- O cartão de crédito, assim como qualquer outro recurso financeiro disponível no mercado, pode ser benéfico ou maléfico a depender do uso que se faz dele
- Quando se entende que o cartão de crédito é um meio de pagamento e um tipo de empréstimo que não cobra juros até a data de pagamento da parcela, o cenário tende a mudar
- Na verdade, o cartão pode ser um grande aliado, já que permite que você faça compras hoje e pague daqui a 30 dias o mesmo valor que teria que desembolsar no ato da compra
O Brasil é um dos países com maior taxa de endividamento do mundo e o atraso no pagamento de faturas de cartão de crédito é o tipo mais comum de dívida, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
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Nas salas de aulas das escolas em que entramos com a Multiplicando Sonhos, isso fica evidente. É comum os alunos relatarem que seus familiares ou eles próprios têm dívidas com o cartão de crédito. Por conta disso, muitos chegam a enxergar o recurso como um grande vilão financeiro – o que não é verdade.
O cartão de crédito, assim como qualquer outro recurso financeiro disponível no mercado, pode ser benéfico ou maléfico a depender do uso que se faz dele. E é aí que, mais uma vez, entra a importância da educação financeira.
O mito do cartão como vilão
A psicologia comportamental mostra que tendemos a relacionar produtos e serviços a sentimentos de acordo com as experiências que vivemos na vida. Logo, se você cresce em uma família onde as pessoas constantemente se queixam de dívidas de cartão de crédito, não é uma regra, mas a tendência é que você veja o cartão como algo maléfico.
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Isso acontece principalmente porque as pessoas tendem a retirar a sua culpa em relação ao endividamento, transferindo-a ao meio de pagamento. E ao não assumirem sua autonomia quanto aos seus gastos e acúmulo de dívidas, sequer pensam em mudar esta realidade.
Não podemos negar que existem muitas pessoas no País que vivem em situação de pobreza. Elas não ganham o suficiente para manter suas famílias e por isso acabam caindo no endividamento. No entanto, muitas das famílias adquirem dívidas – em especial as de cartão de crédito – por desconhecerem o funcionamento dos recursos e por não fazerem a gestão correta dos gastos.
Muitas pessoas enxergam o limite do cartão de crédito como uma extensão da sua renda e o usam como se fosse o salário.
Cartão como aliado
Quando se entende que o cartão de crédito é um meio de pagamento e um tipo de empréstimo que não cobra juros até a data de pagamento da parcela, o cenário tende a mudar. Na verdade, o cartão pode ser um grande aliado, já que permite que você faça compras hoje e pague daqui a 30 dias o mesmo valor que teria que desembolsar no ato da compra.
Como estamos cansados de ouvir: tempo é dinheiro. Assim, ao manter o dinheiro em uma conta com boa rentabilidade e fazer suas compras com o cartão de crédito, você lucra a rentabilidade acumulada no período.
Além disso, o bom uso do cartão de crédito é uma das formas de melhorar o seu Score no Serasa. Quanto mais você o utiliza e paga a fatura em dia, mais o sistema entende que você é um bom pagador e melhor se torna a sua avaliação na plataforma.
Uma boa avaliação de crédito é importante caso, futuramente, você deseje financiar uma casa própria, por exemplo. Ou ainda se você decidir abrir um negócio e precisar de crédito para isso.
Confira algumas dicas para manter esse relacionamento sempre saudável:
- Tenha uma reserva de emergência superior ao limite do seu cartão. Assim, caso você eventualmente não tenha dinheiro para pagar uma fatura, poderá utilizar o valor reserva para honrar esse pagamento no prazo e, posteriormente, repor o dinheiro;
- Ganhe para depois gastar e não gaste para depois pagar. A ideia é que você utilize o seu cartão de crédito para fazer compras que poderiam ser pagas no débito. Assim, poderá manter o dinheiro rendendo na conta e pagar a fatura na data prevista, o que é bem diferente daquelas pessoas que mal recebem o pagamento e já têm que pagar o cartão de crédito, tornando-se reféns do uso do recurso para sobreviverem no mês seguinte;
- Escolha um cartão de crédito que faça sentido para o seu perfil de consumidor e nível de renda. Se você ganha pouco e tem poucos gastos, um cartão sem taxas é o ideal. Já para quem tem uma renda mais alta e um padrão de vida mais caro, alguns benefícios dos cartões que cobram taxas podem valer a pena. Por isso, não deixe de fazer as contas e analisar bem as vantagens e desvantagens de cada produto ;
- Anote todas as suas compras ou acompanhe-as pelo aplicativo do banco. Assim, você não perderá a dimensão do quanto já foi gasto no cartão e não será pego de surpresa.
E aí, mudou a sua visão sobre o cartão de crédito?
Para ajudar a transmitir conhecimentos financeiros como este para mais pessoas, melhorando a vida delas, inscreva-se como voluntário da Multiplicando Sonhos.
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Colaboração: Giovanna Castro