Vivara (VIVA3) anunciou mais uma troca de CEO nesta quinta-feira (11). Foto: Alex Silva/Estadão
A Vivara (VIVA3) anunciou na noite desta quinta-feira (11) a destituição de Ícaro Borrello do cargo de CEO. Em seu lugar, entrará Thiago Lima Borges, que já atuou como CFO (diretor financeiro) e diretor de relações com investidores da Smart Fit (SMFT3), onde atualmente é conselheiro.
Formado em administração de empresa pela Universidade Salvador (UNIFACS), Borges possui MBA pela Universidade de Stanford. Além do seu trabalho na Smart Fit, já foi vice-presidente corporativo e conselheiro da Arezzo&Co.
Segundo a Vivara, a decisão de troca decorre de um movimento planejado e conduzido pelo conselho de administração ao longo dos últimos meses. “Após a reformulação do conselho realizada neste ano, os seus membros analisaram as perspectivas da companhia e as competências necessárias para liderá-la em seu próximo ciclo de crescimento”, afirma.
A empresa destaca que o conselho contratou uma consultoria especializada para conduzir um processo de seleção, buscando perfis para liderar a Vivara nas suas principais alavancas futuras de criação de valor, como a disciplina na alocação de capital e o fortalecimento contínuo dos mecanismos de governança corporativa.
Nesta matéria, mostramos que o conselho da Vivara passou a atuar de forma mais próxima ao time executivo em 2025, com processos recorrentes para monitoramento das operações. Foi criada uma estrutura de comitês, organizada por temas e reuniões frequentes, que aumentou a visibilidade dos conselheiros sobre as escolhas estratégicas.
Empresa também troca diretor de operações
Além da saída de Borrello, a varejista anunciou a destituição de Bruno Kruel Denardin do cargo de diretor de operações. Cassiano Lemos da Cunha entrará em seu lugar.
Cunha construiu a maior parte de sua carreira na Richards, como diretor comercial, e, posteriormente, na Arezzo&Co, onde atuou como diretor de operações e planejamento (COO). O executivo é graduado em engenharia de produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Também tem formação complementar como conselheiro de administração pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
As mudanças de CEO da Vivara
Em 2024, a empresa passou por diferentes trocas de CEO. No dia 15 de março a companhia anunciou que Paulo Kruglensky, então presidente, havia renunciado ao cargo. Ele estava há três anos no comando da companhia e era apontado como um dos responsáveis pelo sucesso da varejista com marcas fortes, como a Life.
Para o lugar dele, o conselho de administração elegeu o seu tio Nelson Kaufman, fundador da companhia, que estava afastado da gestão do negócio há pelo menos treze anos. Em 18 de março, Kaufman sinalizou que guiaria a empresa em um processo de aceleração de crescimento e expansão internacional. As novas ideias foram recebidas com receio e os papéis afundaram 14,03% naquele pregão.
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Depois de toda a repercussão negativa, sete dias mais tarde, a Vivara divulgou que Kaufman não seria mais o CEO. O novo diretor-presidente passou a ser então Otavio Lyra, que já ocupava o cargo de diretor-financeiro da Vivara.
Em novembro, uma nova mudança: a empresa anunciou Icaro Borrello como seu novo CEO. O executivo entrou na Vivara no início de 2024 como COO (diretor de operações), recrutado por Nelson Kaufman.
Meses depois, em julho de 2025, as mudanças atingiram o conselho de administração da companhia. O fundador da empresa renunciou ao cargo de presidente do conselho, sendo substituído por sua filha Marina Kaufman, que já tinha atuado nas áreas de Marketing, Produto e Recursos Humanos (RH) da varejista. Na ocasião, também foi aprovada a entrada de Paulo Kruglensky para o cargo de vice-presidente do conselho.
A XP Investimentos avalia que a mais recente troca na alta gestão, anunciada nesta quinta-feira, foi positiva. “Embora alguns possam se sentir desconfortáveis com as mudanças na gestão, vemos isso como parte do processo de retorno de Paulo e Marina ao negócio, ao mesmo tempo em que damos boas-vindas à experiência consolidada e ao histórico sólido de execução de ambos os executivos”, destaca a corretora, que tem recomendação de compra para Vivara, com preço-alvo de R$ 42.