(Por Aléxis Cerqueira Góis, especial para o E-Investidor) – A holding Itaúsa (ITSA3; ITSA4) tem como principal objetivo investir nos setores financeiro, bens de consumo, materiais de construção civil, saneamento, energia e infraestrutura, melhorando a performance das empresas em que tem participação para distribuir dividendos a seus investidores.
Atualmente, a companhia tem participação em empresas que vêm registrando resultado positivo nos últimos anos. A Itaúsa detém o controle de 38% do Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4), 38% da Xpart, 29% da Alpargatas (ALPA4), 40% da Duratex (DTEX3), 13% da Aegea Saneamentos, 49% da Copa Energia e 8% da NTS.
Dessa forma, a distribuição de proventos e de Juros sobre o Capital Próprio (JCP) da holding costuma ser robusta, atraindo o interesse dos investidores. O papel costuma figurar na carteira de ações de dividendos recomendada pelas corretoras e a divulgação sobre a distribuição de seus resultados é bem aguardada pelo mercado.
Política de remuneração de acionistas da Itaúsa
Itaúsa realizou, em 2018, a maior distribuição de lucros da história entre os seus acionistas. (Fonte: Shutterstock/rafastockbr/Reprodução)
A política de remuneração aos acionistas da Itaúsa estabelece que, pelo menos 25% do lucro líquido apurado pela companhia em cada exercício deve ser distribuída em forma de proventos.
No entanto, a empresa sempre manteve um pagamento maior aos detentores de ações ordinárias ou preferenciais. Em 2018, por exemplo, a holding chegou a distribuir aos seus sócios 94% do lucro apurado no exercício. No período, a empresa registrou um resultado positivo de R$ 9,76 bilhões.
Como o pagamento da Itaúsa é realizado
A Itaúsa paga, no mínimo, R$ 0,02 por ação ordinária ou preferencial. Os dividendos são calculados, a cada três meses, de acordo com a posição acionária no último dia útil dos meses de fevereiro, maio, agosto e novembro. Os recursos são depositados sempre no primeiro dia útil dos meses de abril, julho, outubro e janeiro.
Os dividendos não são tributados, uma vez que as deduções são feitas antecipadamente, quando a empresa apura seu lucro líquido. Se houver prejuízo durante o exercício, algo que ainda não aconteceu no histórico da empresa, não há a obrigatoriedade de distribuição de proventos.
Juros sobre capital próprio
A Itaúsa também pode remunerar seus acionistas, de forma alternativa, com juros sobre o capital próprio (JCP). Esse ativo é calculado a partir da aplicação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) sobre o patrimônio líquido ajustado.
O cálculo pode considerar o desempenho da companhia no período corrente ou os lucros apresentados nos anos anteriores. Ele é realizado, geralmente, após a apuração dos resultados nos balanços findos em 30 de junho e 31 de dezembro.
Em agosto, a companhia pagou R$ 798 milhões em JCP para seus acionistas. A remuneração sofre uma incidência de 15% do Imposto de Renda (IR). O recurso foi pago no valor bruto de R$ 0,03734 por ação, porém, com a retenção na fonte do IR, o valor recebido pelos acionistas caiu para R$ 0,031739.
Outros tipos de remuneração da Itaúsa
A remuneração aos acionistas pode acontecer, ainda, na forma de bonificação em ações, mediante a capitalização de lucros ou reservas, ou pelo desdobramento das ações existentes. Essa prática, entre outros objetivos, visa aumentar a liquidez dos papéis da empresa a partir da redução do valor de cotação a um patamar mais atrativo de negociação na bolsa de valores.
Histórico de dividendos
Rendimento do pagamento de dividendos da Itaúsa chegou ao ponto mais alto em 2019, com 8,49% de DY. (Fonte: Shutterstock/Andrii Yalanskyi/Reprodução)
Nos últimos três anos, o Dividend Yield (DY), índice criado para medir a rentabilidade dos dividendos de uma empresa em comparação ao preço de suas ações, da Itaúsa ficou entre 5,5% e 8,45%. Considerando apenas o intervalo de julho de 2020 a junho de 2021, o DY da empresa ficou em 2,7%, tendo como base o valor da ação no último dia do período.
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A Itaúsa distribuiu R$ 8,4 bilhões em proventos relativos ao exercício de 2018, o maior volume já distribuído pela empresa. O DY ficou em 7,36% nesse período. Além dos pagamentos trimestrais, a empresa realizou um pagamento adicional de dividendos e três remunerações de JCP. No mesmo período, a empresa bonificou em 10% as ações preferenciais e aumentou seu capital, subscrevendo 0,023501435 ações a R$ 7,80 para cada ação em posse.
O ano seguinte teve um pagamento menor, de R$ 7,3 bilhões distribuídos aos acionistas, mas com DY maior, de 8,45%. A companhia realizou quatro remunerações trimestrais, dois dividendos adicionais e dois créditos relativos a JCP.
Durante o exercício de 2020, não houve pagamento de proventos em boa parte do ano por conta das restrições impostas pelo Banco Central às instituições financeiras em decorrência da pandemia. Ainda assim, a holding pagou R$ 1,7 bilhão líquido em dividendos aos investidores com participação acionária, o que representou um retorno de 5,5% sobre o valor das ações.
Confira o cronograma de pagamentos realizados desde 2018: