A quarta-feira (12) amanhece com um foco claro: entender o pulso da economia brasileira por meio da Pesquisa Mensal de Serviços, que será divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) às 9h. O setor, que responde por mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB), costuma servir como bússola para a atividade, ajudando investidores a medir o ritmo da recuperação no início do último trimestre do ano.
Ao longo do dia, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa de dois compromissos públicos que podem oferecer pistas adicionais sobre a leitura da autoridade monetária a respeito da inflação e do cenário internacional. A agenda doméstica também traz a divulgação da pesquisa Genial/Quaest, que mede a percepção da população sobre o governo Lula, enquanto o setor corporativo volta as atenções para o balanço do Banco do Brasil, um dos mais relevantes da temporada.
No exterior, o ritmo será guiado pelas falas de diversos dirigentes do Federal Reserve (Fed). Com as incertezas sobre a trajetória dos juros norte-americanos ainda no radar, cada sinal sobre crescimento, emprego e inflação pode mexer com o humor global. As participações públicas devem substituir a referência dos indicadores, já que o calendário internacional chega mais leve.
A seguir, os principais horários de divulgação dos indicadores do dia (horário de Brasília).
O que aconteceu no mercado ontem (11/11) que pode indicar a tendência de hoje
O Ibovespa engatou mais uma sessão positiva nesta terça-feira e manteve o embalo das máximas históricas, apoiado por um cenário de alívio na inflação e pela leitura mais suave da ata do Copom. Segundo a Ágora, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo do esperado reforçou a percepção de um ambiente menos pressionado, o que deu sustentação ao rali e manteve os investidores dispostos a tomar risco, mesmo após dias seguidos de valorização.
Entre as ações, o pregão foi marcado por extremos bem definidos. No topo do índice, Braskem (BRKM5) disparou após divulgar balanço melhor do que o esperado pelo mercado, sinalizando melhora operacional e animando investidores. A empresa conseguiu reverter parte das preocupações ligadas ao setor petroquímico e ganhou tração ao longo do dia. No lado oposto, Natura (NATU3) caiu com força ao apresentar prejuízo no trimestre, reforçando dúvidas sobre o ritmo de recuperação e pressionando o humor do setor de varejo e beleza.
Nos “Gráficos no Radar”, analistas destacaram que o Ibovespa continua respeitando níveis técnicos importantes e segue em tendência firme de alta. O índice tem mantido suportes relevantes mesmo após múltiplas máximas, o que dá fôlego para possíveis novas expansões caso o fluxo estrangeiro permaneça ativo. A visão predominante é de continuidade, mas com atenção a possíveis realizações de lucro, já que o rali recente foi intenso.
Com esse pano de fundo, o pregão de hoje tende a refletir tanto a digestão dos resultados corporativos quanto a leitura do mercado sobre os próximos passos da política monetária, especialmente após a ata do Copom. O foco se desloca para indicadores de atividade e para as falas de dirigentes do Fed, que podem calibrar o apetite por risco nas próximas sessões.