- Investir em ativos com DY recorrente superior a 10,5% é crucial para garantir uma fonte de renda consistente e minimizar riscos
- Fundos como o Valora Cri CDI (VGIR11) e o Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11) mostram que reinvestir dividendos é parte crucial de uma estratégia sólida de construção de patrimônio
- O histórico sólido de dividend yield é um indicador crucial de que um ativo irá oferecer retornos acima da taxa de juros
Momentos como o atual, em que há alta volatilidade do mercado financeiro, incentivam a busca por ativos mais seguros, com retornos consistentes. Uma das melhores estratégias para isso é o investimento em ações e fundos imobiliários (FIIs) com dividend yield (rendimentos de dividendos, ou simplesmente DY) superior a 10,5% nos últimos três anos.
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Saímos à caça desses papéis. Para este levantamento, além do valor do DY, consideramos somente ações e fundos com volume médio diário anual superior a R$ 3 milhões.
Encontramos 21 ativos que atendem a esses critérios. São sete ações e catorze fundos imobiliários. No “top 5” de maiores retornos, são três ações e dois fundos. O que esses ativos podem nos ensinar sobre as opções de rentabilidade segura oferecidas hoje pela Bolsa brasileira?
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Destaques e tendências
Os fundos imobiliários são predominantes: doze dos quatorze fundos campeões de DY estão listados como títulos de valores mobiliários (TVM) e dois como fundos híbridos. O destaque vai para o fundo Kinea High Yield (KNHY11), não apenas pelo DY consistente, mas também pelo retorno de 21,6% nos últimos 12 meses, o que demonstra equilíbrio entre estabilidade e crescimento.
Quando olhamos para o DY projetado de todos os 21 ativos, notamos que cinco deles (quatro ações e um fundo) devem render mais do que 15 pontos percentuais nos próximos 12 meses.
Contraste
A ação da Metal Leve (LEVE3) se destaca pelo maior aumento no DY projetado, saltando de 12,97% (mediana dos últimos três anos) para 24,48% no próximo ano, uma diferença de mais de onze pontos percentuais, apesar da queda de 9,01% no preço da ação nos últimos 12 meses.
Em contraste, as ações da Petrobras (PETR4 e PETR3) apresentam queda significativa, superior a 22%, no DY projetado em relação à mediana, porém com valorização de mais de 40% em suas ações no último ano. Vale lembrar que nosso levantamento tem como base a data de 3 de julho de 2024.
Isso significa que os papéis da Petrobras, embora apresentem um declínio significativo no DY projetado, ainda oferecem retornos robustos, de 49,66% e 40,34%, respectivamente. Ou seja: apesar do DY declinante (que merece ser acompanhado com atenção), as ações da empresa continuam sendo investimentos lucrativos.
Reinvestir dividendos?
Fundos imobiliários como o Valora Cri CDI (VGIR11) e o Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11), mas não apenas esses, são bons lembretes de por que reinvestir dividendos é parte crucial de uma estratégia sólida de construção de patrimônio. Com o reinvestimento, esses fundos trazem retornos projetados robustos de 21,08% e 21,54%, respectivamente.
De olho no dividend yield
Investir em ativos com DY recorrente superior a 10,5% é crucial para garantir uma fonte de renda consistente e minimizar riscos. Esse critério de corte é ainda mais relevante num cenário desafiador como o atual, tão imprevisível.
Os investidores precisam analisar o perfil dos dividendos distribuídos nos últimos três anos, sempre atentos a eventuais dividendos extraordinários, os quais, por definição, não têm garantia de que irão se repetir nos próximos 12 meses.
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Além disso, uma projeção de DY só é válida se a empresa mantiver lucro consistente e a mesma política de distribuição de dividendos do último ano. Logo, mudanças na direção e nos boards precisam ser acompanhadas à lupa.
Planejar para proteger
Ao fim e ao cabo, o histórico sólido de dividend yield é um indicador crucial de que um ativo irá oferecer retornos acima da taxa de juros, o que, por sua vez, é parte indispensável de qualquer estratégia de proteção financeira.
Os 21 papéis analisados aqui são um bom cardápio de opções para quem quer começar a traçar uma estratégia de investimentos evitando, é claro, perdas patrimoniais em meio a um ambiente de negócios tão turbulento como o dos últimos meses.