Ouro fecha em queda com dólar mais forte e menor probabilidade de corte de juros pelo Fed em dezembro, após impacto do shutdown e sinalizações cautelosas de dirigentes. (Imagem: Adobe Stock)
O ouro hoje fechou em queda nesta segunda-feira (17), pressionado pelo dólar ligeiramente mais forte e pela revisão das apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) poderá cortar os juros dos Estados Unidos já em dezembro. Persistem ainda os efeitos do mais longo shutdown (paralização do governo) da história no país, que deixou o mercado financeiro sem visibilidade sobre indicadores centrais e manteve a volatilidade elevada.
O humor segue frágil após o fim do maior shutdown da história americana, que deixou o mercado e o Fed “no escuro” quanto aos dados oficiais de emprego e inflação, apesar dos números do setor privado, apontou Aaron Hill, da FP Markets. Segundo ele, um eventual relatório fraco de empregos nesta semana – com contração de vagas no payroll (relatório dos EUA sobre folha de pagamento de setores não-agrícolas) de setembro, que deve ser divulgado na quinta-feira – “pode pressionar o dólar e elevar as apostas em cortes”.
O dólar ainda operava em alta até o fechamento do ouro, o que reduz a atratividade do metal para compradores internacionais.
Já a cautela com a política monetária ganhou força após declarações mais prudentes de dirigentes do Fed. Para Soojin Kim, do MUFG, os dirigentes do banco central americano estão “menos propensos” a se comprometer com um corte de juros após o atraso de indicadores do shutdown, enfraquecendo expectativas para uma política “mais frouxa”.
Segundo ferramenta de monitoramento do CME Group, a probabilidade de um corte em dezembro caiu para cerca de 39,9%, de 52,4% registrado há uma semana.
Para o Sucden Financial, o ouro tende a permanecer volátil: o fim do shutdown reduz a demanda de curto prazo por proteção, mas o metal segue resiliente na faixa de US$ 4.050–US$ 4.100, em meio à incerteza sobre os dados atrasados de outubro.