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Me Convença

Heverton Peixoto: ‘Iremos distribuir R$ 100 milhões de dividendos’

O diretor presidente e de relações com investidores da Wiz é o convidado da websérie ‘Me convença'

  • Heverton Peixoto, diretor presidente e de relações com investidores da Wiz, vai explicar quais são as oportunidades para a companhia, os diferenciais dela e os problemas que ela enfrenta
  • "A gente entende que a companhia está aqui para gerar riqueza para os nossos parceiros, desenvolver pessoas. Estamos aqui para que ele saia melhor do que ele entrou, para gerar resultado e retorno para os nossos acionistas"
  • "Hoje, a nossa política é distribuir 50% do nosso resultado líquido direto em dividendos diretos para o nossos acionistas"

No episódio de hoje da websérie “Me Convença a investir na sua empresa”, você vai conhecer a Wiz Soluções e Corretagem de Seguros.

Heverton Peixoto, diretor presidente e de relações com investidores da Wiz, vai explicar quais são as oportunidades para a companhia, os diferenciais dela e os problemas que ela enfrenta.

Criada no início dos anos 1970 como Fenae Corretora, a empresa era responsável pela intermediação entre a Caixa Econômica Federal e a Caixa Seguros. Em 2009, a primeira grande transformação foi a desvinculação com a Caixa e a mudança da marca para PAR Corretora.

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Em 2015, ainda com o nome PAR, a empresa estreou na bolsa de valores. Dois anos mais tarde, uma reestruturação na governança corporativa provocou a mudança de nome para Wiz Soluções e Corretagem de Seguros.

Atualmente, a WIZS3 detém quase 160 milhões de ações negociadas no mercado, sendo que quase 49% estão em livre circulação. Os maiores acionistas são a Integra Participações, com 26,4% das ações, e a Caixa Seguros, com 25%.

A Wiz passa por uma transformação no seu modelo de negócio, que deixa de ser dependente exclusivamente da Caixa Seguridade. Por exemplo, sete novas parcerias foram fechadas, entre elas com o Inter Seguros, do Banco Inter, Banco BMG, Itaú e Santander.

Acompanhe, a seguir, a entrevista com Heverton Peixoto, diretor presidente e de relações com investidores da WIZS3.

E-Investidor – Quais as maiores oportunidades que a empresa oferece para o investidor?
Heverton Peixoto – Antes de tudo, o investidor precisa entender que a Wiz está inserida em dois mercados específicos, que é o de distribuição de seguros, o principal, a nossa origem, a nossa trajetória, e também agora com entrante no mercado de distribuição de crédito.

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O mercado de seguros é ainda um mercado extremamente incipiente, um mercado novo no Brasil. O Brasil é ainda um país sem uma maturidade na compra de produtos de seguridade. O volume de oportunidade é brutal para os players que estão bem posicionados nesse mercado. Especificamente a WIZ acredita numa transformação do mecanismo de distribuição desses produtos. A gente acha que o produto de seguro tem de estar dentro de um contexto, dentro de um ambiente de relacionamento, que o cliente já está ali transacionando, que o cliente confia.

Exemplos: nossa operação com o Banco Inter, nossa operação com o BMG, nossa operação com o Grupo Barigui, que deu origem à Conseg, a discussão de novas joint ventures que a gente está tendo. E aí o volume de oportunidade é colossal. Eu acredito que o mercado brasileiro não começou nem a arranhar o que existe de oportunidade. Tem diversas instituições financeiras espalhadas pelo Brasil inteiro, de médio e pequeno porte, que ainda nem se abriram para seguridade. São oportunidades para a Wiz ou para as próprias instituições financeiras. O mercado imobiliário também ainda não descobriu a alavanca de seguros de forma massificada e nem ainda o mercado de crédito em si.

Então essas são as principais oportunidades que a Wiz está olhando. Obviamente nós somos um ecossistema muito complexo que gera valor em outras frentes, mas com certeza a principal oportunidade de distribuição está em rentabilizar esses ecossistemas que é algo que no Brasil só a Wiz sabe fazer do jeito que a gente faz.

E-Investidor – Quais são os maiores problemas que a Wiz enfrenta?
Peixoto – Toda empresa que está muito alavancada em pessoas, que depende muito da cultura e que, no caso específico da Wiz, tem duas alavancas que ferem bastante: um é a própria dinâmica da economia, então diferente de instituições que tem ativos muito bem estabelecidos, ou que estão no mercado de commodities que tem um nível de estabilidade de planejamento maior. E vendas têm intempéries econômicas muito brutais. Então a gente sente na pele quando a economia puxa e quando ela retrai.

Primeira alavanca que o investidor tem de olhar em empresas com menos ativos, menos recorrência de receita, que a gente vem endereçando na Wiz através de fluxo, mas ainda é realidade, são as
intempéries econômicas. E o segundo risco, e esse risco é muito mais interno, e tem de ser olhado com muito cuidado pelo investidor: nós somos gente, nosso ativo é cultura, performance, dedicação, garra, e isso aí, apesar de a WIZ ter defendido que tem uma cultura muito única, é um perigo, é uma alavanca que o investidor tem de olhar com muito carinho.

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Como o investidor conhece essa alavanca? “Mas Heverton, como eu fico sabendo se essa empresa tem essa cultura mesmo?” Rede social, vídeos de YouTube, escutar o CEO, não o conteúdo técnico do que ele está falando, mas a energia que ele coloca, a energia que o time dessa empresa coloca na hora de se defender ou de apresentar um conceito e de falar da sua própria cultura. Esse segundo pilar é um risco complexo de ser mensurável. A planilha de Excel não vai ajudar nisso, ele é muito importante para o nosso setor e para um setor que é só gente, DNA de gente.

E-Investidor – A quais eventos extraordinários a Wiz está exposta, tanto de riscos para um eventual prejuízo como de ganhos para um lucro além do operacional?
Peixoto – Vamos começar pela parte boa. A Wiz está muito exposta a eventos, então aquele investidor que busca a transação do evento, anteceder um evento, aqui o grande divisor de águas, no caso da Wiz, são grandes parceiros. As nossas parcerias são muito bem construídas, por isso às vezes leva um tempo até a gente anunciar. Essas parcerias são os divisores de água, são as avenidas de crescimento dessa companhia. Nós temos tido um track record de uma grande parceria por trimestre e ela com certeza é a grande alavanca de criação de valor para o nosso ecossistema.

Agora, quando a gente fala de surpresas negativas, e isso é o que a gente tem trabalhado constantemente para mitigar, mas aconteceu no nosso passado, num caso ou no outro que eu vou não mencionar, é a credibilidade. É uma empresa B2B2C, que trabalha através de parcerias conquistando os parceiros para chegar no cliente final e maximizar o valor para a Wiz, obviamente, mas principalmente para o nosso parceiro. A credibilidade é tudo! Nós tivemos um caso no ano passado que está bem endereçado, o investidor que conhece o mercado sabe que não faz parte da nossa cultura, não é desta gestão, são coisas de um histórico remoto desta companhia, mas isso chacoalha a nossa credibilidade. Atrapalhou todas as negociações que a gente tinha em curso. Tivemos de segurar o time no coração para mostrar que “vocês sabem que a gente não é isso que aconteceu no nosso passado”.

E o segundo ponto é dados. Acho que é uma empresa que vive de dados, são teras e teras de informação e aí tem de ter muita responsabilidade, muito cuidado. A Wiz trata tanto LGPD quanto a gestão de ambiente informacional com muito carinho. Eu destacaria esses dois pontos como surpresas negativas que precisam ser mitigadas pelo time.

E-Investidor – Quais os grandes diferenciais da companhia em relação à concorrência?
Peixoto – O investidor que está acompanhando o nosso setor vai saber o que estou falando. Não existe um bicho igual à Wiz. Comparar a Wiz com Porto Seguro, SulAmérica, acho que não tem nada a ver. Nós temos asset light, a gente não retém risco, a gente acabou de falar de riscos inerentes ou mensagens negativas. Um furacão não abala a gente, um desastre ecológico não abala a gente, é um bicho muito distinto. Nosso mundo é um mundo de marketing and sales que eu acho que é difícil encontrar um peer.

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Existe ali no setor de saúde alguém grande focado em vendas, mas acho que a nossa cultura, nosso DNA, nosso nível tecnológico, a gente se diferencia muito pelo aparato digital, de conectividade, API é algo que a gente come no almoço e jantar faz 4 anos. Isso nos diferencia muito de qualquer uma de plataformas de distribuição de seguros e de crédito no Brasil.

E-Investidor – Qual a política de pagamento de dividendos da companhia?
Peixoto – A gente entende que a companhia está aqui para gerar riqueza para os nossos parceiros, desenvolver pessoas. Estamos aqui para que ele saia melhor do que ele entrou, para gerar resultado e retorno para os nossos acionistas. A gente acredita muito nisso, é uma companhia que nunca deu menos de 45% de margem Ebitda, tem constantemente gerado caixa, e a gente entende que distribuir isso através de dividendos é parte da nossa origem.

Hoje, a nossa política é distribuir 50% do nosso resultado líquido direto em dividendos diretos para o nossos acionistas. A gente tem projeto de M&A, então não dá para eu distribuir 100%. E a nossa ideia, hoje, pelo menos olhando com a visibilidade que eu olho, é permanecer como está: 50% de distribuição do nosso resultado, que este ano, na verdade, no exercício passado, foi na casa de R$ 200 milhões, então iremos distribuir R$ 100 milhões de dividendos para os nossos acionistas.

E-Investidor – Quanto a sua empresa está alinhada aos critérios ESG?
Peixoto – A companhia é muito alinhada. E falando um pouco da nossa realidade, a realidade de
meio ambiente é um pouco mais leve. Nós somos um exército de força de vendas, com uma pegada tecnológica muito grande e uma empresa de serviço. Então nosso impacto no meio ambiente é relativamente pequeno. Os outros dois pilares a gente olha com muita atenção. Nós somos Great place to work nacional, segunda melhor empresa para se trabalhar no centro-oeste, uma das 20 melhores para líder mulher, ficamos em terceiro lugar no ano passado em respeito à diversidade, já temos um volume razoável de diretoras mulheres. Com exceção desse momento específico, que estamos tendo troca no Conselho, a gente sempre teve a participação de mulheres, somos signatários da ONU Mulher, então respeitamos muito a diversidade, todos os colaboradores são gameficados por responsabilidade social através do processo que a gente chama de ‘pass boss’, que premia através de selos a nosso postura com relação a gente. Gente pra gente é um negócio muito, muito importante, apesar do trocadilho.

Falando um pouquinho de governança, a companhia vem numa crescente de governança forte, obviamente nós temos uma carência no passado, sabemos disso. Mas desde o IPO a gente vem numa evolução muito forte. Nossa estrutura de compliance, hoje, conta com um canal de denúncia anônima, que inclui os estatutários, inclui a mim, vai direto para o Conselho de Administração, temos um comitê consultivo de auditoria respondendo direto para o Conselho, então a gente vem investindo nesses dois pilares de forma muito, muito forte. Nos próximos 12 meses, para o investidor da Wiz que tem orgulho disso, tem boas novidades em termos de selo, reconhecimentos e indicadores específicos do mercado de capitais.

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E-Investidor – Qual foi a pior coisa que falaram/escreveram sobre a sua empresa? Por quê?
Peixoto – Não tenho dúvida que o pior que escreveram foi no ano passado, onde desafiaram a ética, a dedicação e o caráter das pessoas que compõem essa empresa. Acho que quem já se relacionou com a Wiz, quem se relaciona com a Wiz, nossos parceiros, têm certeza que isso é um grande absurdo.

Somos uma companhai séria, com gente jovem, gente dedicada, gente bem informada, que escolheu estar aqui. Escolhei se dedicar, escolheu se empenhar e empreender aqui. Eu costumo falar que não temos diretores, temos donos que se sentem donos deste lugar, então acho que isso é um absurdo, não condiz com a nossa realidade, estamos esclarecendo tudo com muita transparência, temos um comitê independente que está trazendo os fatos à tona e que mostram que não é a postura da Wiz. Somos um grupo muito, muito dedicado, muito sério, com uma visão de longo prazo. Ninguém está aqui nesta companhia atrás de atalho.

E-Investidor – A margem Ebitda da companhia caiu 11,3 pontos percentuais, para 46,7% em 2020. Embora ainda seja uma forte capacidade de gerar fluxo de caixa, como voltar aos mesmos níveis de 2019 e dos anos anteriores?
Peixoto – Esta resposta você só encontra no vídeo acima.

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