hoje cai em relação a outras moedas de economias desenvolvidas e ante o real. Às 10h40 (de Brasília), a moeda americana recuava 0,37%, a R$ 5,34 na venda.
Ibovespa hoje: tudo o que você precisa saber do mercado de ações nesta quinta (6)
Bolsas globais perdem ânimo à espera de BoE e dirigentes do Fed
Cautela moderada limita os mercados de ações em Nova York e na Europa em meio a expectativas pela decisão de juros do BoE, após uma recuperação em Wall Street puxada por ações de tecnologia e dados econômicos melhores dos EUA.
Hoje, investidores aguardam comentários de uma série de dirigentes do Fed, em busca de sinais da trajetória dos juros básicos dos EUA, e seguem acompanhando balanços corporativos.
No BoE, a aposta do mercado é na manutenção da taxa básica em 4%, à espera de novos indicadores e dos impactos do Orçamento de 2026 antes de cortar juros. A produção industrial alemã mostrou avanço menor que o esperado em setembro, e a frustração com balanços do Commerzbank e da Air France também pesa.
O dólar hoje ante moedas fortes e os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) cedem levemente antes dos discursos de dirigentes do Fed, afetados pelo shutdown mais longo da história, que chega ao 38º dia.
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Ontem, a projeção de manutenção dos juros pelo Fed em dezembro ganhou força depois que os indicadores de serviços e emprego no setor privado sugeriram que a economia americana segue saudável.
Copom mantém Selic a 15% com tom duro
O Copommanteve na quarta-feira (5) a Selic em 15% ao ano, conforme amplamente esperado pelo mercado. A decisão foi unânime e marca a terceira reunião consecutiva em que o colegiado opta por preservar o atual nível da taxa básica de juros brasileira.
Segundo o Banco Central, o ambiente externo ainda se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário exige particular cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica. Veja todos os detalhes nesta reportagem.
Veja também: Como investir com juros de 15% ao ano e alcançar uma boa rentabilidade – veja as simulações
Senado aprova isenção do Imposto de Renda
O Senado aprovou, por unanimidade, na quarta-feira (5), o projeto de lei que isenta do IR quem ganha até R$ 5 mil mensais e aumenta a taxação sobre altas rendas (PL 1.087/2025). O projeto afeta principalmente trabalhadores que se encaixam na categoria de Pessoa Física (PF), podendo gerar uma economia de até R$ 4,800 por ano.
O relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), apresentou seu parecer na terça-feira (4), e o texto foi aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e pelo Plenário do Senado na sequência, sem votos contrários. Entenda nesta matéria o impacto da nova medida no seu bolso.
Lula celebrou a aprovação por unanimidade o PL 1.087/2025 no Senado, que isenta do IR salários até R$ 5 mil, como “justiça tributária”. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o impacto é neutro, compensado pela taxação maior sobre altas rendas.
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Já o senador Eduardo Braga (MDB-AM) informou que a votação do projeto que eleva tributos sobre bets e fintechs foi adiada para 18 de novembro.
Lucro da Petrobras (PETR4) pode cair até 32% no 3º tri
Balanço da Petrobras está entre os principais eventos da agenda; veja os destaques do Ibovespa hoje. (Foto: Adobe Stock)
A Petrobras (PETR4) deve reportar lucro líquido entre US$ 4,01 bilhões e US$ 5,52 bilhões no terceiro trimestre de 2025 (3T25), mostram projeções de Ágora Investimentos, Itaú BBA e Santander sobre o balanço que será divulgado nesta quinta-feira (6). As estimativas, quando comparadas aos resultados de igual período do ano passado, equivalem a quedas entre 7% e 32%. A queda do preço do petróleo e a ausência de reajustes nos preços do diesel e da gasolina são apontados como os grandes vilões. Veja as projeções do mercado para a petroleira.
Agenda econômica do dia
A quinta-feira (6) repercute a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e a aprovação da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil. Balanços corporativos a serem divulgados, como o da Petrobras (PETR3; PETR4), também devem influenciar as expectativas dos investidores no Ibovespa hoje.
Ainda na agenda econômica hoje, há o anúncio de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE), além da participação de seis dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em eventos ao longo da tarde.
O dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e do Bundesbank, Joachim Nagel, discursa. Nos EUA, são esperados discursos do diretor do Fed Michael Barr e John Williams, de Nova York; Beth Hammack, de Cleveland; o diretor Christopher Waller; Anna Paulson, da Filadélfia; e Alberto Musalem, de St. Louis. Bombardier e ConocoPhilips divulgam balanços.
Em paralelo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abre a sessão plenária da Cúpula do Clima da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30), que reúne líderes mundiais em Belém (PA), e terá encontros bilaterais com o príncipe de Gales, William, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Keir Starmer, e o presidente da França, Emmanuel Macron.
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No Brasil, estão programados leilões do Tesouro de Letras do Tesouro Nacional (LTN, títulos prefixados) e Nota do Tesouro Nacional série F (NTN-F, título de renda fixa) e dados da balança comercial de outubro.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva, Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast