Investimento não é cassino

Fabrizio Gueratto é especialista em investimentos, com mais de 15 anos de experiência, além de ser o apresentador e financista do Canal de YouTube 1Bilhão Educação Financeira, com mais de 300 mil inscritos e 12 milhões de visualizações em pouco mais de 1 ano de trabalho. Atualmente, com 36 anos de idade, Fabrizio é palestrante e autor do livro “De Endividado a Bilionário”.

Escreve às terças e quintas-feiras

Fabrizio Gueratto

Ibovespa vive novo Bull Market e coronavírus é passado?

Entenda a alta da bolsa de valores, segundo o CEO da Butiá Investimentos

Homens observando o logo da B3 em sua sede em São Paulo. (Daniel Teixeira/Estadão)

Recentemente vimos que o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, vem subindo, após suas seguidas quedas por conta do novo coronavírus (covid-19). Durante a crise sanitária, a bolsa acionou por 6 vezes o circuit breaker, o que preocupou investidores e fez muitos papéis se desvalorizarem. Atualmente, com a reabertura da economia ao redor do mundo, já é possível ver os efeitos positivos no mercado financeiro.

Pensando nisso, conversei com o CEO da Butiá Investimentos, Rodrigo Dias, para entender sobre o atual cenário econômico brasileiro e saber se a bolsa de valores continuará em ascensão. Além disso, Dias revelou também as ações favoritas da gestora. Confira:

Por que a bolsa de valores está subindo?

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Estamos passando por um momento, pelo menos nos últimos 20 dias, onde a bolsa chegou a bater por volta de 70 mil pontos. Agora, já atingiu os seus 97 mil pontos. Dentro da nossa visão, o que aconteceu foi uma visão de menor risco em relação ao Brasil nesse momento, seja ele o ruído político apaziguado e a flexibilização da economia em diversas regiões do mundo, como ocorreu na China, Europa e diversas regiões dos EUA, incluindo também partes do Brasil, mesmo que ainda seja contabilizado números crescentes de infectados no país.

Portanto, todo este combo fez com que os mercados, de certa forma, que já estavam também com um excesso de liquidez, acabassem indo para os ativos de maior risco, fazendo com que as bolsas de valores se beneficiassem.

Mas o Ibovespa pode cair novamente?

O movimento de curto prazo ele é um pouco mais complexo para trabalhar. Mas, olhando em uma visão de longo prazo, temos uma perspectiva bastante construtiva para a bolsa ainda. Ainda existe um risco elevado, principalmente com os especialistas em saúde fazendo o alerta sobre a segunda onda do novo coronavírus. Além disso, é possível ver uma série de manifestações nas ruas, seja aqui no Brasil quanto nos EUA. Isso pode também provocar o aumento da pandemia. Com isso, de certa forma, pode fazer com que seja decretado o lockdown e isso seria um fator de risco muito grande.

Outro fator importante é o crescimento das tensões comerciais entre EUA e China, sendo essa uma tensão que já é carregada desde o ano passado, tendo uma melhora no final do ano, mas hoje parece que isso volta novamente.

O agravamento de qualquer um desses pontos pode prejudicar novamente os mercados.

Qual o comportamento dos fundos durante a crise do coronavírus?

Durante janeiro e fevereiro já consideramos que alguns ativos estavam com suas precificações melhores. Por isso, naquele momento, reduzimos algumas posições e alteramos alguns pesos e empresas dentro do portfólio.

Quando a covid-19 veio realmente para o Brasil, após o carnaval, ocorreu aquele impacto muito forte dentro dos mercados. Nós ainda estávamos com uma visão muito otimista para o Brasil, com o início do ciclo econômico, saindo da fase de recuperação, para crescimento rápido. Com isso, até demoramos ou subestimamos o que seria aquele grande impacto na economia. Ocorreu aquele primeiro lockdown na China, fazendo com que o mercado pensasse que seria algo mais regionalizado. Porém, na hora que chegou na Europa, foi quando começou o alerta e quando passou também para as américas, realmente caiu a ficha do que estava acontecendo.

Nós da Butiá Investimentos e alguns outros colegas gestores, tivemos que parar e rever posições e cenário. Nós projetávamos um crescimento de PIB na ordem de 2,6% e hoje o mercado trabalha com uma média de queda de 7%. Com isso, começamos a trazer alguns players capazes de trazer mais resiliência operacional, com uma condição de caixa mais consistente ou robusta, com menos pressão de curto prazo.

Com isso foi possível também diminuir o estrago, não só no próprio momento de maior caos, com a bolsa chegando no nível de 60 mil pontos, mas também com reduções de algumas empresas e elevação de caixa.

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Quer saber qual a ação que a Butiá Investimento tem a maior posição e é a favorita? Confira a resposta no vídeo: