O que este conteúdo fez por você?
- Dados do estudo realizado pela Anbima e o Datafolha apontam para um aumento significativo no número de mulheres investidoras nos últimos anos
- Ao contrário dos homens, as mulheres tendem a adotar uma abordagem mais cautelosa e menos impulsiva
- Ao promover a participação ativa das mulheres no mercado financeiro estamos também fortalecendo o mercado como um todo
O mercado financeiro, que tradicionalmente foi dominado pelos homens, está sofrendo uma grande transformação com a crescente entrada das mulheres. De 2021 para 2022, o número de mulheres investidoras passou de 28% para 33%, de acordo com o estudo “Raio X do Investidor Brasileiro“, realizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o instituto de pesquisa Datafolha. E esse não é só um fenômeno local.
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Uma pesquisa global de 2022 da empresa de negociação e investimento social eToro descobriu que, das 9.500 investidoras do sexo feminino pesquisadas, 48% eram novatas nos mercados nos últimos dois anos. Embora o número de mulheres com investimentos tenha crescido consideravelmente, indicando um interesse cada vez maior no mercado financeiro, ainda há desafios a serem enfrentados.
Um ponto importante a ser destacado é que as mulheres também costumam se preocupar com propósito na hora de investir. Uma pesquisa da Money Crashers descobriu que quase metade (49%) das mulheres classificaram a missão social de uma empresa como extremamente ou muito importante para elas, em comparação com apenas 29% dos homens.
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Uma análise mais detalhada desses estudos revela padrões interessantes no comportamento das mulheres em relação aos investimentos. Ao contrário dos homens, elas tendem a adotar uma abordagem mais cautelosa e menos impulsiva. Dados do estudo “Raio X” indicam que elas realizam 27% menos negociações do que os homens, mostrando uma preferência por manter seus investimentos por períodos mais longos.
Na mesma linha, um estudo realizado pela Universidade da Califórnia em Berkeley revelou que os homens realizavam 45% mais negociações do que as mulheres, indicando que, especialmente em campos como finanças, os homens tendem a ser mais excessivamente confiantes em comparação com as mulheres.
Essa postura pode resultar em uma maior consistência e desempenho a longo prazo nas carteiras de investimentos femininas, como mostrou uma análise em mais de 5 milhões de contas feita pela Fidelity em 2021, que destacou que as mulheres superaram os homens em uma média de 40 pontos-base anualmente (0,4%) de 2011 a 2020.
Segurança e proteção do patrimônio
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Outro aspecto importante é a propensão das mulheres a assumir menos riscos em comparação com os homens. Estudos sugerem que elas acabam optando por uma abordagem mais conservadora, escolhendo ativos mais conservadores, como renda fixa, por exemplo. Esse comportamento pode ser atribuído a uma variedade de fatores, incluindo diferenças hormonais e sociais, bem como uma maior ênfase na segurança financeira e na proteção do patrimônio.
Apesar dos desafios enfrentados, como salários geralmente mais baixos e desigualdades estruturais, as mulheres demonstram um comprometimento significativo em poupar de forma disciplinada. Dados da Fidelity revelam que as mulheres economizam em média 9% da sua renda anual em comparação com uma média de 8,6% economizada pelos homens.
Além disso, muitas mulheres reconhecem a importância de criar uma reserva financeira para emergências e oportunidades futuras, destinando uma parte maior de seus rendimentos para a poupança e o investimento.
Ao promover a participação ativa das mulheres no mercado financeiro, não estamos apenas criando oportunidades de crescimento e empoderamento econômico para elas, mas também fortalecendo o mercado como um todo. Estudos mostram que a diversidade de gênero nas equipes de investimento pode levar a uma tomada de decisão mais robusta e a uma gestão mais eficaz do risco.
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Adicionalmente, um estudo realizado pelo BNY Mellon destaca a importância das mulheres na atividade econômica e nas decisões financeiras das famílias. As mulheres representam 75% da compra de bens de consumo e 60% da provisão dos recursos familiares, conforme dados do Banco Mundial. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir a inclusão e o empoderamento financeiro das mulheres.
É importante que o mercado financeiro trabalhe para tornar seus produtos e serviços cada vez mais acessíveis e igualitários. A educação financeira também desempenha um papel fundamental nesse processo, permitindo que as mulheres tomem decisões mais conscientes e alinhadas com seus objetivos financeiros.
Por fim, a crescente presença das mulheres no mercado financeiro não só representa uma mudança positiva, mas também uma oportunidade de impulsionar transformações significativas na economia global. Ao reconhecer e valorizar o papel das mulheres como investidoras e líderes no mundo financeiro, estamos construindo um futuro mais inclusivo, diversificado e resiliente para todos.
Juliana Benvenuto é formada em Relações Internacionais pela Faap e possui uma pós-graduação em Gestão Financeira pela Universidade da Califórnia. Além disso, possui um certificado em finanças pela Saint Paul Escola de Negócios. Atualmente, ocupa o cargo de coordenadora de conteúdo e treinamento na Avenue Securities DTVM.
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