Para todo problema econômico complexo existe uma solução simples e burra. Não sei em que lugar ouvi isso, mas carrego comigo faz muito anos. Quando vamos analisar uma ação, não existe um único fato que devemos olhar e assim facilmente tomarmos a melhor decisão. Fatores como as pessoas que estão a frente do negócio, fluxo de caixa, múltiplos financeiros, possibilidade de crescimento do setor, entre diversas outras variáveis, precisam ser levadas em consideração. Porém, vou tentar falar da forma mais simplista possível os motivos que me fizeram aumentar ainda mais os meus investimentos nas ações do banco Itaú Unibanco (ITUB4).
1) Risco do Itaú quebrar:
O primeiro deles é o risco de uma empresa quebrar. Claro que isso pode acontecer com qualquer uma, porém, a chance de isto acontecer com uma empresa como a Oi (OIBR3 e OIBR4) ou IRB Brasil RE (IRBR3) logicamente é infinitamente maior do que com o Banco Itaú (ITUB4).
Logicamente, este único motivo isoladamente não faria sentido nenhum. Entretanto, logo de cara já quase eliminamos o risco de a ação virar pó, ou seja, valer centavos ou simplesmente desaparecer.
2) Bancos de adaptam em diversos cenários:
O segundo motivo, é que, a história nos mostra que os bancos no Brasil ganham muito dinheiro com governos de esquerda e direita, com crise ou sem crise e com superinflação ou taxa Selic se aproximando de zero.
Diria que são as instituições financeiras mais versáteis do mundo, pois se adaptam a cenários diversos. Não é à toa que dois deles, Itaú e Bradesco (BBDC4), estão entre as 10 empresas mais valiosas da América Latina.
3) Novo coronavírus (covid-19):
O terceiro motivo diz respeito ao cenário momentâneo que estamos vivendo com o novo coronavírus (covid-19). Diferente do BTG Pactual (BPAC11) que é um banco de investimento e se as ações dispararam após o auge do caos em março, os grande bancos de varejo sofreram mais, em especial por algo chamado provisionamento, ou seja, quando uma instituição financeira precisa colocar em seu balanço o prejuízo que espera ter nos próximos meses. Itaú e Bradesco, por exemplo, praticamente dobraram o dinheiro separado para cobrir eventuais inadimplências em função da pandemia, o que fez com que o lucro líquido caísse 40%.
Publicidade
Apesar de vivermos a mais grave crise econômica desde 1929, eu não acredito que teremos o dobro de pessoas e empresas dando calote, assim como não acredito no dobro de desempregados. Os bancos simplesmente colocaram este alto percentual como uma gorda margem de segurança e que no futuro parte destes recursos voltarão para o caixa. É algo pontual e que não reflete um problema no modelo de negócio ou até mesmo na empresa, como uma má gestão por exemplo.
4) Ações descontadas:
O quarto motivo é que diversas empresas como Magazine Luiza (MGLU3), Weg (WEGE3) e o próprio BTG já subiram bastante desde o seu pior dia nos meses de março e abril. Apesar de ainda poderem ter margem para valorizarem ainda mais, esta gordura cada vez fica menor.
Entretanto, as ações dos grandes bancos de varejo e isso inclui também o Banco do Brasil, podemos enxergar que estão andando de lado, ou seja, não sobem e nem caem. Desde a sua mínima em 2020, ações dos grandes bancos subiram entre 20% e 40%, enquanto o Ibovespa subiu quase 60%. Por isso, muitos analistas, assim como eu, acreditamos que as ações estão baratas, ou descontadas, como falamos no mercado financeiro. O Itaú, por exemplo, está com uma cotação próxima de outubro de 2016. Se levarmos em conta a inflação durante estes quase 4 anos, chegaremos a um número ainda melhor.
Acredite, enquanto eu viver neste sistema chamado capitalista, sempre serei sócio de quem está no topo da cadeia alimentar, no caso, os bancos.
Confira também a nossa matéria sobre a queda de 40% no lucro do Itaú.
Publicidade
Assista ao vídeo exclusivo sobre o motivo de eu investir em Itaú e não em Itaúsa (ITSA4):