(Estadão Conteúdo) – A diversificação internacional no portfólio é a melhor estratégia para um investidor de longo prazo, avalia Larry Fink, presidente e CEO da BlackRock Inc. No entanto, ele ressalta que a jornada de investimentos pode ser difícil e deve ser personalizada de acordo com perfil e objetivos do investidor.
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“Os ‘poupadores’ são assustados por natureza, mas eles estão reunindo suas economias, então qual o objetivo? Isso precisa ser delineado porque a diversificação de investimentos tem a ver com a segurança, não com o medo. A ideia é que o portfólio desfrute de melhores resultados que a conta bancária”, afirmou Fink durante painel no evento Expert XP, promovido pela XP Investimentos na noite desta terça-feira (24).
O executivo acrescentou que faz diferença se um investidor de longo prazo desviar um pouco da velocidade de informações que o mercado costuma oferecer. “Isso ajuda a superar o receio de investir”, diz.
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Para Fink, o Brasil está caminhando para esse momento de ter uma mentalidade de longo prazo. E enquanto os investidores esperam se beneficiar com a alta no portfólio, as empresas devem estar atentas às métricas de sustentabilidade. “A sustentabilidade como fator de risco vai ditar quem ganha e quem perde. As companhia que mais se transformarem nesse sentido serão mais incluídas”, afirma.
“Ainda não temos uma taxonomia global para mensurar [a sustentabilidade nas empresas], mas espero que isso seja resolvido durante a COP 26”, destacou Fink, referindo-se à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, prevista para ocorrer em novembro de 2021, em Glasgow, na Escócia.
Perspectiva econômica
Durante o período da pandemia do coronavírus, Fink lembra que muitos segmentos se adaptaram para sobreviver, políticas monetárias foram aplicadas e o mercado financeiro sofreu um “rali dramático”. Ao passo que muitos países já se recuperaram, outros devem levar anos para levantar a economia de volta aos níveis de 2019, segundo avalia Fink. Ele acredita que mais questões devem surgir.
“Vemos questões sociais e climáticas confrontando a humanidade ao mesmo tempo e isso vai exigir multilateralismo, algo que estava sendo deixado de lado. O capitalismo ocidental tem funcionado, mas precisa ser mais inclusivo e ter mais participação da sociedade. As empresas têm buscado ser parte atuante e é preciso que a gente consiga trabalhar com os governos”, disse o presidente e CEO da BlackRock.