Assim como Magazine Luiza (MGLU3) e WEG (WEGE3), o Banco BTG Pactual (BPAC11) é um case que precisa ser estudado por todo investidor, independente de gostar do setor financeiro ou não.
O maior banco de investimentos da América Latina, sob o comando do seu fundador André Esteves, é hoje o único player capaz de enfrentar a XP Investimentos, de Guilherme Benchimol. Nos bastidores, a disputa é ainda mais acirrada e nos últimos meses os movimentos do BTG começaram a incomodar.
A XP cresceu através de uma base de agentes autônomos de investimentos, ou seja, diversos profissionais que captam
dinheiro de pessoas que têm contas em grandes bancos e levam para a plataforma. Entretanto, um problema acontece no mercado.
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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exige que o agente autônomo só pode ser vinculado a uma única instituição financeira, algo que não é bom para ele, não é bom para o mercado como um todo e, principalmente, não é bom para o cliente, que poderia ter mais opções de produtos financeiros.
Como o BTG atraiu os agentes autônomos?
O Banco BTG Pactual (BPAC11) conseguiu encontrar uma forma de atrair estes profissionais, principalmente os grandes escritórios, e a saída foi transformar estes escritórios em corretora de valores.
Foi o caso do EQI (Eu Quero Investir), que era da XP e agora migrou para o BTG. Especula-se que o valor do negócio possa ter superado R$ 200 milhões.
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Além disso, provavelmente, ainda este ano, a CVM deve acabar com a exclusividade do agente autônomo. Para entrar nesta batalha e avançar na área digital, o maior banco de investimentos da América Latina fez uma captação de R$ 2,6 bilhões através da emissão de novas ações em julho.
BPAC11, MGLU3 e WEGE3:
Durante a crise o auge da crise coronavírus (covid-19), as ações chegaram a despencar quase 70%. Na minha opinião, um erro de precificação do mercado financeiro. O BTG deveria ter apanhado como MGLU3 e WEGE3, empresas sólidas e que, mesmo em um momento de caos, sofreriam menos e poderiam, até mesmo, se beneficiar nos meses seguintes.
O motivo era simples. O foco do BTG não é o varejo tradicional e, portanto, o impacto é muito menor. Não é à toa que após a mínima no ano, os papéis já subiram mais de 200%. O lucro do primeiro trimestre foi de R$ 768 milhões, 14% maior em relação ao mesmo período de 2019, mesmo com a maior crise que o mundo já viu desde 1929.
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O seu índice de basiléia, ou seja, métrica que mede a saúde financeira de um banco, subiu de 14,9% para 19,4%.
Do Tesouro Nacional para o BTG Pactual:
A velocidade como o BTG cresceu desde a sua fundação, a recuperação da sua crise institucional em 2015, a chegada de Mansueto Almeida, ex-secretário do tesouro nacional, o movimento de tornar-se investidor de empresas estratégicas como a CredPago, e possivelmente a compra de uma corretora de valores ou banco digital, explicam porque o Goldman Sachs coloca o preço alvo das ações do BTG (BPAC11) em R$ 110,00, ou seja, valorização de 25%.
Valor esticado de uma ação é algo muito relativo e vai muito além de preço. O mercado financeiro sempre foi mais engessado em relação a comunicação, mas o BTG, sob o comando de André Alves, Head de Comunicação e André Kliousoff, Head de Digital Marketing , conseguiram construir uma estratégia eficiente de consolidação de marca e captação de clientes através dos canais digitais.
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Se pudesse definir em uma frase o investimento que fiz nas ações do BTG (BPAC11) meses atrás, precisaria parafrasear Warren Buffet: “Nunca aposte contra o BTG”.
Saiba mais sobre a trajetória de Mansueto, ex-secretário do tesouro nacional e confira também quais os impactos da entrada de Mansueto nas ações do BTG: