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Colunista

Como falar sobre dinheiro com crianças e adolescentes? Veja as dicas

Os primeiros aprendizados que temos sobre o dinheiro impactam a forma como lidamos com ele ao longo da vida

(Imagem: Adobe Stock)
(Imagem: Adobe Stock)

Lidando com jovens de diferentes tipos nas escolas em que trabalho com a Multiplicando Sonhos, aprendi que, de maneira geral, as famílias causam três tipos de traumas nas crianças e adolescentes quando o assunto é dinheiro:

  1. A família não conversa sobre dinheiro com a criança e, uma hora ou outra, dá tudo o que ela deseja, fazendo com que ela cresça achando que pode ter tudo o que quer, sem dar o valor real às coisas e sem saber lidar com a necessidade de fazer escolhas e planejamento;
  2. A família, mais limitada financeiramente, não dá aquilo que a criança ou o jovem quer, mas também não explica a ela o porquê e ela cresce frustrada, com a autoestima baixa e sem sonhar;
  3. A família fala sobre dinheiro, mas sempre de forma sentimental; os pais brigam sobre dinheiro na frente dos filhos e/ou falam que não podem comprar determinados itens porque não têm dinheiro, sem explicar como funcionam as finanças da família. A criança cresce com uma visão negativa sobre o dinheiro, achando que é algo difícil, motivo de briga e que não serve para ela.

Mas, afinal, é preciso falar com as crianças sobre dinheiro? A resposta: sim, é extremamente importante falar sobre dinheiro com as crianças.

Conversar sobre finanças faz com que elas criem senso de necessidade versus desejo, saibam escolher e dar prioridade a coisas de acordo com a importância, sejam mais solidárias, tenham mais paciência e desenvolvam, conforme crescem, seus próprios planejamentos.

Quando começar e como falar com os filhos sobre dinheiro?

A melhor forma de começar a falar sobre dinheiro com os filhos ocorre quando eles começam a pedir coisas que custam dinheiro. E isso pode começar de maneira didática, explicando como o dinheiro funciona, para em seguida forçá-los a fazer escolhas.

Explique que cada brinquedo, por exemplo, custa uma quantidade específica de dinheiro. Alguns mais, outros menos. E que o dinheiro disponível para pagar por ele precisa ser conquistado a partir da troca da mão de obra dos pais ou dos responsáveis. A mamãe não sai para trabalhar todos os dias? Então, ela sai para, em troca, receber uma quantidade determinada de dinheiro. Mas esse dinheiro precisa ser usado para tudo: pagar para ter luz em casa, água, comida, comprar roupas, passear e, claro, comprar brinquedos.

Explique que, dentro deste grande orçamento da família, existe uma quantidade específica de dinheiro para comprar brinquedos ou realizar outros desejos da criança – mas ela não é a única, o papai, a mamãe, os irmãos também têm desejos e quantidades específicas de dinheiro para realizá-los. É preciso saber dividir.

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Assim, a criança pode ter autonomia para escolher: se ela quer muito aquele brinquedo, será necessário esperar X meses para que a família consiga juntar o dinheiro suficiente para comprá-lo. E isso pode implicar em abrir mão de algumas outros desejos, como comer pizza toda semana. Tal atitude mostrará para a criança que ela pode, sim, ter o que quer, mas que existem consequências para chegar lá. Ela terá, então, que entender se o que ela deseja vale pagar o sacrifício, ou não. Como tudo na vida.

Sozinha, com o tempo, a criança começará a diferenciar o que é um desejo real, do que é uma vontade passageira. E também passará a pensar em alternativas para conseguir o que quer: diminuir determinada despesa, ceder daqui para ganhar ali.

Eu, Evandro, ainda não tenho filhos, mas sou louco para ter. Quando tiver, espero seguir o exemplo do meu pai, que sempre me explicou que ter dinheiro leva tempo e que é preciso escolher bem como gastá-lo para não faltar amanhã.

E você? Que lição sobre dinheiro adquiriu da sua família? E qual lição pretende passar para os seus filhos? Já parou para pensar sobre isso?

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Espero que esse texto te ajude nesta missão.

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