O bitcoin é a maior criptomoeda em valor de mercado (Foto: Adobe Stock)
O bitcoin caiu para o seu menor nível desde maio deste ano em meio ao ambiente de aversão a risco nos mercados globais. Às 11h20 (de Brasília), a maior criptomoeda em valor de mercado era negociada a US$ 95,5 mil após sofrer uma perda de 7% nas últimas 24h. Os dados são da CoinMarketCap.
A depreciação reflete a imprevisibilidade quanto à continuidade da política de flexibilização monetária nos Estados Unidos. Segundo a ferramenta de monitoramento do CME Group, a chance de corte de 0,25 pontos percentuais caiu de 53,4% para 49,4%. Já as chances do Federal Reserve (Fed, banco central americano) em manter as taxas subiu para 50,6%.
“O Fed sinalizou que pode interromper — ou até reverter — o ciclo de cortes de juros, já que a inflação segue resistente. Isso reacendeu a volatilidade nos yields, contaminou ações de tecnologia e aumentou a pressão sobre todos os ativos de crescimento, incluindo o próprio Bitcoin”, diz Guilherme Prado, country manager da Bitget.
A incerteza em torno da divulgação atrasada de dados oficiais dos EUA após o fim do shutdown também pesa no sentimento de cautela dos investidores. Segundo dados da Sosovalue, plataforma de criptomoedas, os ETFs de bitcoin à vista registram resgate líquido de US$ 1,84 bilhão em novembro.
As incertezas no cenário macroeconômico minaram parte das expectativas dos analistas que enxergavam o bitcoin a US$ 150 mil na reta final de 2025. Como mostramos nesta reportagem, a possibilidade parecia possível com o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, que prometeu criar um ambiente favorável às criptomoedas, e com a perspectiva de queda dos juros americanos. Alguns desses eventos até se concretizaram, mas não foram suficientes para sustentar o apetite a risco dos investidores por muito tempo.
“Espera-se que o Bitcoin oscile entre US$ 95 mil e US$ 102 mil com viés de baixa. Caso a pressão persista ou surjam dados macroeconômicos adversos, o ativo pode testar suportes mais profundos na região de US$ 92 mil a US$ 94 mil”, avalia André Franco, analista de investimentos cripto e CEO da Boost Research.