Cada vez mais países abrem ou preparam-se para abrir a sua economia paulatinamente. O mundo quer voltar a girar, ser produtivo, ser livre. Mas, o mundo não é mais o mesmo de alguns poucos meses atrás e deverá transformar-se ainda mais nos próximos meses até estar pleno novamente.
Naturalmente, questionamentos fundamentais surgem. Como já foram e serão ainda mais afetados os hábitos sociais, de consumo e de investimento? Como foram e serão ainda mais afetados a renda e até mesmo o emprego? Como está e estará a saúde financeira e os negócios das empresas? Algumas empresas se fortaleceram, outras se enfraqueceram, outras morreram e outras novas surgiram e essa dinâmica deverá acentuar-se um pouco mais antes de começar o processo de recuperação. Processo evolutivo típico.
Mas quem serão os vencedores, aqueles que sairão mais fortes e melhor adaptados? Quem serão os novos líderes políticos, empresariais, banqueiros e sociais? Quem serão aqueles que terão a visão, trarão aspiração, inspiração, transpiração e liderarão nossos países, empresas, bancos, seus colaboradores e comunidades? Muito provavelmente não serão aqueles cheios de certezas, convicções porque o que estamos vivendo é inédito e repleto de incertezas e novas tendências. Também não serão os egocêntricos porque os novos líderes trabalharão para os que precisam dele, serão ferramentais para aqueles que precisam deles. Também não serão os hierárquicos, centralizadores porque são lentos e a dança das cadeiras já começou numa velocidade estonteante. E não serão aqueles individualistas que tendem a resolver tudo sozinho porque ninguém sozinho terá todas as respostas.
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Os novos líderes serão agregadores, terão a habilidade de escolher times complementares com pontos de vista diferentes porque o ponto de vista é a vista a partir de um ponto e todos serão necessários para interpretar os novos tempos, serão humildes para escutar atentamente muitas opiniões díspares, serão serenos para avaliar e tomar as melhores decisões e horizontais para serem rápidos na execução.
Os novos líderes precisarão ser empáticos para conseguir colocar-se na posição dos diversos tipos de colaboradores e de clientes e engajar-lhes pelo propósito e pela identificação de princípios e valores, pelo mesmo DNA de alguém que se importa. Esta nova liderança será exercida através do que chamo de Gestão Participativa onde todos os stakehoders são não só o fim, mas o meio e também a origem das decisões. As relações serão esféricas. Já que não sabemos o que nos espera, como diria Bruce Lee, sejamos como água. “Não se coloque dentro de uma forma, se adapte e construa a sua própria, e deixe-a expandir, como água. Se colocarmos a água num copo, ela se torna o copo; se a colocar numa garrafa, ela se torna a garrafa. A água pode fluir ou colidir. Seja água, meu amigo”.