O Fundo de Investimento em Ações (FIA) Alaska Black já foi um dos queridinhos dos investimentos, principalmente por ter sido um dos fundos de maior rentabilidade do País. Mas, com a chegada do novo coronavírus (covid-19) no Brasil, a queda foi de quase 70%, o que preocupou milhares de cotistas.
Pensando nisso, convidei Ney Miyamoto, gestor do Alaska Black, para responder algumas dúvidas. Confira:
Como está o desempenho do Alaska Black FIA e BDR?
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O Alaska Black FIC FIA BDR Nivel I está com uma carteira de ações quase idêntica ao Alaska Black Institucional, que é um fundo que investe apenas em ações. O primeiro, além das ações, tem uma posição vendida em dólares vinculada às ações de empresas exportadoras que temos na carteira – a posição está entre 15% e 20% do patrimônio líquido do fundo.
Surgiu um boato que o fundo poderia quebrar. Em algum momento existiu, realmente, essa possibilidade?
Não, foi apenas um boato causado pela liquidação das posiçōes, principalmente de MGLU3, de um fundo que tinha como administrador o mesmo banco [BTG Pactual] que é administrador de fundos da Alaska.
Por que o fundo chegou a cair mais de 70% e esteve entre as maiores quedas do País? Quais foram os erros?
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O Alaska Black Institucional teve queda semelhante aos FIAs convencionais porque é um fundo que tem apenas ações na carteira. O Alaska Black FIC FIA BDR Nível I, além da queda com as ações, tinha posições através de contratos futuros aplicadas em juros e vendidas em dólares.
Alguns fundos estão reduzindo a taxa de administração. A gestora também pensa em reduzir em função de toda crise?
Sempre prestamos atenção no indústria de fundos. A discussão sobre redução de taxa de administração não aconteceu na Alaska, mas pode acontecer.
Qual a perspectiva de vocês para o Ibovespa nos próximos meses e anos?
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Mantemos nosso cenário de longuíssimo prazo de que empresas brasileiras listadas estão num ciclo de alta desde final de 2015/início de 2016. Os ciclos costumam ser longos, em média 7-8 anos. Dito isso, entendemos que as ações devem gerar retornos expressivos nos próximos anos. Não trabalhamos com perspectivas de curto prazo.
Quais ações ainda fazem parte da carteira?
O portfólio mudou um pouco o tamanho das alocações, mas os nomes são praticamente os mesmos que podem ser vistos com 3 meses de atraso através da CVM. Colocamos 2 nomes novos que preferimos ainda não dizer. Para citar posiçōes atuais, vou mencionar duas: Magazine Luiza (MGLU3) e Cogna (COGN3).
Para recuperar o prejuízo de quem investiu no começo do ano no fundo, o Alaska precisará rentabilizar próximo de 165%. Vocês trabalham com alguma meta para isso?
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Pretendemos voltar o mais rápido possível, inclusive porque parte relevante dos nossos patrimônios pessoais está em nossos fundos. Temos muita confiança de que os fundos retornarão aos melhores momentos porque entendemos que os investimentos estão em ótimos ativos com muito potencial de retorno, entretanto não sabemos quando o preço dos ativos vai refletir a qualidade dos mesmos, portanto não temos uma meta ou prazo.
Apesar do susto, muitos investidores continuam aportando nos fundos. Qual é o motivo para isso acontecer na sua opinião?
Temos um movimento geracional: jovens estudam mais sobre renda variável que os investidores de outrora. Os mais experientes provavelmente não precisavam estudar porque por muito tempo o Brasil teve taxas de juros exorbitantes. Para sintetizar, é a combinação do maior conhecimento sobre renda variável com taxas de juros baixas. No caso da Alaska, tenho certeza que a transparência e o trabalho de educação financeira, principalmente do Henrique Bredda, ajudam bastante os investidores a manter a confiança.
Confira agora a entrevista exclusiva que está gerando polêmica no mercado financeiro:
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