Pagamento do 13º salário em 2025: primeira parcela cai em 28 de novembro, mesma data da Black Friday, exigindo atenção no planejamento financeiro. (Foto: Adobe Stock)
O 13º salário, instituído em 1962 e garantido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é um direito de trabalhadores com carteira assinada, aposentados, pensionistas e servidores públicos. Em 2025, assim como nos demais anos, ele será pago em duas parcelas.
A primeira deve ser depositada entre 1º de fevereiro e 30 de novembro – mas, como o prazo final cai em um domingo, os empregadores serão obrigados a antecipar o pagamento para 28 de novembro, sexta-feira da semana que vem. Já a segunda parcela, que inclui os descontos de Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Imposto de Renda, tem data-limite em 20 de dezembro.
A parcela de dezembro corresponde aos 50% restantes do 13º salário, além dos descontos. Instituído em 1962, o 13º salário proporciona um alívio no orçamento doméstico. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a gratificação pode ser paga de forma integral ou proporcional, conforme o tempo de serviço prestado ao longo do ano. Caso o empregado tenha sido demitido durante o período, o valor será calculado com base nos meses trabalhados, sendo que frações iguais ou superiores a 15 dias são consideradas como um mês completo.
Por exemplo, um empregado contratado até o dia 15 de janeiro de 2025 receberá o 13º cheio no fim do ano, enquanto o aquele que foi admitido em 10 de maio de 2025 ganhará apenas 8/12 avos do benefício.
Quanto você vai ganhar de 13º? Veja como calcular
O cálculo do 13º leva em conta o tempo trabalhado ao longo do ano. Pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), o valor é obtido dividindo-se a remuneração mensal por 12 e multiplicando pelo número de meses trabalhados – cada mês conta como 1/12 do total, desde que o empregado tenha atuado pelo menos 15 dias. Adicionais como horas extras, comissões, adicional noturno, insalubridade e periculosidade também entram na conta.
Assim, a fórmula padrão fica:
13º = (salário ÷ 12) × meses trabalhados + adicionais.
Para ilustrar, considere um trabalhador que recebe R$ 3.000 por mês, atuou por 9 meses no ano e acumulou R$ 2.000 em horas extras e adicionais. O cálculo seria:
R$ 3.000 ÷ 12 = R$ 250 por mês;
R$ 250 × 9 = R$ 2.250;
R$ 2.250 + R$ 2.000 = R$ 4.250 de 13º salário.
Quem tem remuneração variável segue uma lógica um pouco diferente: a primeira parcela é calculada com base na média salarial dos 11 primeiros meses do ano, enquanto a segunda parcela faz os ajustes necessários para completar o valor devido. O ajuste final ocorre até 10 de janeiro do ano seguinte, quando a média salarial dos 12 meses fechados é finalmente apurada.
Fui demitido! E agora?
Em caso de demissão antes de dezembro, a lei permite que o empregador compense eventuais adiantamentos do 13º com o valor proporcional devido. Por exemplo, um trabalhador contratado em março e demitido em 15 de setembro de 2025 – totalizando 7 meses e 15 dias, arredondados para 8 meses – teria direito a:
R$ 3.000 ÷ 12 = R$ 250 × 8 = R$ 2.000 de 13º.
Se ele já tivesse recebido R$ 1.500 antecipadamente, o empregador pagaria apenas a diferença de R$ 500.
Cuidado com o planejamento, o 13º cai no dia da Balck Friday
Em 2025, a primeira parcela do 13º salário deve ser depositada até, no máximo, o mesmo dia em que se comemora a Black Friday (28 de novembro) – um incentivo do varejo baseado em descontos gordos para gerar a “queima de estoque” e as lojas poderem renovar seus produtos para o Natal, Ano-Novo e o próximo ano.
Entretanto, como as duas datas coincidem, o trabalhador deve tomar cuidado para não se deixar levar pelas propagandas e quedas de preço e acabar gastando toda a parcela da bonificação.
Além do impacto no orçamento pessoal, o 13º também pode ser um aliado no planejamento financeiro. Para Camila Poltronieri Flaquer, head de Cobrança Digital da Recovery, o benefício é uma oportunidade para renegociar dívidas – especialmente as mais caras, como as de cartão de crédito. Ela recomenda listar todas as dívidas, identificar prioridades, calcular quanto do 13º pode ser destinado ao pagamento e negociar melhores condições com credores.
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Para quem não está endividado, o 13º salário também pode reforçar a reserva de emergência. A consultora financeira Evanilda Rocha sugere aplicar parte do valor em instrumentos de baixo risco e alta liquidez, como Tesouro Selic ou Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de bancos sólidos. Já investidores com perfil mais consolidado podem diversificar entre renda fixa e variável, sempre respeitando o próprio nível de tolerância ao risco.