O que este conteúdo fez por você?
- A primeira questão a responder é: qual era o seu objetivo quando fez este investimento?
- É muito importante que qualquer aplicação resgatada seja vista como uma oportunidade para realizar uma meta imediata ou para reinvestir e potencializar metas maiores e de longo prazo
- Dedique um tempo para entender suas necessidades, rever seus hábitos de consumo, definir metas, estudar investimentos por meio de informações de fontes confiáveis e montar sua carteira de acordo com isso
Se você possuía Tesouro prefixado 2022 em sua carteira de investimentos, certamente já viu, no saldo disponível de sua conta na corretora, o valor relativo ao resgate deste título.
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O vencimento ocorreu em 1º de janeiro e, como sempre acontece nas datas de vencimento de títulos do Tesouro, eu recebi muitas perguntas sobre o que fazer quando um título do Tesouro vence.
Na verdade, o investidor não precisa fazer nada: o processo é todo automático. No dia seguinte à data de liquidação do título, o valor que você investiu é creditado em sua conta, acrescido do
percentual de juros definido no momento da aplicação. É creditado em conta o valor líquido, pois a tributação de imposto de renda que incide sobre o rendimento é recolhida pela própria corretora de valores, no momento do resgate.
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Obviamente, se você possuía o Tesouro Prefixado 2022, precisará zerar a posição desse título no informe anual, quando for fazer sua declaração de Imposto de Renda 2023. Essa será a única providência burocrática que você deverá tomar quanto ao título resgatado.
O dinheiro está disponível na conta. E agora?
Após receber em conta o resgate deste título do tesouro, o mais importante a fazer é definir, com inteligência, a destinação a ser dada ao dinheiro.
A primeira questão a responder é: qual era o seu objetivo quando fez este investimento?
Se esse montante faz parte de sua reserva de emergência, não precisa nem pensar muito: você já sabe que precisa reinvestir em outro título, como o Tesouro Selic ou em algum CDB com liquidez, preferencialmente de bancos menores, cuja rentabilidade tende a ser mais alta.
Agora, se o investimento era para uma meta de curto prazo e, com o resgate do título, chegou também o momento de realizar essa meta, basta seguir o plano, afinal, você fez um planejamento pra isso, não
é mesmo?
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O que acontece às vezes é que o título vence antes da data prevista para o uso do dinheiro. Se esse for o seu caso, o ideal é começar avaliando se a tal meta ainda faz sentido pra você. Se ela continua valendo, mantenha-se fiel ao seu planejamento e escolha uma nova aplicação financeira que tenha rentabilidade e prazo em linha com a sua meta.
Mas, por outro lado, se a meta não tem mais nada a ver com você, isso também não é motivo para simplesmente gastar o dinheiro sem nenhum critério: lembre-se de que teremos um ano de inflação
elevada e que, mais do que nunca, inteligência financeira e foco serão determinantes para sua qualidade de vida no futuro.
Se for o caso, defina uma nova meta, com um novo prazo e estime o seu custo. Com base nisso, você poderá escolher um novo ativo para reinvestir o dinheiro recém-resgatado.
Você pode investir em títulos com prazos maiores, desde que coincidam com os prazos de execução de suas metas. Se forem metas de médio e longo prazo, e sua preferência for por investimentos conservadores, Tesouro IPCA, LCIs ou LCAs indexadas à inflação são boas opções.
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Eu sugiro também que você avalie a possibilidade de destinar ao menos um percentual desse dinheiro para investimentos em renda variável. Atualmente, temos excelentes empresas na bolsa de valores
sendo negociadas a preços muito abaixo do que realmente valem, e isso pode ser uma excelente oportunidade para turbinar seu crescimento patrimonial no longo prazo. Vale a pena pensar nisso.
Resista às tentações
É muito importante que qualquer aplicação resgatada seja vista como uma oportunidade para realizar uma meta imediata ou para reinvestir e potencializar metas maiores e de longo prazo.
Algumas vezes tendemos a ver o dinheiro que voltou para a conta como um “prêmio caído do céu”. Isso acontece principalmente com valores que ficam investidos por um período um pouco maior, pois,
como de certa forma você não estava incluindo o valor investido nas contas do dia a dia, quando ele fica disponível, a sensação é quase como a de encontrar R$ 50 no bolso de uma roupa que você não
usava há meses.
Cuidado com isso! Lembre-se de todo o esforço feito para guardar o dinheiro e não se autossabote.
Simplesmente comece. Agora!
E, se por acaso você ainda não investe, eu tenho uma frase que é clichê, porém, muito verdadeira: “daqui a um ano você irá desejar ter começado hoje”. Portanto, não adie mais. Tanto na renda fixa quanto na renda variável há ótimas oportunidades.
Existem fundos de investimento em que você pode começar com menos de R$ 100. No Tesouro Direto, a partir de R$ 30 é possível investir. Recentemente, eu fiz um vídeo em que montei uma carteira de ações de R$ 50.
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Esses são apenas alguns exemplos para que você perceba que é muito mais uma questão de prioridade do que de oportunidade.
Mesmo que você precise começar com pouco, acredite em mim: o importante é começar. Meu primeiro investimento foi feito com uns trocados que eu ganhei lavando carros!
Talvez você pense: “guardar pouco dinheiro não vai me deixar rico” e você tem razão. O que pode te deixar rico não é a quantia com que você inicia, mas sim a mudança de hábitos. E, para começar seu novo hábito de investir, você pode começar com qualquer valor.
Então, se você teve resgate no Tesouro Prefixado 2022 e precisa reaplicar o dinheiro, ou se vai começar agora a investir, o racional é o mesmo: dedique um tempo para entender suas necessidades, rever seus hábitos de consumo, definir metas, estudar investimentos por meio de informações de fontes confiáveis e montar sua carteira de acordo com isso.
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Dentro de algum tempo, seu foco e disciplina, combinados com a “mágica” dos juros compostos, farão toda diferença na sua independência financeira.
Esta coluna não reflete necessariamente a opinião editorial do Estadão Investidor.