- Quando falamos de renda passiva para viver de renda, devemos pensar em tipos de investimentos que sejam maduros
- Dentre estes ativos, ações de empresas maduras costumam ser boas pagadoras de dividendos
- No entanto, é preciso observar que a diversificação em outras classes de ativos também pode ser uma boa estratégia
Quando falamos de renda passiva para viver de renda, devemos pensar em tipos de investimentos que sejam maduros e menos sujeitos a eventos que reduzem a geração de caixa conhecidos, bem como a necessidade de constante reinvestimento e depreciação da base de ativos.
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Dentre estes ativos, ações de empresas maduras costumam ser boas pagadoras de dividendos. No entanto, é preciso observar que a diversificação em outras classes de ativos pode ser uma boa estratégia como fundos imobiliários e de infraestrutura.
Os instrumentos que reduzem a incidência de impostos e que possuem supervisão de equipes especializadas tendem a desempenhar melhor no tempo. Existem diversos tipos de fundos e produtos que permitem que sejam adquiridos ativos de alta qualidade e risco controlado, cujo foco é justamente a geração de uma renda passiva corrigida por inflação e sem incidência de IR; ou no caso de RV, fundos que além do ganho de dividendos, priorizem o crescimento da empresa e, com isto, o aumento do preço das ações.
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Neste sentido, a carteira de renda passiva pode ser diversificada. Primeiramente, parte do portfólio pode ser alocado em ações de empresas boas pagadoras de dividendos, cujo reinvestimento é sempre menor que a geração potencial de caixa ao longo dos anos. O recebimento periódico de dividendos diminui a dependência das oscilações de preço e volatilidade do mercado.
O investimento em ações de empresas potencialmente boas pagadoras de dividendos pode ser realizado via fundos especializados neste tipo de estratégia.
O maior desafio daqueles que se aventuram em operacionalizar uma estratégia de dividendos sozinhos é, além do conhecimento específico necessário para não entrar em negócios que vão divergir dos objetivos iniciais no tempo, a questão da escala para reinvestir os proventos e a diversificação necessária.
Com valores investidos pequenos, a diversificação e o balanço das carteiras tornam-se mais difíceis, além da impossibilidade de se usar ferramentas como derivativos e proteções, que no tempo podem, além de proteger os investimentos, gerar uma renda adicional em um portfólio de longo prazo.
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Uma segunda opção a compor os ativos em carteira, principalmente para quem tem o objetivo de longo prazo para viver com renda previsível depois de 20 / 30 anos, a melhor recomendação talvez seja alocar parte do patrimônio em fundos de previdência com tabela regressiva de IR.
Importante se atentar à estratégia final. Ao alocar em fundos de previdência de Renda fixa, sem qualquer apropriação da evolução do valor de bons negócios no tempo e o retorno composto que isto gera, não costuma ser a melhor opção de longo prazo. Ter uma parte do patrimônio em negócios que vão crescer ao longo dos anos, com equipes especializadas tomando conta disto, costuma dar ótimos resultados para investidores disciplinados.
Por último, é preciso também pensar em liquidez, mas sem deixar a rentabilidade totalmente de lado. É aí que entram os fundos de caixa. Apelidamos assim os fundos especializados para alocação de caixa, ou seja, aquele recurso que ainda não foi alocado definitivamente seja porque está entre períodos de alocação, seja porque o mercado ainda não apresentou boas oportunidades ou até seja aquele pedaço dos recursos que precisam ficar em liquidez e baixo risco.
De forma geral e pouco técnica, a maior parte dos assessores recomenda que recursos voltados para o caixa fiquem em títulos do tesouro atrelados a taxas pós-fixadas ou fundos com o mesmo tipo de ativo, em ativos federais do tipo LFT.
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O problema deste tipo indicação de investimento feita desta forma é que protege a reputação do assessor em detrimento do retorno do investidor, pois existem hoje em dia produtos com riscos muito baixos e retornos muito melhores que este tipo de ativo para se carregar. Mas é preciso conhecer toda a tecnicidade que envolve este tipo de produto.
Desde 2015, gerimos produtos deste tipo que aliam a liquidez imprescindível, com níveis de risco e retorno muito mais adequados e melhores do que as opções mais comuns, como o Tesouro Direto.
Produtos assim, possuem zero nível de exposição ao risco de crédito privado corporativo, ou seja, não contam com este tipo de risco e de ativo em seus portfólios, possuem sempre baixa volatilidade de cotas, muita previsibilidade e costumam ser uma ótima opção quando mantém seus retornos bem acima do CDI.
Quando falamos em viver de renda, mais importante do que escolher uma carteira é tentar fugir dos potenciais problemas. É preciso cuidar com indicações de alocação em títulos públicos. Nem sempre são a melhor alocação, nem sempre estão no melhor momento para alocação e nem sempre possuem estrutura de renda recorrente como o investidor requer.
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Outra dica ao investidor é procurar fundos que tenham a estratégia de renda como foco da gestão, e não parte dela. É preciso ter em mente que encontrar ativos que geram renda não é algo trivial e é preciso entender as características deste tipo de investimento e seus riscos. Mas, cuidado com excesso de diversificação: se o objetivo é gerar renda, o melhor é alocar para o longo prazo para se aproveitar desta renda por um período longo de tempo.
A estratégia de renda passiva é parte de qualquer estratégia de investimento e deve ser perseguida o quanto antes, desde que haja o cuidado em alocar em ativos que equilibrem a relação risco x retorno e geração robusta de caixa.
Não conhecer as peculiaridades e especificidades de cada tipo de investimento é o maior erro do investidor. Aplicar em ações com vistas em dividendos, por exemplo, pode gerar frustrações, caso o investidor compre o papel no momento errado ou olhe apenas o histórico passado, sem observar as projeções futuras. Vale colocar que fluxos passivos de renda possuem complexidades inerentes aos projetos que investem. Por isso é tão importante ter uma gestão profissional ajudando o investidor.
Fernando Camargo Luiz é gestor da Trópico Investimentos
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