- É a primeira empresa sul-africana a ganhar o direito de cultivar, processar e embalar produtos à base de cannabis.
- Embora a indústria da cannabis tenha sido legalizada em diversos países, as empresas atualmente estão apostando que uma movimentação semelhante ocorrerá no mercado para substâncias psicodélicas.
- Cilo Cybin está assinando vários acordos internacionais para permitir a distribuição na Austrália, no Brasil, no Reino Unido, em partes da Europa e em Israel.
(Loni Prinsloo, Antony Sguazzin, WP Bloomberg) – A Cilo Cybin Pharmaceutical Ltd. está considerando sua abertura de capital nos próximos 12 meses depois de se tornar a primeira empresa sul-africana a ganhar o direito de cultivar, processar e embalar produtos à base de cannabis.
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A empresa, que leva o nome da substância psicoativa presente nos cogumelos alucinógenos (psilocybin em inglês e psilocibina em português), recebeu a certificação necessária da Autoridade Reguladora de Produtos de Saúde da África do Sul (SAHPRA, na sigla em inglês). Agora ela será capaz de produzir maconha para vender a consumidores em todo o mundo, disse o fundador e CEO Gabriel Theron em uma entrevista.
“O plano para os próximos 12 meses é abrir o capital“, disse Theron, 40 anos, nas instalações da Cilo Cybin perto de Pretória. “Estamos planejando uma dupla listagem, com o quadro principal (Main Board) sendo a Bolsa de Valores de Joanesburgo, e estamos pensando na Bolsa de Luxemburgo talvez para uma listagem secundária ou outra bolsa na Europa.”
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O dinheiro arrecadado será parcialmente usado para seu negócio de cannabis, que usa uma forte variedade sul-africana chamada “Durban Poison” (Veneno de Durban) com altos níveis de tetra-hidrocanabinol (THC), a principal substância psicoativa da cannabis. Também será usado para desenvolver outras atividades como o biohacking, a prática de usar aplicativos ou suplementos para melhorar a saúde.
Embora a indústria da cannabis tenha sido legalizada em diversos países, as empresas atualmente estão apostando que uma movimentação semelhante ocorrerá no mercado para substâncias psicodélicas. Cilo Cybin solicitou uma licença de pesquisa para investigar os usos da psilocibina química dos cogumelos alucinógenos.
“Substâncias psicodélicas podem ser usadas para antidepressivos, estresse pós-traumático, para ansiedade – eu realmente acho que isso vai ser muito maior do que até mesmo a cannabis”, disse o CEO.
A Cilo Cybin construiu uma instalação de alta tecnologia de cultivo em ambiente fechado que pode produzir cerca de 100 kg de farinha de cannabis por mês. Ela é vendida por entre US$ 2 e US$ 4 o grama no atacado.
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A empresa também pode produzir óleo de canabidiol, usado para tratar doenças, entre elas o câncer, que custa cerca de US$ 100 por mililitro, disse Theron.
A África do Sul concedeu 28 licenças para produção de cannabis e fez alguns avanços regulatórios no desenvolvimento do setor. O clima da região é adequado para o cultivo de produtos de alta qualidade e baixo custo.
Com a empresa agora capaz de exportar cannabis, a Cilo Cybin está assinando vários acordos internacionais para permitir a distribuição na Austrália, no Brasil, no Reino Unido, em partes da Europa e em Israel, disse Theron. A empresa também tem parceiros de pesquisa e desenvolvimento em universidades e institutos que receberão royalties quando os produtos forem comercializados, afirmou. / TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA